terça-feira, 30 de julho de 2013

Sobre o poder

Rex Warner, Julius Caesar, Faber and Faber, Londres 2008 (1ª edição 1958):

The Young Caesar

All guidance is dangerous and a lack of guidance is disastrous - pg 188

For there is nothing good in itself in holding power and nothing finally glorious in making a limited use of it - idem

What is needed is not merely the solution of a particular and pressing problem; it is the transformation of the whole scene into something different - ibidem

If a man is unable or unwilling to use power except for limited ends, it does not matter how much power is put into his hands - pg 194

Indeed the people very rarely do rise spontaneously - pg 293

Imperial Caesar

Where one trusts most one can be most deeply injured - pg 67

People are apt to describe as "impossible" things which they either do not want to do or else have never seriously attempted - pg 155

He had too high an opinion of himself (or, with equal truth, one may say that his opinion of himself was not high enough) to put himself into a position where he might have to face criticism - pg 228

I cannot forget how consistently throughout my lifetime the names of virtues have been used to justify all sorts of obscurantism, greed and oppression - pg 347

Only in the sense that he stood for the anarchy of the individual conscience may Cato be said to have stood for liberty - pg 348

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Depressão

Mais que apagada e vil*, esta tristeza
É uma manta mansa, larga, densa,
Que cobre o que se diz e o que se pensa
E extingue sem remorso a chama acesa

Da esperança. Estende devagar
Os dedos de silêncio em cada canto,
Esmorece a raiva, o sonho e o pranto
E parece que come o próprio ar.

Transforma as cores todas em cinzento,
Fecha à chave as portas e janelas
Num quase imperceptível movimento.

Põe selos, puxa fitas, ata os nós:
Ficam fora todas as coisas belas
E dentro, embrutecidos, estamos nós.




* como dizia Luiz de Camões, in Os Lusíadas, Canto X, 145


Nota: Ninguém se aflija, por favor: este é um poema político, não pessoal.

sábado, 13 de julho de 2013

Cães na Alemanha

À entrada do restaurante do hotel em Wasserburg:


No ferry entre Lindau e Bregenz:


Na ponte de Lindau:

(Bodensee, Junho 2013)

Cinco dias, uma biblioteca

Para manter polido o chão da biblioteca barroca da Abadia de St. Gallen, bastam as pantufas que os visitantes têm de calçar. As fotos, infelizmente, nem sempre ficam como se quer...

(St. Gallen, Junho 2013)

Cinco dias, dois portos

Dois portos com entradas semelhantes: dum lado o farol, do outro uma estátua.
Em Lindau, o leão da Baviera observa quem entra e sai desde o fim do século XIX.

(Lindau, Junho 2013)

Em Constança, cem anos mais tarde, Peter Lenk criou uma homenagem irónica ao concílio que ali reuniu no século XV para acabar com diversos cismas religiosos: a cortesã Imperia roda lentamente sobre si própria enquanto equilibra nas mãos o imperador e o papa, nus e coroados.

(Konstanz, Junho 2013)

Cinco dias, três museus

Paul Klee (para quem o Mário me tinha chamado a atenção) e Fausto Melotti no Museo d'Arte de Lugano:


Eu já visitei os melhores museus de arte do mundo, por isso hoje em dia o que não é extraordinário pode ser uma decepção; no entanto, os pequenos museus temáticos como o Zeppelin Museum em Friedrichshafen, são frequentemente interessantes:


Ou até mesmo uma exposição de brinquedos antigos, como esta no pequeno Museum im Malhaus de Wasserburg:


Cinco dias, quatro lagos

O que posso dizer? Adoro lagos.

(Luzern, Junho 2013)

(Lugano, Junho 2013)

(Como, Junho 2013)

(Bodensee, Junho 2013)

Cinco dias, cinco países: Alemanha

Lindau, no Bodensee, ainda mostrava sinais das inundações das semanas anteriores:

(Lindau, Junho 2013)

Mas que simpática cidade, em que as igrejas católica e evangélica se erguem lado a lado:

A Rathaus, entre as pinturas, tem um relógio mecânico e um relógio solar:

Uma praça com casas harmoniosamente diferentes:

Nas redondezas, pomares e pomares de maçãs:

Este é também o país em que os pardalitos vêm comer à mão:

(Wasserburg, Junho 2013)

e os cães são tratados como deve ser.

Cinco dias, cinco países: Áustria

Em Bregenz, o calor era tanto que o único lugar onde se estava menos mal era no alto dos 1064m do monte Pfänder.


O cenário para o próximo festival estava a ser montado no célebre palco flutuante.


Ainda me passou pela cabeça levar o Jr ao cabeleireiro: podia ser que tivesse ar condicionado!

(Bregenz, Junho 2013)

Cinco dias, cinco países: Liechtenstein

Um pequeno principado conhecido fundamentalmente pelo seu sistema bancário, semelhante ao suíço, embora não se resuma a isso. Confesso que o atravessei a correr e sempre pela sombra.

(Vaduz, Junho 2013)

Cinco dias, cinco países: Itália

Há lugares em Itália que parecem respirar ainda aquela atmosfera belle-époque dos filmes de Visconti. O lago de Lugano, ou Ceresio, é um deles.


À beira-lago, naturalmente, as casas têm os seus ancoradouros e pequenas praias artificiais. Há até quem, não tendo casa à beira-lago, tenha tudo o resto:

(San Mamete, Junho 2013)

Cinco dias, cinco países: Suíça

A organização suíça não é isenta de erros, mas acaba por funcionar e as malas, não chegando a Zurique no primeiro dia, por culpa do atraso de um voo interno em Portugal, foram recuperadas em Lugano no segundo.

(Lugano, Junho 2013)

Em Lucerna, junto da Kapelbrücke, lá estava um mercadinho de sábado:

(Luzern, Junho 2013)

Jesus disse: "Venham a mim as criancinhas". Esta é a versão de um padre suíço:

(Luzern, Junho 2013)

Adoro estas casinhas tortas. Devem ter sido óptimas no tempo em que o pessoal jogava ao berlinde.

(St. Gallen, Junho 2013)

Giulio Cesare, no seu dia

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Juillet

Le solstice est passé. Le soleil brûlant
Se lève un peu plus tard chaque matin
Il brûle tout droit dans mes yeux
Sur le chemin
De mon travail.
Il me dit: je suis là,
Profite donc de moi
Dans trois mois tu regretteras
Ne pas avoir été dehors toutes les heures
De ton été
Sous mon regard
Hors de ta porte
Hors de ton coeur
Hors de ton malheur.