sábado, 29 de maio de 2010

Restez!

Felizmente há o Mezzo, e Max Bruch, e o YouTube, e Joshua Bell... ♥ ♥ ♥ ♥




... e Itzhak Perlman, claro ♥


Boa noite ;-)

Allez

Fazendo zap pelos canais de televisão julguei ouvir uma versão remisturada do hino da Juve Leo, mas era a canção com que a França concorre este ano ao concurso da Eurovisão...

(A sério, ainda existe, a Eurovisão?)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Questões para um milhão de dólares

Encontrado no 31 da Armada:

Suptieng

A palavrinha mágica (diz-me a Rachelet que o nome técnico é captcha) que tive de copiar para deixar um comentário no 2 Dedos de Conversa foi suptieng, que me soa a peça de vestuário feminino com sotaque provençal.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A partida do deus

Notícia do Corriere della Sera:

Il caso - Il commissario straordinario: progetto redatto da chi mi ha preceduto
Pompei tra ruspe, cavi e mattoni
Contestato il restauro del Teatro

L’Osservatorio del patrimonio culturale scrive al ministro Bondi: «La cavea costruita ex novo, un fatto grave»

dal nostro inviato ALESSANDRA ARACHI
(...) I martelli pneumatici diventano quasi un dettaglio nel terribile cantiere del Teatro Grande di Pompei, invaso da betoniere, bob kart, ruspe, cavi, levigatrici e chi più ne ha ne metta.(...)
(...) Scrive Antonio Irlando, responsabile dell’Osservatorio, al ministro: «La gravità è facilmente e banalmente dimostrabile, in particolare della cavea, che, rispetto ad una qualsiasi foto o disegno di diversi momenti della vita degli scavi, risulta completamente costruita ex novo con mattoni in tufo di moderna fattura». (...)


É difícil acreditar que Pompeia se esteja a transformar em mais uma fancaria em betão, mas é o que o repórter denuncia. Vi na Grécia tais restauros, desde o teatro e o hipódromo de Rhodes ao palácio de Knossos. O pessoal anda por ali, tem mais facilidade em perceber como eram as coisas, mas juro que falta a presença do génio do lugar que, amargurado, se terá mudado para outras paragens.

(Rhodes, Rhodes, Setembro 2005)


The God abandons Antony

When suddenly, at midnight, you hear
an invisible procession going by
with exquisite music, voices,
don’t mourn your luck that’s failing now,
work gone wrong, your plans
all proving deceptive—don’t mourn them uselessly.
As one long prepared, and graced with courage,
say goodbye to her, the Alexandria that is leaving.
Above all, don’t fool yourself, don’t say
it was a dream, your ears deceived you:
don’t degrade yourself with empty hopes like these.
As one long prepared, and graced with courage,
as is right for you who proved worthy of this kind of city,
go firmly to the window
and listen with deep emotion, but not
with the whining, the pleas of a coward;
listen—your final delectation—to the voices,
to the exquisite music of that strange procession,
and say goodbye to her, to the Alexandria you are losing.


C. P. Cavafy, Collected Poems, Princeton, New Jersey, 1992

Sair do euro

Notícia do Jornal de Negócios:

Economia Publicado 25 Maio 2010 00:01
"A economia tem sido destruída pelo euro"
A estagnação da economia é, em parte, consequência da força da moeda única, afirma, em entrevista, João Ferreira do Amaral. A saída temporária do euro ou mecanismos de protecção dentro dele são soluções apontadas para adaptar a economia portuguesa. (...)

Os economistas às vezes dizem cada coisa... Saída temporária, que será? Faz lembrar aquelas separações temporárias de casais, nas quais só um dos parceiros acredita.

De qualquer maneira, talvez tenha havido uma altura boa para Portugal sair do euro, mas não me parece que seja agora. Apesar de os economistas já estarem de acordo no pouco senso que faz uma economia fraca como a nossa ter a mesma moeda que uma economia como a alemã, sair agora, com a reputação que o país adquiriu, iria levar a uma desvalorização da nossa moeda muito para além do que o escudo valia quando aderimos.

Assim sendo, a nossa famosa dívida alcançaria valores monstruosos que nunca poderíamos pagar. Por isso, ou saímos todos ou é melhor não sair nenhum.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vigiar as praias

Notícia do Diário de Notícias:

Praias
Concessionários devem assegurar vigilância mesmo fora da época balnear
por Lusa Hoje
A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) defendeu hoje que os concessionários das zonas balneares devem acautelar e suportar financeiramente os custos da vigilância nas praias fora da época balnear oficial.
(...)
No último fim de semana, segundo os dados oficiais, morreram três pessoas nas praias portuguesas, uma encontra-se desaparecida e uma criança ficou gravemente ferida.
(...)
Aliás, no entender do presidente da ANBP, "os preços praticados" por estes bares e restaurantes nas zonas de praia permitem suportar os custos dos nadadores salvadores e ainda ter "a sua quota de lucro".
(...)


Por sua vez, segundo o Público, a Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (Fepons) quer que sejam as câmaras municipais a financiar a vigilância das praias, durante todo o ano, com verbas de uma nova taxa sobre o comércio, enquanto o partido ecologista Os Verdes anunciou hoje que vai entregar durante a semana uma proposta legislativa para alargar a época balnear e estabelecer uma responsabilidade partilhada pela vigilância das praias entre Estado e concessionários, sendo que em vez de os concessionários pagarem aos nadadores salvadores, deveriam pagar ao Estado uma taxa, que variaria de acordo com o tipo de apoio de praia.

Os Verdes são talvez o grupo mais razoável e mais próximo da realidade. Acho curioso que ainda hoje os portugueses tenham sempre como mote, mais ou menos evidente, os ricos que paguem a crise, sendo que os ricos são sempre os outros, que ganham sempre dinheiro e nunca têm despesas.

A lei actual exige que os concessionários das praias tenham em permanência durante a época balnear, não sei exactamente em que horário mas admito que sejam oito horas diárias e não mais, dois nadadores-salvadores e um ajudante.
Ora eu conheço algumas concessões de praia, frequento os restaurantes há anos, e tenho assistido a um declínio claro no número de clientes. Quanto ao aluguer de toldos e espreguiçadeiras, não brinquem comigo, são muito poucas as pessoas que não levam o guarda-sol e se estendem na areia.

Quero com isto dizer que os lucros dos concessionários, que pagam, além dos nadadores-salvadores, os cozinheiros e empregados dos bares e restaurantes, licenças várias e a própria concessão, não são assim tão evidentes, e que querer que paguem a segurança da praia durante todo o ano, e já agora porque não à noite? é um perfeito disparate.

Quanto a taxas extra sobre o comércio, penso que todos temos ideia de quanto as margens de lucro têm sido esmagadas nos últimos anos.

O problema é que qualquer lei que se faça, e é possível que se faça porque até seria, à primeira vista, popular, o Estado não espera que seja cumprida. Como muitas outras completamente inviáveis para as pequenas empresas, o que se espera é exactamente o contrário: que não sejam cumpridas, para se poder multar os incumpridores.

As multas são o que este desgoverno quer. Quentes e boas, a entrar nos cofres. Um bónus a quem cobrar mais. Ah pois.

Nojo de país.

domingo, 23 de maio de 2010

História

A História começa quando já não há ninguém que possa contar como viveu os acontecimentos.

sábado, 22 de maio de 2010

Fama

Pior que ter fama sem proveito é ter fama sem estar sequer interessado em ter proveito.

Último desejo

Lido no blog Quadripolaridades (via Teresa):

Qual foi o último desejo da economia da Islândia antes de morrer?
Que as suas cinzas fossem espalhadas pela Europa...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pagar

Leio os jornais, oiço as notícias na televisão e diante de tanta confusão e mentira tenho vontade de vomitar.

E não me digam que ignore: é neste país que vivo, que trabalho, que pago impostos. E os meus impostos pagam, não já as viagens dos deputados, as comissões de inquérito, as obras de construção civil supérfluas, os fatos do primeiro-ministro, mas somente os juros da dívida que o país contrai para pagar tudo isso.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Passos Coelho não sabe bailar

Notícia do Expresso:

Passos Coelho diz que Sócrates tem visão irrealista do país
O presidente do PSD, Passos Coelho, considera que a leitura que o primeiro ministro faz da situação do país é irrealista e impede um entendimento de médio e longo prazo entre o seu partido e o Governo.
Lusa
17:29 Quarta-feira, 19 de Maio de 2010

(...)
"O que precisávamos em termos estruturais de ganhar em matéria de consolidação da despesa primária, não iremos fazer. Como o Governo continua com a perceção de que daqui a meio ano a oito meses vai poder lançar os concursos todos, voltar à travessia do Tejo, a mais TGV, a mais estradas e por aí e fora, eu julgo que a partir de 2014 ninguém quererá ser Governo em Portugal", declarou.


Eu andava a pensar como iria Passos Coelho reagir à afirmação do sr. Sousa de que já tinha parceiro para dançar o tango. A resposta parece ser que não está disponível para grandes milongas. Se convence? Bah.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Voar ou não voar

Notícia do Corriere della Sera:

Secondo una ricerca i vulcani islandesi sono in un ciclo che potrebbe durare decenni
Volare ai tempi della nube
Motori protetti e radar ottici

Nuovi blocchi nel Nord Europa, le compagnie si attrezzano per far fronte all'emergenza continua
(...) il problema ceneri vulcaniche comincia per fortuna ad essere considerato seriamente. Alla fine di aprile i rappresentanti dei costruttori aeronautici Airbus, Boeing, Bombardier, Dassault, Embraer, dei fabbricanti di motori General Electric, Rolls Royce, Pratt & Whitney e Safran, delle autorità aeree americane ed europee e delle compagnie si sono riuniti definendo le prime soglie di rischio (...)
Si tratta, ovviamente, di soglie provvisorie in attesa che le ricerche ora avviate un po’ dovunque stabiliscano come intervenire sui motori per renderli invulnerabili alla minaccia.(...)
Giovanni Caprara
17 maggio 2010


Não sei o que é necessário fazer para tornar os motores invulneráveis à cinza vulcânica (filtros de partículas não chegam?) mas por favor despachem-se. Além de o turismo estar pelas ruas da amargura - eu própria acho que nos próximos tempos só viajarei para lugares de onde possa voltar de comboio - tenho um doente holandês para repatriar e não consigo que voe, o que além de inconveniente me parece aberrante.

Já não há dinheiro

Notícia do Telegraph:

Labour's warning to new Government:
'there's no money left'
The former chief secretary to the Treasury, Liam Byrne, left a note in a desk stating, "I'm afraid to tell you there's no money left," his successor has claimed.
Published: 10:29AM BST 17 May 2010
His pithy summary of the serious challenges facing the new power-sharing administration was revealed by Liberal Democrat David Laws, who has taken on the role.
(...)
Mr Byrne insisted the message was meant as a private joke.
(...)


Triste piada. Mas quando mudarmos de ministro em Portugal pode já nem haver papel nem tinta para deixar mensagens.

domingo, 16 de maio de 2010

Caminhos

A Quinta do Lago é possivelmente o lugar mais civilizado do Algarve, graças à visão de André Jordan.
Entre outras coisas simpáticas tem caminhos ao longo da Ria, onde andaram a pôr uns bancos que daqui a pouco tempo, quando o calor chegar, devem ser particularmente apetitosos para quem por ali quiser passear.

Salvas as devidas diferenças, lembraram-me o Caminho dos Filósofos em Heidelberg, de que o Mário há poucos meses falava.

(Quinta do Lago, Maio 2010)

Escovilhões brancos

Já aqui tinha mencionado o arbusto dos escovilhões, que o Paulo identificou como um Callistemon, planta endémica da Austrália e introduzida na Europa no século XVIII.

Ora encontrei outro arbusto que dá escovilhões: estes são brancos e a folhagem é muito distinta, embora se trate de um parente, de seu nome Melaleuca, que também está a dar-se bem aqui pelos antípodas. Tem, dizem, propriedades medicinais e já a vi listada como principal ingrediente em shampoo para cães.

(Quinta do Lago, Maio 2010)

sábado, 15 de maio de 2010

Não se admitem

Notícia da SIC:

Publicação: 15-05-2010 21:32 | Última actualização: 15-05-2010 21:34
Governo vai congelar a admissão de médicos, enfermeiros e professores
O Plano de Austeridade, anunciado pelo Governo, vai afectar todos os portugueses. Uma das novidades é o congelamento de admissões de pessoal na Função Pública. Uma medida que se estende à Educação e à Saúde. O Serviço Nacional de Saúde está proibido de contratar médicos e enfermeiros.(...)
O número de professores desempregados e a falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde não são razões suficientes para José Sócrates excluir educação e saúde do Plano de Austeridade. (...)
(...) A ordem é do ministro das Finanças, que passa a ter a última palavra na admissão de pessoal da saúde, que tem de ser proposto caso-a-caso pela própria ministra Ana Jorge.
(...)


Não foi este desgoverno que abriu novas Faculdades de Medicina contra a opinião da Ordem dos Médicos? Não foi este desgoverno que bradou aos céus quando centenas de médicos pediram no princípio deste ano a reforma antecipada?

Leiam-se mais pormenores sobre a situação no Público, e pense-se se este ataque de austeridade não é mais um sinal do desnorte que vai naquelas cabeças.

Rusalka

A ouvir no canal Mezzo esta versão do que conheci em criança como A Sereiazinha de Hans Christian Andersen, uma história encantadora, mágica e cruel.

Renée Flemming vai lindamente, e quem imaginaria uma ópera cuja protagonista tivesse de passar quase um acto inteiro em palco sem cantar?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Percentagens

A prova de que a educação vai mal em Portugal, nomeadamente os conhecimentos de português e de matemática, está nas notícias de hoje de alguns meios de comunicação social como o Diário de Notícias, o i, a SIC e o Correio da Manhã (este na edição impressa, a online já vem corrigida), que afirmam que o IVA vai subir 1% em todos os escalões.

O que o desgoverno diz é que vai subir um ponto percentual, ou seja, de 20 para 21%, de 12 para 13% e de 5 para 6%. E isso, na realidade, corresponde a aumentos de 5%, de 8.3% e de 20% respectivamente. Vinte por cento nos produtos alimentares e medicamentos, está bem?

E das duas uma: ou teremos aumentos nos preços, ou as margens de lucro dos comerciantes vão diminuir. Isso é bom para a economia? Dispenso-me de responder.

Dia da Espiga

O dia da Espiga é uma festa tradicional algarvia, e julgo que também alentejana. Lembro-me de ter ido uma vez em criança, com as criadas, colher a Espiga, que afinal é um ramo composto por espigas de trigo, papoilas, malmequeres, e, segundo a Wikipédia porque eu já não me lembro, folhas de oliveira, de alecrim e de videira.
Este conjunto, com o seu significado óbvio de fertilidade, deve ser pendurado na porta da casa para a proteger até ao ano seguinte.

No Algarve ainda não é difícil encontrar os componentes da Espiga, mas naquela altura fiquei com a sensação de termos andado imenso à procura, sob um intenso calor, e o regresso fez-se à boleia, o que desagradou ao meu pai, sempre discretamente preocupado com a segurança (num recinto público com muita gente uma das primeiras coisas que fazia era procurar localizar as saídas de emergência).

Como de costume a miscigenação entre o cristianismo e as práticas pagãs encontra-se no dia da Espiga, que coincide com a festa móvel cristã da quinta feira da Ascensão. Anteriormente estas celebrações relacionavam-se com o calendário lunar e as estações do ano e, se tivermos o cuidado de reparar, as festas cristãs ainda se podem reportar a esta calendarização.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Rolhas

Soube pelo blog Eça é que é essa! que há uma votação no Wall Street Journal sobre o melhor tipo de rolha para o vinho: cortiça ou plástico.

Ide lá votar, ide, que por enquanto somos os principais produtores mundiais de cortiça e neste caso é juntar o útil ao agradável.

Remendos

Não só nas estradas mas na política, na educação, em todos os campos para os quais deveria haver uma estratégia, este é um país de remendos. Remendos em cima de remendos, e maus remendos, que até isso há muito se deixou de saber fazer bem.


(Guia, Maio 2010)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Esquerda ou direita

Às vezes passo-me com certas coisas que se escrevem, e que se definem dentro da dicotomia política direita/esquerda.

Eu não gosto que o Estado se meta na minha vida: não gosto do socialismo, não gosto de nacionalizações, não gosto de impostos, sou a favor da livre iniciativa, da propriedade privada, da liberdade individual, e das diferenças entre classes. Isto, ao que parece, é ser de direita.

Pela mesma razão sou a favor do casamento para quem o quiser, não me preocupa a cor da pele nem a orientação sexual de cada um, respeito os animais, detesto touradas e caça e pesca desportivas, e não gosto nada de religiões (nenhumas). Isto, ao que parece, é ser de esquerda.

Na hora de votar a coisa complica-se, pois se cada partido me há-de cercear a liberdade à sua maneira, como escolher entre eles?

Dieta

Ouvido hoje de manhã:

Esta semana andamos a comer papa durante quatro dias.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

Velhas

Sabemos que estamos a ficar velhas quando:

  • ficamos contentes por nos dizerem que parecemos umas miúdas;

  • os internos fazem o que lhes pedimos sem sequer resmungar;

  • achamos que os dirigentes partidários ingleses têm ar de putos;

  • os únicos homens que nos cobiçam são carecas e barrigudos;

  • já não nos lembramos da penúltima vez em que nos trataram por menina;

  • os nossos amigos nos mandam retratos dos netos;

  • outras mulheres nos dizem, Quem me dera estar como tu quando chegar à tua idade.

Imagem de Heather Animations

sábado, 8 de maio de 2010

De quem?

Para os crentes na Bíblia Deus entregou a Moisés duas tábuas de pedra com os dez mandamentos que deveriam reger a vida dos cristãos.

Nuno Alexandre Silva hoje no Expresso, edição em papel, caderno Economia, pg. 21

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A voz na minha cabeça

Eu ia comentar respeitosamente o óbito de Giulietta Simionato, mas de passagem resolvi verificar se era ela a Adalgisa da minha gravação da Norma com a Callas, e dei-me conta que a mesma tinha desaparecido.

Ora se, como diz a minha mãe, as coisas não têm pezinhos para fugir, onde a terei posto?
Ou para onde a terá alguém levado?

Mas terei eu uma gravação da Norma com a Callas? Terei alguma vez tido mais que a intenção firme e inabalável de a adquirir?
E se não a tenho, de quem é a voz na minha cabeça?

Será o senhor Alzheimer a fazer das suas?

Dureza

Em verdade vos digo: a vida é dura, mas no Afeganistão é pior.

Aviso à navegação

O problema com as tentativas de suicídio é que muitas vezes não resultam e o pretenso suicida fica muito pior do que estava antes.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O décimo quarto cume

Claro que há portugueses capazes de feitos assinaláveis: o João Garcia completou no dia 17 de Abril o seu projecto de escalar sem oxigénio as quatorze montanhas mais altas do mundo (acima dos oito mil metros).

Foto: Annapurna, em Rankopedia


Nesse dia atravessava eu a Polónia de comboio de norte a sul, depois de me terem cancelado os voos (em avião a hélice), e mandei-lhe daquelas imensas planícies um pensamento amigo.

Ontem vi-o numa entrevista na televisão, muito sóbrio e sereno. Como sempre, desejo-lhe boa sorte para os projectos futuros.

Patriotismo

Apercebo-me do meu patriotismo pelos desgostos que diariamente Portugal me dá.

domingo, 2 de maio de 2010

De música e de patos

Não sei se fale hoje de música ou de patos. É que ontem fui a Vale de Lobo assistir a um recital do violinista João Pedro Cunha & amigos e na fila da frente sentavam-se três mulheres com os respectivos acompanhados, uma das quais me chamou particularmente a atenção: altíssima, com um vestido muito curto, cabelo pintado de louro, e sinais evidentes de demasiada cirurgia plástica, de tal modo que o rosto se tornara igual à sua própria caricatura: um pato.

Imagem por Aeæ in Wikimedia


Quanto ao recital, não foi transcendente. Algumas coisas funcionaram bem (os duetos com a violoncelista Sunita Mamtani) outras não (o Duo para violino e viola nº1 de Mozart foi uma cacofonia). O público no auditório gostou e foi brindado com um simpático encore.

Abortadeira

Assim me senti ao podar os meus quatro pés de vinha, que tendo conhecimento do dito popular muita parra, pouca uva o pretendiam desacreditar.

Eu quero sombra na minha pérgola e não dúzias e dúzias de cachos que amadurecem em Setembro, quando os amigos já partiram para o norte e a vindima já é mais feita pelos pardais do que por mim.

Mas admito que me fez impressão mandar para a compostagem tantas uvinhas-bebés.

(Ontem, no meu jardim)