segunda-feira, 30 de setembro de 2013

sábado, 28 de setembro de 2013

Futebol

Já valeu a pena ligar a televisão para ouvir os dirigentes do FCPorto e do Benfica queixarem-se das arbitragens deste fim-de-semana :-)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia de Outono

Este poema de Rainer Maria Rilke é lindíssimo, mas como é possível achar, nas nossas latitudes, o Verão muito grande?

Herbsttag

Herr, es ist Zeit. Der Sommer war sehr gross.
Leg deinen Schatten auf die Sonnenuhren,
und auf den Fluren lass die Winde los.

Befiehl den letzten Früchten, voll zu sein;
gib ihnen noch zwei südlichere Tage,
dränge sie zur Vollendung hin, und jage
die letzte Süsse in den schweren Wein.

Wer jetzt kein Haus hat, baut sich keines mehr.
Wer jetzt allein ist, wird es lange bleiben,
wird wachen, lesen, lange Briefe schreiben
und wird in den Alleen hin und her
unruhig wandern, wenn die Blätter treiben.



Senhor, está na hora. O Verão foi muito grande.
Estende a tua sombra sobre os relógios de sol
e sobre os prados solta enfim os ventos.

Manda amadurecer os derradeiros frutos,
dá-lhes ainda dois dias de suão,
trá-los à maturação e injecta
a última doçura no encorpado vinho.

Quem agora não tem casa, já não constrói nenhuma,
Quem agora está só, assim ficará muito tempo,
há-de acordar, ler, escrever longas cartas
e de um lado para outro nas alamedas
caminhar intranquilo, enquanto as folhas caem.


A tradução é minha. Mais Rilke, aqui.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Demografia

No tal país profundo, julgo que as únicas crianças que encontrei eram espanholas. Já no Porto havia bandos de canalha miúda a celebrar o início das aulas não estando nas aulas. Na rua de Santa Catarina praxava-se caloiros.

(Porto, Setembro 2013)

No entanto este novo sinal de trânsito, que vi pela primeira vez, pareceu-me muito significativo.

(Portelo, Setembro 2013)

Sanabria

Quando me disseram que ali ao lado, passando a fronteira, ficava o lago de Sanabria, fiquei de antenas no ar. O Mário tinha falado dele como um lugar maravilhoso, não pude deixar de visitar.
É um lago pequeno (o maior lago natural da península ibérica), de origem glaciar, tão azul, transparente e tépido que me fez decidir nunca mais na minha vida viajar sem um fato de banho na mala.

(Lago de Sanabria, Setembro 2013)

A uma dúzia de quilómetros fica Puebla de Sanabria, que é assim: de um lado do rio fica o centro histórico, do outro os bairros mais modernos.

(Puebla de Sanabria, Setembro 2013)

O centro histórico tem um castelo, duas igrejinhas, um ayuntamiento, restaurantes com esplanadas e flores nas janelas.

(Puebla de Sanabria, Setembro 2013)

E uma rua chamada Rua, que tal?

(Puebla de Sanabria, Setembro 2013)

Os guarda-chuvas de Lamego

Não percebi se eram publicidade a alguma loja ou antes uma instalação artística, mas gostei, juntei a música, e agora ficam aqui.

(Lamego, Setembro 2013)

E, no entanto, o Douro...

Continua lindo, o Douro vinhateiro.



Aqui abaixo, disseram-me, foi rodado parcialmente o filme A Gaiola Dourada, que ainda não vi:

(Douro, Setembro 2013)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Portugal em ruínas

Seis dias no vale do Douro e em Trás-os-Montes abriram-me os olhos para uma realidade assustadora: este país está a cair aos pedaços. Por cada prédio antigo recuperado, há pelo menos dois a ameaçar ruir. Os turistas que enchem a Ribeira e o cais de Gaia são capazes de achar tudo muito pitoresco, e se se aventurassem mais até à raia e à aldeia "recuperada" de Rio de Onor talvez mais ainda, mas a quem me disser que Portugal não pode acabar eu respondo, Ai pode, pode...

(Porto, Setembro 2013)

(Lamego, Setembro 2013)

(Bragança, Setembro 2013)

(Rio de Onor, Setembro 2013)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bichos modernos

A minha casa parece um jardim zoológico, embora o único bicho com quem eu tenha um compromisso seja o meu cão.

O certo é que os pardalitos vêm cá abastecer-se de comida, as gatas da vizinhança de mimos, os caracóis comem couves e alfaces, e as baratas e as formigas vão ameaçando invadir a propriedade.

No meio disto tudo vou descobrindo hábitos desta bicharada de que nem desconfiava; eles se calhar também não, porque o que parece é que se andam a adaptar ao novo milénio. Assim, para além de as gaivotas comerem ração de gato ou, na falta dela, o que quer que encontrem no meio da relva,

(Albufeira, Setembro 2013* )

as vespas afinal são carnívoras: nada as atrai com mais certeza que o cheiro do presunto. E agora anda um rato vegetariano a roubar as minhas uvas.

Um dia destes avanço para um mestrado em etologia.


*As gaivotas não comem cá, que o Jr. não deixa.