quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os veados da Nazaré

Notícia do Público:

Primeira hasta pública tinha ficado deserta
Veados da Nazaré foram finalmente vendidos e renderam 3 mil euros
27.10.2011 - 13:25 Por Inês Boaventura
À segunda foi de vez. A Câmara da Nazaré vendeu hoje, em hasta pública, 11 veados por 3.050 euros.
(...)
Segundo revelou ao PÚBLICO a assessora de imprensa da autarquia, todos os lotes foram arrematados. Os dois primeiros pelo proprietário de uma quinta em Ourém e um valor total de dois mil euros. O último lote foi arrematado pelo proprietário de uma unidade de turismo rural em Portel, que deu por ele 1.050 euros. Houve mais um concorrente, que não levou nenhum dos lotes para casa.
A Câmara da Nazaré já defendeu em comunicado que a população de cervídeos no cercado do Pinhal de Nossa Senhora da Nazaré é "demasiado grande para o habitat onde estão inseridos" e alertou que a manter-se o "acentuado" nível de reprodução da espécie "o seu habitat poderia entrar em desequilíbrio e degradar as condições de vida". (...)
(...) permanecerão no cercado, após o levantamento dos que foram alienados hoje, dois machos, seis fêmeas e as crias.


Não fazia ideia que a Câmara da Nazaré fosse proprietária de veados e os pudesse vender. Podendo, foi melhor opção do que outras possíveis, embora vender onze veados por esse preço me pareça ofensivo para os veados. Espero que sejam felizes nos lugares para onde vão - pelo que leio, parece que não serão caçados.

Um dia talvez vejamos, como nas aldeias da Áustria, veados a pastar no jardim de casa... Ah, sonhar não custa...


(St. Wolfgang, Setembro 2000)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Joyce alla Scala

A ouvir, graças ao Paulo que me indicou o link da Radio 3 italiana, Joyce DiDonato, Juan Diego Florez e outros a cantar La Donna del Lago no Teatro alla Scala em Milão.
A Joyce tem estado doente mas mesmo assim está a cantar lindamente, esperemos que se aguente.
Para quem quiser seguir (começou às 19h00 e são mais de três horas), eis o libretto.

Aqui fica um clip da senhora a cantar a última ária na mesma produção, há um ano em Paris:

domingo, 23 de outubro de 2011

Chove

Eu sei que a chuva faz falta, mas que mal havia em que tivesse um horário/calendário diferente? Por exemplo, podia chover todas as noites do ano entre as três e as seis da manhã. O pessoal já sabia e programava o trabalho nocturno e as saídas (ou entradas!) das discotecas de acordo com isso,

Esta manhã fui despedir-me do Verão. Estava lindo.

(Praia de Dona Ana, Lagos, Outubro 2011)

sábado, 22 de outubro de 2011

Liszt: Jogos d'água

Em dia de aniversário de Liszt - duzentos anos, nada menos! - aqui fica uma das peças que escreveu inspirado nos seus anos de peregrinação pela Europa. A Villa d'Este fica em Tivoli, perto de Roma, e lembro-me da sensação de frescura dos seus jardins e fontes quando, há muitos anos, a visitei em pleno Verão.

À atenção do sr. ministro das Finanças

Acho feio fazer queixinhas, mas deve haver aqui um equívoco qualquer, ou será que o pessoal dos Serviços da Assembleia da República vai mesmo receber em 2012 subsídio de férias e de Natal?


Via Eça é que é essa.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Televisão

Ouço o telejornal da RTP1 e entre assaltos a ourivesarias, um empresário da noite espancado, uma criança atropelada e ignorada pelos passantes, parece-me estar a ler o Correio da Manhã.
Felizmente na SIC há futebol e o meu clube está a ganhar.

O mezzo não vale, que hoje é noite de jazz.

Paz no País Basco

Notícia do Expresso:

ETA anuncia fim definitivo da luta armada (vídeo)
Num vídeo publicado nos jornais bascos Gara e Berria, a ETA anuncia o fim definitvo das atividades terroristas
18:13
Quinta feira, 20 de outubro de 2011
"A ETA decidiu a cessação definitiva da sua atividade armada", refere o comunicado da organização.
"A ETA faz um apelo aos governos de Espanha e França para abrir um processo de diálogo direto que tenha por objetivo a resolução das consequências do conflito e, assim, a superar a confrontação armada. A ETA com esta declaração histórica mostra o seu compromisso claro, firme e definitivo", refere.
(...)
"A luta de longos anos criou esta oportunidade. Não foi um caminho fácil. A crueza da luta levou muitos companheiros e parceiros para sempre. Outros estão a sofrer o cárcere ou o exílio" (...)


Esta é a melhor notícia do dia. Apetece-me dançar e abraçar todos os espanhóis - sejam eles castelhanos, bascos ou andaluzes. Parabéns, hermanos, parabéns por esta vitória. Eu abomino o terrorismo.
Noto que o comunicado da ETA lamenta os seus próprios mortos mas não os mortos do outro lado. Pergunto-me o que vai acontecer agora. Uma amnistia? Será possível passar uma esponja sobre estes quarenta e três anos e não levar ninguém à justiça? Mas não me preocupo: a Espanha fará o que for preciso para mais uma etapa na reconciliação nacional.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Don Carlo no São Carlos

Durante os próximos dez anos não espero voltar ao São Carlos. Mais ainda se todos os governos forem persististindo na política de redução de subsídios, reduzindo proporcionalmente a já fraca possibilidade de se contratarem elencos decentes.
De facto, ou se aumentam de alguma forma as verbas para a produção de espectáculos ou mais vale cortá-las de vez e esquecer a ópera em Portugal.

Fui ontem à única récita do Don Carlo a que me era possível assistir. Quem esteve na estreia e noutras récitas pareceu ter ficado contente, e lá fiz uns malabarismos que me permitiram ir a Lisboa durante a semana.

A encenações meio parvas já estou habituada, e esta, de Stephen Langridge, não era das mais parvas, se passarmos sobre coisas como, desde logo, os anacronismos criados pela passagem da acção do século dezasseis para o século vinte, pôr em primeiro plano um caixote de vidro que tanto fazia de altar como de túmulo de Carlos V ou de banco de jardim, obrigar Elisabete Matos a cantar diversas vezes de joelhos e vestido comprido, tendo de levantar-se com óbvia dificuldade, ou não acender o fogo a propósito, na cena do auto-de-fé, e no último acto acendê-lo a despropósito.

Adiante. Nos figurinos havia de tudo, desde vestidos de festa para a rainha e suas aias passearem no jardim até um príncipe vestido com a roupinha suplente de um dos músicos da orquestra (acho eu). Mas também já vi pior.

Quanto ao coro e à orquestra em si mesmos, nada contra, gostei de os ouvir. Só que ainda não percebi se há alguma coisa errada com a construção do teatro, sei lá, o fosso da orquestra muito avançado, por exemplo, ou se o facto de a orquestra repetidamente abafar os solistas se deve a má direcção daquela ou a falta de qualidade destes.

Vamos então aos solistas. Começaram todos mal, pessimamente, embora alguns melhorassem pela noite dentro. Admito que o tenor Giancarlo Monsalve, que adoeceu na primeira récita, ainda não esteja recuperado: assim se explica que tenha estado rouco, incapaz de agudos, incapaz fosse do que fosse. Já o barítono Dimitri Platanias tem uma voz bastante bonita - quando se ouve - e fez um Posa aceitável dentro das suas capacidades cénicas. A mezzo-soprano albanesa Enkelejda Shkosa foi uma Eboli desastrosa na canção do véu do primeiro acto, fraca no segundo, atacando mal O don fatale no terceiro mas acabando melhor do que começara.
O baixo Enrico Iori foi o melhor da noite, a voz era boa, bem trabalhada e ouvia-se. Podia ter sido mais expressivo - afinal, o rei Filippo tem algumas das árias mais bonitas da ópera - mas não esteve mal. No confronto com o Grande Inquisidor, Ayk Martirossian, faltou contraste nas vozes, pelo que se pode culpar o casting. A propósito, nunca vi tanta falta de empatia como entre este príncipe e esta rainha.

E a rainha, Elisabete Matos, a razão principal que me levou ao S. Carlos desta vez? Que fique claro: eu simpatizo muito com ela, fico contente quando tem sucesso e orgulhosa quando a plateia do Met se levanta para a aplaudir. Mas não gosto da voz dela, e ontem percebi porquê,

Elisabete tem uma maneira de cantar antiga - ela própria o confirma na entrevista que concedeu a Jorge Rodrigues para o programa de sala. É essa forma de cantar, é essa voz particular que cativou os americanos - una voce all'antica, diz ela, que lhes faz lembrar Birgit Nilsson ou Kirsten Flagstad, e que ao meu ouvido, se calhar educado por outras vozes, não encanta, nem é sequer agradável.

Finalmente, só uma menção para Joana Seara, que já vi cantar bem e ontem não correspondeu ao esperado no pequeno papel de Tebaldo.

Sem euros

Nota vista inicialmente n'O país do Burro

Integridade

Notícia do Público:

Dados do estudo "Integridade Académica em Portugal"
Metade dos estudantes do superior admite já ter plagiado em trabalhos académicos
19.10.2011 - 09:07 Por Samuel Silva
O plágio entre os estudantes portugueses é hoje uma prática "generalizada" e facilitada pelo acesso às novas tecnologias. (...)

A fraude mais recente, segundo o estudo, não é bem o plágio, mas a "reciclagem" de um ensaio ou trabalho feito anteriormente para outra disciplina e entregue como se de material original se tratasse.

Ainda assim. Triste país que tal juventude enforma.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Como um vidrão colorido...

Se calhar quem vive em Lisboa nem dá por eles, mas os vidrões lisboetas estão com um visual todo catita.


(Lisboa, Outubro 2011)

domingo, 16 de outubro de 2011

Anna Bolena

O primeiro filme que vi para maiores de 18 anos, muito antes de os fazer, chamava-se Anne of the Thousand Days, e contava a história de Ana Bolena, segunda mulher do rei Henrique VIII de Inglaterra, por quem este se incompatibilizou com o Papa e criou a Igreja Anglicana.
Fiquei fascinada - vendo agora uns pedacinhos no YouTube apercebo-me que só Richard Burton seria capaz de safar alguns daqueles monólogos - o que naturalmente me levou a ler mais alguma coisa sobre o rei Henrique e as suas seis mulheres.

A ópera Anna Bolena de Donizetti, que eu não conhecia e inaugurou ontem, sábado, a temporada das transmissões Met HD para a Gulbenkian, apresenta um rei carrasco (não há menção dos problemas contextuais, sucessórios ou outros), uma rainha praticamente impoluta e uma amante torturada, mas a trama segue bastante de perto a história, e a música provoca todas as emoções apropriadas. A encenação de David McVicar é clássica e, na minha opinião, impecável, os cenários adequados, os figurinos bonitos e historicamente correctos.

Já li críticas à direcção de Marco Armiliato noutras récitas, mas confesso que me deleitei de tal maneira com o que se passava no palco que só raramente me dei conta de como estavam as coisas no fosso - e quando dei, estavam bem.

No palco passava-se lindamente. Anna Netrebko canta cada vez melhor: a dicção melhorou muito, a voz está mais clara, o controle técnico preciso, a coloratura excelente, e a tudo isto soma-se a expressividade dramática. Que importa que tenha engordado desalmadamente? Bem, bem, já que falamos nisso: Annoushka, vá lá, uma dieta e umas horas no ginásio, eu sei que é um sacrifício mas valia imenso a pena, sabe?

Os outros cantores, muito bons, com destaques óbvios para o baixo Ildar Abdrazakov, que foi um Enrico lúcido e cruel com uma voz doce, menos grave que o esperado de um baixo russo, a mezzo-soprano Ekaterina Gubanova que fez uma Giovanna muito capaz cenicamente, com a voz um bocadinho em esforço e o tenor Stephen Costello um Riccardo mais desigual, nos seus melhores momentos fazendo mesmo lembrar Juan Diego Florez. Embora achasse a voz interessante, tive dúvidas quanto à adequação de Tamara Mumford ao papel de Smeaton.

O som esteve, no primeiro acto, um tanto metálico, mas melhorou no segundo. Venha a próxima transmissão: Don Giovanni, a 29 de Outubro.

Cegonhas

Nunca como hoje vi tantas cegonhas nos arrozais do Sado.
O A. diz que devia tratar-se de um congresso de Neonatologia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O mesmo cabeleireiro

Estes dois frequentam o mesmo cabeleireiro. Que digo eu? O mesmo groomer, que já li alguém referir-se ao penteado da duquesa de Alba como o de um caniche electrocutado.

Duquesa de Alba: foto Hola! (editada)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mitologia dos direitos

Mais uma vez ouvi hoje alguém reclamar um direito. E lembrei-me de Epicuro, que classificava os desejos em naturais e necessários (a fome, a sede), naturais mas desnecessários (desejo de boa comida ou bebida, de amizade) e nem naturais nem necessários mas devidos a opiniões erradas (desejo de riqueza, de glória).

Da mesma forma parece-me que há direitos fundamentais - e talvez estes se resumam aos registados na Declaração de Independência americana (vida, liberdade, procura da felicidade) - e outros que podem ser concedidos pela sociedade na medida em que tenha os meios para os assegurar - habitação, segurança, educação básica -, e que, numa sociedade de abundância podem ser extremamente sofisticados.

Mas há falácias que não se deviam permitir, e uma delas é o direito à saúde. Ninguém tem direito à saúde: pode-se ter direito a cuidados médicos mais ou menos diferenciados, mas a saúde não está garantida, e a diferenciação dos cuidados médicos a que se pode ter direito depende da sustentabilidade do sistema de saúde.

É assim a vida fora dos cinemas e das séries de televisão.

sábado, 8 de outubro de 2011

O Nobel da Paz

O prémio Nobel da Paz deste ano podia ter ido para várias pessoas ligadas às revoltas da Primavera Árabe. Podia ter ido para o meu candidato, Daniel Barenboim, pelo seu trabalho em prol da paz no Médio Oriente. Em vez disso foi para três mulheres africanas, Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Roberta Gbowee e Tawakkul Karman, que lutam, cada uma à sua maneira, para melhorar a condição das mulheres nas suas terras.

Foi uma boa decisão do Comité. Já Plautus escrevia que não há nada mais triste do que ser mulher*. Eu diria que não há nada mais perigoso. A violência contra as mulheres é diária e extrema, e muitas vezes aceite pela comunidade e pelas próprias mulheres. Não é só nos confins da África negra que as mulheres são espancadas e violadas, não é só na Arábia que são proibidas de conduzir ou de ser observadas por médicos homens, não é só nas montanhas do Afeganistão que são impedidas de estudar. Há histórias destas todos os dias nas civilizadas Europa e América. Eu vi, há-de haver vinte anos, duas raparigas serem apedrejadas em Toronto, no Canadá, por irem abraçadas na rua. Mas em África é pior: a Helena Ferro de Gouveia conta que em Moçambique os mineiros de Manica que partem para a África do Sul cosem a vagina das mulheres para lhes assegurar a fidelidade. Leymah Gbowee, uma das novas premiadas, diz que as mulheres que liderou em lutas pacíficas** não tinham medo porque as piores coisas imagináveis já [lhes] tinha[m] acontecido.

Infelizmente quando se trata de maldade a imaginação humana parece não ter limites.



*Miserius nihil est quam mulier (Bacchides, I,1)

** A greve de sexo foi descrita pela primeira vez por Aristophanes na sua comédia Lysistrata, na qual as mulheres gregas conseguiam assim o fim da guerra entre as suas cidades - em tradução inglesa aqui.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Cães de Atenas

Notícia do Expresso:

Cão anarquista voltou a manifestar-se na Grécia
'Loukanikos', o cão que é já uma celebridade com direito a blogue e vídeos, voltou ontem a marcar presença na manifestação dos funcionários públicos gregos.
Alexandre Costa (www.expresso.pt), com agências
16:36 Quinta feira, 6 de outubro de 2011

(...)
Ele é um dos muitos cães de rua da capital grega. Ao contrário do que acontece noutros países, na Grécia as autoridades não abatem os cães de rua. Tratam-nos, dão-lhes vacinas, e voltam a soltá-los, após a inserção de microships e colocação de coleiras com um número de identificação e um número de telefone para onde se deverá ligar caso causem problemas.
"Na maioria dos países europeus, resolvem o problema (dos cães de rua) com eutanásia. Mas a cultura grega é contra isso. A nossa lei procura antes ir no sentido da reabilitação dos cães. As pessoas aqui tomam conta deles e amam-nos. São como que os cães de toda a gente", referiu Anna Makri, dirigente dos serviços municipais de Atenas para os animais de rua.

Se isto é verdade, como não gostar dos gregos?
E no entanto não se vêem muitos cães nas ruas de Atenas, e não é muito fácil escolher um hotel quando se viaja com um cão.


Nota para o Expresso: são microchips e não microships. Havia uma espécie de microship num filme já com muitas décadas chamado Fantastic Voyage, mas era outra história.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Uma boa notícia

Notícia do Telegraph:

Sarah Palin finally confirms she will not run for President
After months of teasing Republican voters, Sarah Palin has finally confirmed she will not be a candidate in next year's US presidential election.
By Jon Swaine, New York
12:03AM BST 06 Oct 2011
The former Governor of Alaska said on Wednesday that "after much prayer and serious consideration", she had decided not to stand for the Republican nomination, but would increase her efforts to oust Barack Obama.
(...)


Que faça o que quiser. Só o alívio de não a vir a ter como presidente dos Estados Unidos já me deixa respirar melhor.

Morreu Steve Jobs

Morreu Steve Jobs, fundador da Apple. Deu-nos brinquedos giros, úteis no mundo actual (ou foram eles que criaram a sua própria utilidade?), fáceis de usar e com o preço exacto para se equilibrarem no limite do sonho.
Deu-nos também inspiração para nos tentarmos libertar das vidinhas e arriscar seguir os nossos próprios sonhos.
Fora isso, tinha uma figura atraente e uma reputação de rebeldia e criatividade, mas parece que não era flor que se cheirasse.

Como não trabalhei no jardim dele, apenas aprecio as maçãs, posso dizer: obrigada, Steve Jobs, repouse em paz.

Imagem de MacGazette

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Είμαστε όλοι Έλληνες

Notícia do Expresso:

Economia grega vai cair 2,5% em 2012
O governo grego admite que o produto interno bruto deverá recuar 2,5% em 2012 e que não deverá cortar o défice para 6,5% do PIB.
13:09 Segunda feira, 3 de outubro de 2011
(...)
A Grécia, que já avisou que só tem dinheiro até meados deste mês, depende dos pagamentos regulares do resgate de 110 mil milhões de euros, financiado pelos outros países da zona euro e pelo Fundo Monetário Internacional.
Atenas recebe agora uma equipa de auditores, para avaliar de o Estado grego está a fazer o suficiente para receber a próxima prestação do resgate, no valor de oito mil milhões de euros.
(...)


Enquanto os nossos governantes e diplomatas andam por aí a explicar que não somos como os gregos, e os nossos jornalistas escondem ou ignoram que a França, por exemplo, está a cortar nos benefícios fiscais e no número de funcionários públicos, parece-me que o problema está em que estivemos, o mundo todo, a jogar um jogo cujas regras supunham um endividamento geral para permitir maior consumo de bens (os mais diversos) e uma suposta melhoria da qualidade de vida, e que não podemos agora pretender jogar o mesmo jogo mudando as regras e esperando obter o mesmo resultado.

Somos todos gregos, da América ao Tuvalu.

Às voltas no ar

Notícia do Público:

Voo tinha como destino Amesterdão
Avaria em avião obriga a aterragem de emergência na Portela
03.10.2011 - 07:54 Por PÚBLICO
Um avião que ontem levantou voo da Portela com rumo a Amesterdão foi forçado a regressar a Lisboa depois de ter sido detectada uma avaria no trem de aterragem.
O voo TAP 662 descolou pouco depois das 21h de ontem e, depois de ter sido detectado o problema, passou duas horas a sobrevoar em círculos o Atlântico para descarregar combustível - um procedimento de segurança comum -, antes de regressar à pista do aeroporto da Portela.
(...)


Deve ser o protocolo normal de actuação, mas quando ouvi a notícia de manhã, na Antena2, ficou-me uma interrogação: se tinham de andar no ar duas horas para gastar gasolina, e depois tinham de aterrar, não faria sentido ter continuado a viagem e aterrado em Amsterdam?

domingo, 2 de outubro de 2011

Taxas imoderadas

Anda o pessoal muito marafado porque o Hospital de Faro (segundo o último livro do Álvaro, o mais endividado do país) anda a cobrar as taxas moderadoras em atraso pregando-lhes em cima multas de cem euros.

É óbvio que se tivessem pago as taxazitas devidas não estariam agora ó tio ó tio por causa das multas. Será que um ou dois euros e meio por uma análise, por exemplo, para quem não se lembrasse de converter para escudos, parecia coisa para não levar muito a sério?

Se o problema era esse, está resolvido, porque daqui para frente, ao que leio, mesmo as taxazitas já serão a doer.

Sobe e desce a gasolina

Notícia do Expresso:

Combustíveis mais baratos a partir de amanhã
Os preços de referência da gasolina e do gasóleo vão baixar a partir de segunda-feira.
12:48 Domingo, 2 de outubro de 2011
Os preços de referência da gasolina e do gasóleo vão baixar a partir de segunda-feira, repercutindo no consumidor final a descida das cotações do petróleo na semana passada, adiantaram à Lusa fontes das gasolineiras.
(...)


Não duvido. Já não sei quem me disse o seguinte, que me parece uma descrição excelente:

O preço da gasolina acompanha as flutuações do petróleo, com uma característica particular: sobe como uma flecha, e desce como uma pluma.

Já agora, e para que conste, o litro de gasolina 95 custava na sexta-feira na GALP da Avenida do Infante 1.599€ e o barril de Brent no mesmo dia um pouco abaixo de 103U$.