sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Ler Epicuro

Acabei finalmente de ler Epicure: Lettres, Maximes, Sentences, tradução francesa e introdução de Jean-François Ballaudé. É compacto e difícil de ler, se calhar porque Ballaudé escolhe as palavras mais obscuras em vez das mais correntes... ao contrário do que propunha César, que foi fortemente influenciado pelo epicurismo.

Esta é actualmente a minha filosofia/ doutrina preferida. Qual budismo, qual cristianismo "pobre" - Epicuro tem como o objectivo declarado conduzir-nos à felicidade através do conhecimento.

A felicidade, diz ele, é conseguida quando nos libertamos das dores do corpo e dos terrores da mente. Isso só é possível se virmos claramente a natureza, através da evidência dos sentidos e do raciocínio correcto, afastando-nos dos mitos e das opiniões vazias.

A fórmula para a felicidade, que se confunde com a serenidade, é dada pelo tetrapharmakos: não há que ter medo dos deuses; não há que ter preocupação com a morte; o bem é fácil de atingir; o mal é fácil de suportar.

Só discordo dele na parte de o mal ser fácil de suportar: Epicuro diz que as dores crónicas não são muito intensas e as dores intensas são de curta duração. É possível, mas teria de confirmar isso com quem já foi torturado.

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