Quem tem seguido mais ou menos a carreira de Colin Firth desde que saltou para o conhecimento geral como Mr. Darcy na série televisiva Pride & Prejudice de 1995, e viu o seu trabalho não só em filmes mais recentes (Mamma Mia, Love Actually, Bridget Jones's Diary) como nos mais antigos e esquecidos (Apartment Zero, Valmont, Hostages) e nos inolvidáveis Shakespeare in Love e The English Patient, há muito tempo espera e deseja para ele um Oscar.
Nomeado o ano passado pelo belíssimo A Single Man, está este ano nas listas com o papel principal em The King's Speech, que fui ontem ver.
O filme é interessante, bem feito, com algumas fraquezas do ponto de vista da correcção histórica, apontadas por exemplo neste artigo da revista Slate. Por sua vez o IMDb lista numerosos erros factuais e de continuidade. Algumas dessas falhas parecem propositadas, pois são referências que mesmo quem, como eu, já só raramente vai ao cinema, não deixará de entender.
Curiosamente o elenco também remete para outros filmes e também joga com as referências que entendemos mais ou menos facilmente. Os cenários e a fotografia criam o ambiente um bocadinho sufocante que de certo modo justifica e amplifica a gaguez do príncipe, depois rei George VI, interpretado por Colin Firth, que encarna magnifica e empaticamente o esforço, o desespero, o orgulho, e os momentos de descontracção.
A banda sonora inclui, além de temas compostos propositadamente por Alexander Desplat, algumas peças clássicas favoritas: a abertura das Nozze di Figaro e o concerto para clarinete de Mozart, o concerto nº5 para piano e o alegretto da 7ª sinfonia de Beethoven.
Quem tiver curiosidade pode ouvir no Youtube o discurso original feito pelo rei George VI.
Nomeado o ano passado pelo belíssimo A Single Man, está este ano nas listas com o papel principal em The King's Speech, que fui ontem ver.
O filme é interessante, bem feito, com algumas fraquezas do ponto de vista da correcção histórica, apontadas por exemplo neste artigo da revista Slate. Por sua vez o IMDb lista numerosos erros factuais e de continuidade. Algumas dessas falhas parecem propositadas, pois são referências que mesmo quem, como eu, já só raramente vai ao cinema, não deixará de entender.
Curiosamente o elenco também remete para outros filmes e também joga com as referências que entendemos mais ou menos facilmente. Os cenários e a fotografia criam o ambiente um bocadinho sufocante que de certo modo justifica e amplifica a gaguez do príncipe, depois rei George VI, interpretado por Colin Firth, que encarna magnifica e empaticamente o esforço, o desespero, o orgulho, e os momentos de descontracção.
Imagem do site oficial
A banda sonora inclui, além de temas compostos propositadamente por Alexander Desplat, algumas peças clássicas favoritas: a abertura das Nozze di Figaro e o concerto para clarinete de Mozart, o concerto nº5 para piano e o alegretto da 7ª sinfonia de Beethoven.
Quem tiver curiosidade pode ouvir no Youtube o discurso original feito pelo rei George VI.
11 comentários:
Obrigado pelo discurso original. Decerto é uma boa ajuda para quem, como eu, ainda não viu o filme.
A primeira vez que vi Colin Firth foi em "Another Country" (1984). Pelos vistos está lá todo.
(Escusado será dizer que o seu Mr. Darcy é glorioso.)
Quero prestar o meu agradecimento, não só pelo discurso original - como também por toda esta valiosa informação acerca de um filme que quero ver em breve.
Temos acompanhado a carreira de Colin Firth desde Pride and Prejudice. Quem não quererá um Mr. Darcy na sua vida?! : ) Também vi o fime e achei-o magnífico neste papel. A minha previsão é: Ele e o filme vão receber o tão cobiçado Óscar!
Quero ver o filme, espero poder fazê-lo esta semana! Sim, e o "gato" colin Firth já merecia um Óscarzinho para a mesinha de cabeceira ;)
Eu é que agradeço os vossos comentários. Vale mesmo a pena ver este filme.
E já agora reparem no elenco: o arcebispo é Derek Jacobi, que foi o protagonista gago de I, Claudius e já contracenou com CF em Nanny McPhee; Geoffrey Rush, o terapeuta, também já contracenou com CF em Shakespeare in Love, no papel de director de teatro, é aqui candidato a actor no teatro de que é director David Bamber, o idiota Mr. Collins de Pride & Prejudice onde era candidato à mão de Elizabeth Bennett, interpretada por Jennifer Ehle, que aqui faz a mulher do terapeuta (e que foi na época namorada de CF). E Helena Bonham-Carter é irmã de Crispin Bonham-Carter, o Mr. Bingley de Pride & Prejudice...
Direcção de casting e produção devem ter-se divertido :-)
Bom Gi, já me convenceu. Vou sem dúvida ler este filme.
Fernando, :-)
Fico à espera das vossas apreciações.
Estive agora a ler o que diz o IMDb sobre os tais erros factuais. Propositadamente não o fiz antes para não ir logo de pé atrás, o que me deixou livre para gostar do filme e me envolver sem reparar em muitos desses detalhes. Alguns fizeram-me espécie, como a descida em elevador para o que não parecia ser uma cave; não acreditei muito que o Lionel tratasse o Duque de York por Bertie; etc. Do que gostei foi do ambiente muito bem recriado e de algumas representações (Firth em grande forma).
Também não me pareceu uma boa escolha a de Timothy Spall para Churchill.
Já a resposta de Eduardo VIII à pergunta do irmão (qualquer coisa como busy doing what?) achei uma delícia. Felizmente não nos dobram os filmes.
Paulo, ainda bem que gostaste.
Não me lembro da resposta a essa pergunta (embora me lembre da pergunta).
Sei que a Moura Aveirense também gostou.
Também tinha lido a opinião da Moura e pensado, por suposto, na minha própria voz como instrumento de trabalho.
A resposta é kinging.
Felizmente os meus instrumentos de trabalho são as mãos. Mas isso quer dizer que só posso normalmente decorar os pás ;-)
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