Há férias que se fazem em busca de música, e outras em que a música nos aparece. Em Lucca, onde nasceram Boccherini e Puccini, o primeiro dá nome ao conservatório e o segundo a uma espécie de festival permanente em que jovens cantores se fazem ouvir na Chiesa di SS Giovanni e Riparata, que é assim, além de porta de entrada para a antiga cidade de César, igualmente ingresso para quem gosta de ópera.
Será que um dia estes jovens, amadurecidos vocal e dramaticamente, se tornarão grandes estrelas e eu me lembrarei de os ter ouvido, ainda um bocadinho inseguros das suas bonitas vozes, sobretudo ela, mas dispostos já a enfrentar os visitantes da cidade?
For the record: ela chama-se Ilaria Lanzino, e ele Roberto Lorenzi. O pianista Massimo Morelli chegou atrasado com a pasta das partituras, do que se foi redimindo ao longo do serão.
Os músicos chegaram ao mesmo tempo que eu e saíram dos carros levando na mão a roupa de cena - a senhora Argerich igualmente, o que me deixou muito bem impressionada, tal como tê-la visto no fim a conversar, a fumar (pois) e a dar autógrafos (não, não me atrevi a pedir nenhum). Quanto ao concerto - bem! Que delícia de execução, que alinhamento glorioso, que belos arranjos do pianista Eduardo Hubert, ele próprio autor de uma das peças tocadas.
Nota: encontrei aqui o terceiro andamento do quinteto de Zarebski, tocado por Argerich com outros amigos.
Será que um dia estes jovens, amadurecidos vocal e dramaticamente, se tornarão grandes estrelas e eu me lembrarei de os ter ouvido, ainda um bocadinho inseguros das suas bonitas vozes, sobretudo ela, mas dispostos já a enfrentar os visitantes da cidade?
For the record: ela chama-se Ilaria Lanzino, e ele Roberto Lorenzi. O pianista Massimo Morelli chegou atrasado com a pasta das partituras, do que se foi redimindo ao longo do serão.
(Lucca, Setembro 2011)
Mas a maravilha musical desta viagem foi a presença de Martha Argerich (& Friends, claro) no 15º festival internacional de Elba e conseguir arranjar bilhetes para a ouvir. Confesso que diante desta oportunidade nem dei atenção ao programa, e só com os bilhetes arrematados vi que a primeira parte constaria de obras de dois compositores para mim desconhecidos, George Enescu e Juliusz Zarebski, enquanto a segunda seria preenchida por tangos e contaria com a presença do grande Nestor Marconi, uma das lendas vivas do bandonéon.Os músicos chegaram ao mesmo tempo que eu e saíram dos carros levando na mão a roupa de cena - a senhora Argerich igualmente, o que me deixou muito bem impressionada, tal como tê-la visto no fim a conversar, a fumar (pois) e a dar autógrafos (não, não me atrevi a pedir nenhum). Quanto ao concerto - bem! Que delícia de execução, que alinhamento glorioso, que belos arranjos do pianista Eduardo Hubert, ele próprio autor de uma das peças tocadas.
(Portoferraio, Setembro 2011)
E agora, o que faço? Lugano no ano que vem?Nota: encontrei aqui o terceiro andamento do quinteto de Zarebski, tocado por Argerich com outros amigos.
Que bom deve ter sido Gi. No ano que vem, Lugano ou qualquer um dos muitos outros locais onde se pode ver e ouvir o esplendor da boa música!
ResponderEliminarObrigado pela descriçao e, os nomes dos jovens, ficam anotados. quem sabe, num futuro próximo, nos cruzaremos com eles...
Só espero que a viagem tenha sido ainda melhor que a excelente reportagem.
ResponderEliminarPorque nos entusiasma tanto a Itália? outros locais podem encantar-nos, mas Itália ama-se perdidamente!
FanaticoUm, foi uma surpresa fantástica. Estive em Lugano, há-de haver uns quatro ou cinco anos, durante o Festival Martha Argerich mas não me atrevi a desafiar o resto do grupo a arranjar bilhetes nem a ir sozinha (estúpida! Não volta a acontecer).
ResponderEliminarDe resto tento sempre encontrar um espectáculo local, às vezes passa-se um serão muito agradável sem pretensões.
Mário, eu amo mais que tudo a Itália mas o meu coração é basicamente europeu e dói-me ver como se está a tentar dar cabo de tudo isto.
Lugano, pois por que não?
ResponderEliminarUm dos amigos, Yuri Bashmet, já eu ouvi na Gulbenkian, mas sem ela. E ela é sempre extraordinária. Isso é que foi uma sorte.
E Lucca... gostei tanto.
Porque não, não é, Paulo? Ainda por cima conheço um hotelzinho delicioso à beira do lago, do lado italiano.
ResponderEliminarQue bom!! Minha missão para 2012: mais conferências em Itália ;)
ResponderEliminarMoura Aveirense, e ainda falam dos médicos ;-)
ResponderEliminarExcelente reportagem, Gi!
ResponderEliminarDa Suiça posso dar umas dicas! ;)
Beijinho,
Susana
Obrigada, Susana, serão bem-vindas, claro!
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