domingo, 27 de julho de 2014

O tamanho do mundo

A violência contra os mais vulneráveis não tem fim, pelo contrário, parece adquirir a cada dia mais crueldade. Na segunda década do século XXI, quando a informação chega aos confins do mundo, a tortura, a violação, a mutilação e a morte continuam a ser afirmações de poder de energúmenos ignorantes.

As notícias que de vez em quando explodem são a espuma que sobrenada práticas continuadas. Os países onde essas práticas parecem ser normais vão desaparecendo do mapa do meu desejo. Provavelmente nunca visitarei o Iraque nem o Irão, nem qualquer país do Médio Oriente; parecem-me vedadas a África quase toda e uma boa parte da Ásia. Até pedaços de céu são inseguros.

Dei por mim a pensar, ainda bem que fui a tal país, porque agora não iria lá, ainda bem que fui a este e àquele, porque agora estão fora do meu horizonte.

O mundo, para mim, está a ficar muito pequeno.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Árvores dos pompons

De vez em quando árvores em que nunca tinha reparado resolvem florir.

(Praia do Lourenço, Julho 2014)

Andei a pesquisar e parece-me que são Metrosideros robustas como as do blogue Dias com Árvores. São originárias da Nova Zelândia, parentes das árvores dos escovilhões, e as flores devem ser muito doces porque ao fim da tarde as abelhas não as largavam.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Goleados

A selecção portuguesa de futebol bem podia convidar a selecção brasileira para um jogo amigável de comiseração.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Château d'Amboise

Amboise, à beira do Loire, tem origem galo-romana, cresceu em importância a partir da idade média nas guerras entre os senhores feudais e o rei de França, e o seu castelo foi residência real, durante temporadas mais ou menos longas, desde que Charles VII o confiscou (outra vez ele!) até ao reinado de Louis XIV.


Ao longo da sua história o castelo sofreu muitas alterações, acrescentos e destruições. As duas alas da residência são de épocas sucessivas: à esquerda, o estilo é gótico, à direita, renascentista.


A capela de Saint Hubert foi o verdadeiro objectivo da minha visita.


(Amboise, Junho 2014)

Mais precisamente o seu interior: é lá que está sepultado Leonardo da Vinci, que viveu em Amboise, a convite do rei François I, os últimos anos da sua vida.

Eles andem

Os carros com as máquinas de fotografar para a street-view da Google.

(Faro, Julho 2014)

Não sei porquê, ainda só os vi de "cara" tapada.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Bourges

Quando Vercingetorix levou os gauleses a incendiar as suas cidades para evitar que os romanos se pudessem aprovisionar, os bituriges intercederam pela sua capital, Avaricum, a mais bonita cidade de quase toda a Gália*, por ser, segundo eles, fácil de defender pela natureza do local, rodeado por quase todos os lados por um rio e por pântanos e com um único acesso, e esse muito estreito.* Vercingétorix acabou por ceder aos seus pedidos e à compaixão geral* e César, após vinte e cinco dias de um cerco em condições duríssimas, sob um mau tempo constante, tomou a cidade.

Avaricum chama-se hoje Bourges. Os pântanos e o rio ainda lá estão:



e a cidade, se não a mais bonita, é sem dúvida uma graça


Eu julgava ter de ir à Alsácia para ver em França barrotes de madeira nas fachadas das casa, mas afinal nesta viagem não faltaram: aqui são originais do fim do século XV/princípio do XVI.

Mas há mais: a catedral de St. Étienne, do século XII (foto composta)


e o palácio de Jacques Coeur, um grande comerciante, conselheiro e argentier (uma espécie de director do banco central) do rei Charles VII até cair em desgraça.


A propósito, este rei devia ter sido cognominado o ingrato: deixou condenar Jacques Coeur por inveja da sua riqueza, e foi também ele que deixou condenar Joana d'Arc, cujas vitórias militares o levaram ao trono.

Finalmente, uma surpresa ao fim da tarde, no jardim de um simpático restaurante chamado Au Nez du Vin que, oh estranheza! não tem um website:


(Bourges, Junho 2014)



* C.I.Caesar, Commentarii de Bello Gallico, VII, 15