Os principais problemas de Portugal podem ser a corrupção e a desinformação, e esta entra nas nossas cabeças diária e sorrateiramente.
Entre o que se lê e o que se fala tem-se a impressão que a Alemanha (ou a Merkel) é a madrasta que está a transformar Portugal e a Grécia nas novas Gatas Borralheiras, sendo o FMI, a UE e o FEEF as irmãs malvadas.
Esquece-se, voluntariamente ou não, a responsabilidade do pai da rapariga, que casou com a madrasta e lhe deixa a orientação da casa: o pai, penso eu, são/têm sido os sucessivos desgovernos de Portugal e da Grécia.
Continuando a ficção, a Gata Borralheira portuguesa (não vou especular sobre os sentimentos da grega) sonha com o príncipe encantado que a há-de salvar, e frequenta os bailes que pode à procura dele, enquanto cada janota da cidade se imagina ser o tal príncipe, D. Sebastião ou Salazar do século XXI, qualidade a que aspirarão alguns sinistros financeiros e financeiros sinistros.
Duvido que a Merkel seja a madrasta, mas certamente a Lagarde não é a fada madrinha que transforma a abóbora em limusine. Por isso as abóboras que cultivarmos, sejam para nosso consumo ou para vender no mercado, sejam as melhores que pudermos, sabendo que não passarão de abóboras.
Hão-de salvar-se os ratos, suponho, como habitualmente.