quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A prova

Notícia do Jornal de Negócios:

95 mil prestações em risco
Segurança Social prolonga até dia 21 prazo para a prova de recursos
30 Dezembro 2010 | 18:02
Catarina Almeida Perei
ra - catarinapereira@negocios.pt
(...)
Os cerca de 95 mil beneficiários do rendimento social de inserção, de abono de família ou de subsídio social de desemprego que deixaram para os últimos dias a realização da prova de rendimentos têm até amanhã para pedir a palavra passe no "site" da Segurança Social. Caso não o façam, poderão perder os apoios.
A Segurança Social alargou, no entanto, o prazo de conclusão da prova de condição de recursos, de 31 de Dezembro para 21 de Janeiro.
(...)
Até ontem, foram realizadas 905.465 provas da condição de recursos. Tendo em conta que em causa estão cerca de um milhão de beneficiários, há ainda cerca de 95 mil provas por registar.


Não sei se isto é bom ou mau, mas verifico que os beneficiários destes subsídios têm acesso à Internet e sabem pedir uma palavra-passe num site governamental.

E ainda dizem que os portugueses são pouco qualificados...

Do ut des*

Notícia do Expresso:

Economia
Desempregados e pensionistas vão pagar taxas moderadoras
Os desempregados e pensionistas com rendimento superior a 485 euros vão pagar taxas moderadoras a partir de 2011.
Lusa
10:54 Quarta feira, 29 de Dezembro de 2010

(...)

Notícia do Público:

Saúde
Transporte de doentes não urgentes deixa de ser pago a quem ganha mais do que salário mínimo
29.12.2010 - 23:02 Por José Augusto Moreira, João d´Espiney
(...)

Notícia do i:

Economia
Maioria das taxas moderadoras sobe a partir de 1 de Janeiro
por Agência Lusa , Publicado em 16 de Dezembro de 2010
(...)

Se olharmos para a economia mundial, há dois tipos de países: aquele em que os cidadãos pagam imensos impostos e o Estado fornece praticamente todos os serviços, e aquele em que os cidadãos pagam relativamente poucos impostos e o Estado só se ocupa de poucas coisas, estando boa parte dos serviços a cargo dos privados. Um exemplo do primeiro é a Suécia, do segundo os Estados Unidos da América.

O que eu noto é que em Portugal cada vez se paga mais impostos e o Estado cada vez fornece menos serviços.


*Dou para que tu dês era na antiga Roma o contrato que se estabelecia com o deus: oferecia-se-lhe ou prometia-se-lhe uma oferta em troca da sua protecção ou boa-vontade numa determinada circunstância.

Mais um bocejo

Para mim a opção é simples: não vou votar em pessoas em cujas capacidades não acredito para um cargo que me parece, nos moldes actuais, completamente inútil.

Bandeira da página oficial da Presidência da República

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Jonas e a Ensitel

A minha experiência com os tribunais portugueses é muito má. E histórias como esta (via Delito de Opinião) são infelizmente tão comuns que nem ponho em dúvida o que aconteceu, mesmo não conhecendo pessoalmente a Jonas, aliás Maria João Nogueira: ela diz ter adquirido um telemóvel numa loja da Ensitel, telemóvel que se avariou ao fim de uma semana, pelo que pediu que lho trocassem por um novo. Depois de muitas peripécias, a troca foi recusada porque o telemóvel apresentava um risco na tampa da bateria. E o juiz do centro de arbitragem de conflitos de consumo de Lisboa concordou com a Ensitel: o telemóvel deve ser reparado e não trocado, porque apresenta o tal risco.

Pergunto eu: qual a importância do risco num telemóvel defeituoso? A ideia não é abatê-lo? Não deverá ser decerto revendê-lo a algum otário...

O ponto actual da história é a Jonas ter sido intimada pelos advogados da Ensitel a apagar do blog os posts referentes a esta história, deixando, naturalmente, os bloggers todos indignados. Eu incluída.

Já há notícias nos jornais, e diz que peixeirada à antiga no Facebook e no Twitter.

Força, Maria João.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nuno e Cãopanhia

O Nuno e o António adoram animais e nunca os vejo senão rodeados de cães ou gatos, deles e dos clientes, que controlam com tanta calma e gentileza que não há um que se porte mal.

São os groomers do Jr: o António ocupa-se dos banhos e o Nuno da parte técnica e artística, e fica sempre desesperado quando lhe peço uma tosquia, o que acontece ou quando chega o verão ou quando, apesar da escovagem diária, começo a pensar que tenho em casa não um cão mas uma ovelha.

Hoje tivemos uma cena dessas, mas digam-me lá se o Jr não ficou lindo?


(Albufeira, Dezembro 2010)

Spam natalício

Clipart Se há coisa que me irrita é receber mails parvos de gente que não conheço mas obteve o meu endereço a partir de outros mails parvos mandados por amigos a grupos enormes sem ser em cópia oculta, apesar dos meus avisos repetidos.

Imagem daqui

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Inverno russo

Nem só de Vivaldi vive o homem (ou a mulher, naturalmente), porque houve mais quem se inspirasse nas épocas do ano para compor boa música: Tchaikovsky, por exemplo. Da suite para piano As Estações, aqui fica Dezembro tocado por Ashkenazy.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Compras de Natal

Quando comprardes os presentes de Natal lembrai-vos - de passagem, suavemente, não vá isso estragar o espírito festivo - que quando não estais a pagar os ordenados de miséria da China, é porque estes já são demasiado altos para os gostos de alguns, e há quem (se) venda mais barato.


(Guia, Dezembro 2010)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Chuva

Diz o windguru que não vai chover no Natal. Abençoado, que nem eu nem as couves aguentamos já tanta água.

(Serra algarvia, Dezembro 2010)

Lá vai comboio

Notícia do Público:

Transportadora vai acabar com o serviço regional
Governo prepara desmembramento da CP que ficará reduzida ao longo curso
17.12.2010 - 09:37 Por Carlos Cipriano
A CP prepara-se para eliminar 450 quilómetros do serviço regional - o mais deficitário da empresa e onde já foram abatidos 144 quilómetros de linhas -, tornando-o residual em termos da sua área de operação.
(...)
Além das linhas onde o serviço regional será simplesmente suprimido, prevêem-se reduções do número de comboios nas linhas do Algarve, do Douro, do Oeste e do Minho.
(...)
Em 2009, o serviço regional da CP deu prejuízos de 56,6 milhões de euros, sobretudo nas linhas do interior, onde, muitas vezes, as automotoras circulam com menos de dez passageiros.(...)
Mas a fraca procura do serviço regional é também vítima da maneira como a própria CP está organizada (...). Uma viagem do Bombarral para Espinho implica que um passageiro tenha de apanhar cinco comboios, do Rossio para Leiria e do Pinhão para Viana do Castelo quatro comboios.
O tarifário é também desencorajador da procura porque resulta do somatório dos vários comboios que o passageiro apanhar numa só viagem.(...)
Com tarifas e horários desencontrados não surpreende, assim, que o serviço regional tenha pouca procura.
(...)


Uma boa peça jornalística, para variar. Mais uma vez é de lamentar que os nossos desgovernos se preocupem com vestidos de
festa (o TGV) e se esqueçam da roupinha de todos os dias. Quando não do banho.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Acordo orto-quê?

Num cartaz à beira da auto-estrada para o Algarve:

AUTEDOR
ALUGA-SE

Pizarro no CCB

Consegui ontem enfim assistir pessoalmente a um dos recitais de Artur Pizarro da série obras completas para piano de Chopin, que incluiu este Nocturno op 15 nº2, aqui pelo pianista Jorge Bolet.


Pizarro, além de tocar maravilhosamente, é uma simpatia.

Do pão e da galinha

Sou só eu que acho estranho que uma criança com fome* corra atrás de uma galinha para apanhar o pedacito de pão que esta levava no bico para comer (F. Nobre vs F. Lopes, 9:53m) em vez de apanhar a galinha?

Nota: não vi o segundo debate, tendo tido um programa muito mais interessante para fazer.

*Fome a sério, ninguém estava a falar de apetite.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Primeiro bocejo

Gostava de saber como é que um homem que tinha 18 anos em 25 de Abril de 1974 lutou toda a vida contra o facismo (sic) (...) enfrentando os maiores obstáculos, como disse ontem orgulhosamente (10:54m) o candidato do Partido Comunista Português à presidência da República.

Em todo o debate ouvi pela primeira vez alguém (Fernando Nobre) perguntar a um dirigente comunista se já tinha criado um único emprego (09:45m). O inquirido, obviamente, não respondeu.

Incesto

Notícia do Telegraph:

Switzerland considers repealing incest laws
Switzerland is considering repealing its incest laws because they are "obsolete".
By Allan Hall in Berlin
4:17PM GMT 13 Dec 2010
The upper house of the Swiss parliament has drafted a law decriminalising sex between consenting family members which must now be considered by the government.
There have been only three cases of incest since 1984.
Switzerland (...) insists that children within families will continue to be protected by laws governing abuse and paedophilia.
(...)


Os diferentes partidos suíços têm, naturalmente, visões diferentes sobre o tema - e já agora veja-se como é dada esta notícia: a Suíça, em vez de um grupo parlamentar suíço. Os Verdes podem ter razão em dizer que se trata de um problema moral e não penal, mas suspeito que (curiosamente?) entre eles deve haver muitos admiradores de Wagner ;-)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Soma e segue

A transmissão directa de récitas da Metropolitan Opera House continua, e o sucesso está a ser tal, num país à míngua de ópera de qualidade, que já há sessões esgotadas e outras em vias disso. Para o espectáculo de sábado passado já só arranjei bilhetes para uns lugares enviesados mas apesar do torcicolo valeu bem a pena.

Vi a ópera Don Carlo ao vivo no S. Carlos em finais dos anos 70, e lembro-me sobretudo de ter ficado impressionadíssima com o rei Filippo. Investigações de amigos melómanos concluíram que o cantor era Cesare Sieppi, e que por isso não foi leviana a minha admiração.

O Filippo do Met foi, no sábado, Ferrucio Furlanetto, mas a sua belíssima e genuína voz de baixo teve de bater-se com um elenco masculino de luxo: Roberto Alagna em grande forma (fez-lhe bem o divórcio?) no protagonista, Simon Keenlyside que após o que me pareceu alguma dificuldade inicial na respiração fez uma excelente figura como Rodrigo, os dois outros baixos: Eric Halvarson magnífico também cenicamente no Grande Inquisitore e, a crer no programa impresso, Alexei Tanovitsky, que há seis meses no S. Carlos nos arrebatou e cantou agora o Frade, uma figura mal aproveitada pelo encenador.

Magnífica também Marina Poplavskaya em Elisabetta, que juntamente com Alagna no dueto final me levou à beira das lágrimas. Eu sei que sou um coração mole, mas chorar na ópera? Felizmente a chegada dos vilões poupou-me a essa indignidade.

De entre os principais quem me pareceu mais fraca foi Anna Smirnova, a princesa Eboli, sem graves nenhuns, e sem conseguir de todo fazer-nos acreditar na sua beltà.

Uma palavra de apreço para Layla Claire no pagem, e outra para a orquestra e o maestro Yannick Nezet-Seguin que nos deram uma versão intensa e emocionante, de tal modo que as quatro horas e meia pareceram curtas. Os cenários variaram entre o moderno mas não atrevido, o clássico naturalista e o de mau-gosto (a fogueira da inquisição). E para terminar volto a dizer que isto não é o mesmo que ver ao vivo, porque a amplificação uniformiza as vozes, falseando os valores relativos.

Os clips que aqui ficam são a grande ária de Filippo, cantada por Furlanetto e a ária final de Elisabetta por Poplavskaya, tal-qual o fizeram agora, mas em 2008 na ROH:




e o dueto de Carlo e Rodrigo, na versão actual do Met:

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Desaprender

Notícia d'El País (via Desmitos):

El déficit económico de Cuba
Cuba carece de recursos para sobrevivir más de dos años
Los consejeros comerciales de China, España, Francia, Italia, Canadá, Japón y Brasil anticipan una "fatal" situación económica antes de lo previsto. El italiano habla de la "insolvencia" en 2011
JUAN JESÚS AZNÁREZ - Madrid - 09/12/2010
(...)
El cultivo privado de tierras ociosas, una reforma potencialmente significativa, aplicada en 2009, no ha sido efectiva por la inexperiencia de los adjudicatarios y la carencia de maquinaria, capital y mercados. (...)

Pois é: quando uma actividade é abandonada, perde-se rapidamente e para sempre a experiência acumulada. Os militares sabem bem que assim é, os artesãos também, e quem vive no Algarve pode dar-se claramente conta de como o problema do desemprego é tanto maior quanto toda uma população se dedicou ao turismo e à construção civil e agora não sabe fazer mais nada.

Não nos iludamos: o resto do país, de uma forma ou doutra, sofre do mesmo mal.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A educação segundo a OCDE Parte II

Passando os olhos pelo tipo de perguntas usadas nos exames do PISA, verifico que se dirigem à compreensão e ao raciocínio e não, por exemplo, à memória, num contraste evidente com o que era o ensino de há algumas décadas.

Por um lado isso é muito bom: como declara o próprio PISA (PISA 2009 Results, Vol I, pg 5), pretende-se avaliar a capacidade de o sistema de ensino preparar os alunos para a vida - quer dizer, para a sociedade e economia globais. Precisamos de pessoas inteligentes, ou seja, capazes de resolver problemas, porque os conhecimentos memorizados não chegam se não forem adequadamente relacionados.

Assim o entendeu a Coreia do Sul, que apesar dos bons resultados no PISA 2000, considerou que as capacidades dos estudantes precisavam de ser melhoradas para enfrentar as novas exigências de um mercado de trabalho internacionalmente competitivo.
Uma perspectiva foi mudar o foco do currículo coreano de arte e linguagem de preocupação em gramática e literatura para áreas e estratégias necessárias para a compreensão e a representação criativas, segundo as linhas em que se baseia o PISA
. (PISA 2009 Results, Vol V, pg 33)

Tenho contudo algum medo de que se esteja a ir de um extremo a outro. Não podemos abandonar completamente o armazenamento de conhecimentos, confiando em S. Google para os encontrar quando precisamos deles: é que muitas vezes se não os tivermos em armazém não saberemos sequer que existem para os procurarmos.

Por isso me atrapalha que as pessoas não saibam quem foi Picasso, ou Beethoven, os reis de Portugal ou o primeiro presidente dos Estados Unidos, que nunca tenham sabido de cor um soneto de Camões nem o significado de meia dúzia de datas.

Cada volume deste relatório tem mais de 200 páginas, mas quem se interessa por educação bem pode dar-lhes uma vista de olhos.

A educação segundo a OCDE Parte I

A divulgação do relatório da OCDE sobre os resultados da avaliação de estudantes prestes a terminar o ensino obrigatório em cerca de 70 países que representam 90% da economia global tem gerado na imprensa portuguesa as reacções esperadas: há quem mostre satisfação por os nossos estudantes terem feito progressos, e há quem discuta as razões de tais progressos.

O sr. José Sousa, naturalmente, embandeira em arco, reclamando para o seu desgoverno as melhorias, como se distribuir computadores pelas crianças da primária, preencher os furos nos horários ou as faltas de professores pelas chamadas aulas de substituição ou andar para diante e para trás em relação ao sistema de faltas e reprovações e às avaliações dos professores contribuíssem para os resultados dos alunos de 15 anos no mesmo ano em que foram tomadas essas medidas.

O que seria bom seria as pessoas, e nomeadamente os jornalistas, lerem os relatórios em vez de ficarem pelas superficialidades. Veriam assim que o PISA (Program for International Student Assessment) procura determinar não o grau de conhecimento mas a capacidade de obter e utilizar imediatamente o conhecimento, e se foca em três aspectos: leitura, matemática e ciência. Em 2009 dirigiu-se principalmente à capacidade de leitura dos alunos, nas componentes de acesso, captação, reflexão e avaliação.
O PISA divide então os alunos em 7 níveis de competência, sendo o 6º o mais elevado, e o que é triste é que entre 2000 (ano do primeiro teste PISA, também vocacionado par a leitura) e 2009 Portugal subiu a performance dos estudantes dos níveis mais baixos, dos quais tinha em 2000 uma das maiores percentagens da OCDE (PISA 2009 Results, Vol V, pg 70) mas manteve a dos níveis mais altos (pg 16). O mesmo se passa em relação à ciência (pg 71). Só em relação à matemática, na qual em 2003 quase 1/3 dos alunos se encontrava abaixo do nível 2 (pg 64), é que Portugal mostra melhorias nos níveis mais altos (pg 71).

Podemos ficar contentes por termos melhorado alguns índices, mas não podemos deixar de notar quão atrasados ainda estamos em relação aos países mais bem preparados da Europa, nem como as regiões de Shanghai e Hong-Kong na China, Singapura e a Coreia do Sul registam consistentemente as melhores pontuações (PISA 2009 Results, Vol I, pg 197). Enquanto nos contentarmos com a mediocridade não vamos a lado nenhum. Muito menos sair da crise em que nos atolámos.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lip dub

Não conhecia o lip dub, ao que parece uma filmagem de uma ou várias pessoas movimentando-se ao som de uma música que depois é acrescentada ao filme como banda sonora.
Inventado há quatro anos por Jakob Lodwick, transformado em projecto de trabalho por um grupo de alunos da Universidade de Furtwangen, que o propôs num único cut, já é uma moda em tudo quanto é escola em todo o mundo e está em Portugal.

Mão amiga fez-me chegar este lip dub da Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes em Olhão, um trabalho excelente de concepção, ensaio e realização. Se estes adolescentes se aplicarem noutros projectos tanto como neste, o País ainda não está perdido.

A Valquíria do Scala

Como, infelizmente, esta é a temporada em que nos ficamos pelas transmissões televisivas, ontem estive a ouver no Mezzo (se me tiram o Mezzo eu desisto da televisão por cabo) parte da récita inaugural do Teatro alla Scala, uma Walküre que valeu pelas belíssimas vozes de Nina Stemme e Waltraud Meier, numa encenação idiota com cenografia e figurinos de fugir, um Vitalij Kowaljow capaz, um Simon O'Neill com problemas e umas valquírias fraquinhas.
Como só apanhei a emissão já a meio do segundo acto, não posso comentar os outros cantores, mas no Valkirio, entre posts, comentários e links, há mais.

Que bom pretexto para pôr aqui esta soberba interpretação wagneriana da Stemme.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

José e Pilar - o filme

Por uma vez que seja, junto-me ao coro de louvores: José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes, é um filme belíssimo.

Gostar ou não dos personagens, isso é com cada um. Eu vi um velho cheio de vontade de viver enredado numa teia incontrolável, e uma mulher determinada e ambiciosa que só se dá conta da teia em que o enredou quando quase o perde. Se há amor? O realizador, com delicadeza, apenas capta os gestos e as palavras: as conclusões são do espectador.

Como cinema, isto é, como história contada numa sequência de imagens em movimento, é muito bom. Vale a pena ver.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Os carros mais bonitos Parte V

Eu já tinha avisado que também gosto de alguns carros pequenos e redondos como rebuçados e, como andamos aguilhoados pelas notícias da crise, aqui fica um carrinho pequeno e com um preço mais alcançável que consegue ser cool como tudo - ainda mais sem capota.

Imagem do blog de Richard Hammond

Há muitos anos andei num Cinquecento original de 57, que abria as portas da frente para trás. À procura de uma foto desse modelo, lembrei-me de que houve tempo em que os carros não traziam espelhos retrovisores...

Imagem daqui

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Morreu Ernâni Lopes

Não foi Ernâni Lopes, num governo de Mário Soares de mil novecentos e oitenta e tal, quem lançou um imposto extraordinário sobre o rendimento com efeito retroactivo?

Há coisas que ficam entranhadas na memória, sobretudo quando infringem regras que também o estavam.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um rei timorense?

Lê-se o discurso que o Senhor Dom Duarte fez ontem no Jantar dos Conjurados - também em video no YouTube ou em resumo aqui - e encontra-se ali bom senso, serenidade, e valores e sugestões importantes para Portugal e para os portugueses.

Depois lê-se nos jornais que o mesmo Dom Duarte pretende obter a nacionalidade timorense por ter com Timor relações profundas, e pergunta-se onde está o bom senso. É verdade que Dom Duarte sempre foi amigo e defensor do povo timorense, mas pedir a nacionalidade?

Este homem não é um português qualquer imigrado noutro país, que sentindo-se integrado tanto como (ou mais que) em Portugal pede a nacionalidade respectiva. Não é sequer um artista que, acarinhado igualmente noutro país, pede também a dupla nacionalidade. É o pretendente a Rei de Portugal.

Pode o pretendente a Rei de Portugal amar outro país a ponto de desejar uma segunda nacionalidade?
Não terá o compromisso do Rei com o seu povo de ser total e inequívoco? Se para ele Timor e Portugal valem o mesmo, isso quer dizer que está preparado para ser Rei de um como de outro? Ou nem de um nem de outro?

Como se pode ser Rei de um país e simples cidadão de outro?