terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Temporal

Chove-me em cima o mundo. Que canseira!
Tenho uma longa viagem por diante
E esta tarde a Via do Infante
Mais que estrada parece uma ribeira.

A água cai como paredes lisas
As árvores vergam ao chicote do vento
Relâmpagos estilhaçam o céu cinzento
Estão no máximo os limpa-pára-brisas. 

Felizmente o casaco tem capuz
Que o guarda-chuva (nem sei onde o pus)
Num dia como este vale zero.

Aumento o som do rádio e assim tempero
Trovões e ansiedade. Já só quero
Chegar a casa enquanto ainda há luz.


Nota: hoje não houve temporal digno desse nome, mas de vez em quando há cada um que quem só conhece o Algarve no Verão não imagina.

8 comentários:

  1. Aqui vai de aquecedor a bombar
    sem parar
    e chuva houve todo o dia.
    Viva a poesia.

    ResponderEliminar
  2. Viva, Paulo.
    Estou a ver que isto se pega :-)

    ResponderEliminar
  3. Estava a falar com uma amiga na semana passada (ou talvez durante o fim de semana, já não me recordo), numa noite de grande temporal quando o vento atingia os 95 km/h no Barlavento algarvio a que o Sotavento não deveria ter sido imune!

    ResponderEliminar
  4. Catarina, no fim de semana estive em Lisboa e aí, na noite de sábado, tive de enfrentar um temporal na estrada, que felizmente era iluminada, mas mesmo assim foi assustador.

    Ainda bem que gostou :-) Obrigada.

    ResponderEliminar
  5. Pois é... O Algarve também tem dias assim. Mas até esses são inspiradores, senão veja-se este poema. :)

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.