Eu que adoro passear nos centros históricos das cidades, em Nápoles só me apeteceu sair dali o mais depressa possível. É feio, sujo e escuro. Mas tem o Museo Archeologico Nazionale (MANN), imperdível para quem quer ver ao vivo as estátuas, os frescos, os mosaicos, os objectos de uso comum retirados das escavações das cidades antigas circumvesuvianas, ainda que frequentemente haja muitas peças fora, a fazer uma ou outra exposição temporária: nesta altura, quase a deixar o ROM em Toronto, Pompei in the shadow of the volcano.
Estive no MANN há muitos anos, e só me lembro de que a sala onde se encontrava o retrato de César estava fechada. Protestei e expliquei que viera de Portugal especialmente para ver esse retrato, e consegui que me deixassem entrar. Desta vez não houve problema, vi-o e fotografei-o à vontade.
Há muito mais para ver, claro. O Hércules Farnese é extraordinário, aparentemente a descansar sobre os trabalhos completados mas, na realidade, em tensão, com a mão direita escondida atrás das costas a segurar os pomos de ouro das Hespérides, pronto a avançar a qualquer momento.
Este fresco não é particularmente bonito mas conta uma história: a da rixa que teve lugar em 59 dC junto do anfiteatro de Pompeios* entre pompeianos e visitantes de Nuceria a pretexto de uns jogos de gladiadores. Já havia hooligans naquela época!
Quanto a este famosíssimo retrato de uma jovem com um estilete e tabuinhas para escrever, é apenas (talvez) o mais bonito exemplo de uma atitude standard em retratos daquela época.
Os Romanos, que não tinham obviamente fotografias das obras-primas originais para se deleitarem, copiavam-nas mil vezes para as terem por perto, em casa ou em espaços públicos. O próprio César, que era coleccionador de coisas belas, expunha-as em pórticos ou templos para que pudessem ser apreciadas pela população em geral.
*A tradução correcta do nome da cidade é Pompeios e não Pompeia, como me fez notar a Xantipa.
Estive no MANN há muitos anos, e só me lembro de que a sala onde se encontrava o retrato de César estava fechada. Protestei e expliquei que viera de Portugal especialmente para ver esse retrato, e consegui que me deixassem entrar. Desta vez não houve problema, vi-o e fotografei-o à vontade.
Há muito mais para ver, claro. O Hércules Farnese é extraordinário, aparentemente a descansar sobre os trabalhos completados mas, na realidade, em tensão, com a mão direita escondida atrás das costas a segurar os pomos de ouro das Hespérides, pronto a avançar a qualquer momento.
Este fresco não é particularmente bonito mas conta uma história: a da rixa que teve lugar em 59 dC junto do anfiteatro de Pompeios* entre pompeianos e visitantes de Nuceria a pretexto de uns jogos de gladiadores. Já havia hooligans naquela época!
Quanto a este famosíssimo retrato de uma jovem com um estilete e tabuinhas para escrever, é apenas (talvez) o mais bonito exemplo de uma atitude standard em retratos daquela época.
Os Romanos, que não tinham obviamente fotografias das obras-primas originais para se deleitarem, copiavam-nas mil vezes para as terem por perto, em casa ou em espaços públicos. O próprio César, que era coleccionador de coisas belas, expunha-as em pórticos ou templos para que pudessem ser apreciadas pela população em geral.
*A tradução correcta do nome da cidade é Pompeios e não Pompeia, como me fez notar a Xantipa.
4 comentários:
Foi no domingo passado que fui ao ROM ver essa exposição. Muito bem organizada. Os moldes de gesso “mexeram comigo”.
De acordo com a wikipédia pode-se dizer das duas maneiras: Pompeia e Pompeios
Bem sei, Catarina, tenho lido os seus posts 😊.
O nome em latim é Pompeii, por isso a tradução correcta é Pompeios. Os italianos dizem Pompei, não sei porque é que nós feminizámos.
A Xantipa é professora de estudos clássicos, diz Pompeios mas náo se ofende se usarmos a forma tradicional.
Só o Hércules já vale a visita, Gi !
Andou pela Europa uma exposição sobre Pompei, que vi em Madrid, onde extasiei diante dos frescos, como o da escritora, lindíssimo.
Já havia hooligans e grafiteiros a sujar paredes com piadas grosseiras.
Na recolha do lixo, acho que Portugal está muito à frente ! Itália ainda vai de contentores de tampa aberta e montes de sacos à volta no chão. Parece que as receitas do turismo pouco lhes interessam.
Mário, julgo que vi essa exposição em Bruxelas.
Os grafireiros de Pompeios foram muito úteis para os historiadores. Serão os de hoje também estudados daqui a dois mil anos?
Quanto ao lixo... e aos dejectos de cão... é melhor não falar muito.
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