terça-feira, 29 de novembro de 2011

Entulho Parte II

Em Março de 2010, digo bem, 2010, reclamei da falta de organização que deixava uma rua completamente entulhada durante dias a fio.
Que dizer mais de um ano e meio depois, quando a solução de entulhar apenas uma das faixas parece ter-se tornado definitiva?

(Albufeira, Novembro 2011)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Caceres

Outra cidade da raia espanhola que vale bem uma visita é Cáceres. Dela só me lembrava da Plaza Mayor; desta vez encontrei-a cheia de bancas de comida e artesanato para o mercado medieval de las tres culturas que subia ao assalto da cidade monumental. Desengane-se quem julgar, assim de repente, que estas casas de pedra são, também elas, medievais: muitas são renascentistas ou posteriores, testemunhas do enriquecimento das famílias que participaram na conquista da América.


(Caceres, Novembro 2011)

Logo abaixo rasgam-se avenidas modernas e, para regularizar o trânsito, há semáforos muito divertidos.

domingo, 27 de novembro de 2011

Merida

Para quem não se cansa de admirar o que nos ficou da antiguidade romana, Mérida aqui tão perto é visita obrigatória. Foi fundada no tempo de Augusto para instalar os veteranos de duas legiões, a V Alauda que tinha sido inicialmente recrutada por César na Gália Cisalpina e a X Gemina, herdeira de outra legião cesariana, a X Equestris.




(Merida, Novembro 2011)
Mérida orgulha-se principalmente do seu teatro, onde no Verão há um festival de teatro clássico a que um dia espero ir.


Para além do teatro, um anfiteatro, um templo de Diana, uma ponte, que sei eu? coisas que davam para pôr no mapa turístico-cultural várias cidades. O museu nacional de arte romana é interessante pela sua colecção, que inclui restos arquitectónicos e esculturas (a cabeça de Augusto, no início do post), excelentes mosaicos, pinturas e objectos de uso quotidiano, mas mais interessante ainda pela sua arquitectura, reminiscente das grandes basílicas de Roma.


Quanto à moderna ponte Lusitania, desenhada pelo inefável Calatrava, não tem nada que ver com Portugal mas com os nossos antepassados comuns.

Começou a temporada...

... dos mercadinhos de Natal :-)


(Quinta do Lago, Novembro 2011)

São, claro, iniciativas dos residentes estrangeiros a favor de diversas caridades. Os portugueses continuam a sonhar com o Estado Social.

sábado, 26 de novembro de 2011

Se beber não publicite

Notícia do Expresso:

Merkel e Sarkozy dão a cara pelo Licor Beirão
Depois de Paulo Futre, o Licor Beirão voltou ao humor com uma campanha de Natal protagonizada por bonecos de Angela Merkel e Nicholas Sarkozy.
Catarina Nunes (www.expresso.pt)
19:30 Sexta feira, 25 de novembro de 2011

(...)
O anúncio que será divulgado nas campanhas internacionais, por seu lado, faz referência às visitas do FMI a Portugal.
(...)


As imagens até têm graça, mas até que ponto é ético (pergunta retórica) usar as imagens de pessoas, sem a sua autorização, para publicitar produtos comerciais?
Da mesma forma a campanha Unhate da Benetton, será muito bem intencionada mas teve da parte de um dos intervenientes uma resposta negativa perfeitamente legítima.
Suspeito que o Licor Beirão se vale de ser pequenino e nem a senhora Merkel nem o senhor Sarkozy nunca terem ouvido falar dele.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cordoba

Quando eu era criança não se viajava tanto como agora. Isto dito assim talvez não se perceba, mas o turismo de massas é um fenómeno relativamente recente e a minha família não ia de férias para destinos exóticos. Íamos a Espanha de vez em quando, e as recordações que guardo não são talvez as mais evidentes.
Lembro-me das estradas espanholas sempre em obras, das ruas sujas, da peseta que valia menos de metade do escudo, e das desesperantes esperas nas fronteiras, sempre com medo de que nos confiscassem os caramelos e o gel de banho que tínhamos comprado.
Lembro-me pouco de ruas, prédios ou monumentos, mas lembro-me da mesquita de Cordoba com o coro da catedral lá dentro: na altura achei que uma coisa não dizia com a outra e era uma falta de respeito.



(Cordoba, Novembro 2011)
Voltei agora a Cordoba, e que posso dizer? A cidade é encantadora: perdi-me nas ruas da Judiaria, jantei umas tapas deliciosas, achei que a catedral afinal não desfeava a arquitectura da mesquita, e que não se resume a esta o que há para ver na antiga capital da Baetica e do califado andaluz, onde César tomou consciência que ainda não fizera nada de memorável na idade em que Alexandre já conquistara o mundo*.


(Cordoba, Novembro 2011)
O mundo não perdeu pela demora.

*Suetonius, Diuus Iulius, VII
NB: enganei-me: como é evidente em Suetónio, esse episódio não teve lugar em Cordoba mas em Cádiz.