segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Animais em segurança

Notícia do Telegraph:

Cats given kiss of life by firemen
Six pet cats were given the kiss of life by firemen after being overcome by smoke when fire broke out at a house.
Last Updated: 3:00PM GMT 29 Dec 2008
The crews used breathing apparatus adaptors usually reserved for babies, to revive the animals who were found lying unconscious in the smoke-logged building.
(...)
"We were told about the cats and ran around the house in the thick smoke trying to locate them all" (...)


A propósito disto lembei-me de um cartaz proposto por uma organização americana de protecção aos animais, a seguir à destruição de New Orleans em consequência do furacão Katrina, e que serviria para alertar os bombeiros ou outros socorristas para a existência de animais domésticos numa casa.
Faz sentido, embora como outros cuidados acabe por se pôr numa balança entre segurança e privacidade - sendo que esta também é uma forma de segurança.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Pré-aviso

Por falar em preços de saldos, comprou-se em Bruxelas uma versão em DVD da Agrippina de Händel para se ir conhecendo melhor a única ópera barroca prevista para esta temporada no S. Carlos.

A produção de Michael Hampe, ambientada num cenário napoleónico, é possivelmente a mesma que veremos, mas os papéis de Nerone, Ottone e Narciso foram transcritos para vozes masculinas, e os cantores, com a excepção de Barbara Daniels na personagem principal, são muito fraquinhos (um Claudio Nicolai assustador, um Eberhard Katz, coitado, que já devia estar reformado há muito tempo).

Considerando o que normalmente vemos no S. Carlos, pareceu-me uma introdução apropriada. Entretanto, acabo de descobrir no Youtube (where else?) o contra-tenor Manuel Brás da Costa que vai cantar o Narciso. Andate a veder, andate.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Talvez por ser Natal?


Hoje, na área de serviço (vulgo, bomba de gasolina) de Grândola, entre CDs de Tony Carreira e Marco Paulo a dezoito euros, vendiam-se os Concertos para dois violinos de Vivaldi em DVD por sete e setenta.

Haja deus

Notícia do Expresso:

Apesar das 122 queixas apresentadas contra um sketch
ERC dá razão a 'Gato Fedorento'
A Reguladora para a Comunicação Social defende que não foram ultrapassado os limites da liberdade criativa na rábula "Louvado seja, ó Magalhães" onde se comparava o computador-maravilha a uma eucarística. O humor e a sátira têm "uma dimensão subversiva", diz a ERC.

Rosa Pedroso Lima
18:37 Terça-feira, 23 de Dez de 2008

(...)
A resposta da ERC é clara: a lei não foi posta em causa, nem tão pouco existiu "atentado contra direitos fundamentais dos cidadãos, nomeadamente o repeito pelas suas convicções religiosas".
(...) Assim, prossegue a ERC, o humor e a crítica dos "Gato Fedorento" é "dirigida ao Governo e não a qualquer instituição da Igreja".Mais ainda, "a religião, incluindo a fé católica ou qualquer outra, não é um campo vedado à sátira humorística num Estado de Direito democrático, que reconhece as liberdades de expressão e de criação artísticas".


Às vezes o bom senso numa entidade oficial até surpreende.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal Parte III

Segundo a revista diapason, a melhor interpretação da 7ª sinfonia de Beethoven é a de Carlos Kleiber, e como é a minha preferida*, aqui deixo o segundo andamento da versão de 1983 em Amsterdam com os violinos em pizzicato no final. Boas Festas!


* A sinfonia - ainda não me pus a escolher interpretações.

Natal Parte II

Hoje estou assim, cheia de pensamentos positivos. Será por não ter dado importância às notícias do dia.


Boas Festas!

Natal Parte I

Ia eu de manhã a pensar nas pessoas maravilhosas que trabalham em organizações de solidariedade social, e a sentir-me culpada por não pertencer a nenhuma, quando devagarinho nasceu e se definiu este pensamento natalício:

Se conseguirmos perceber em que é que o nosso trabalho pode ser útil para os outros e o encararmos como tal, isso só pode aumentar a nossa auto-estima e o cuidado que pomos nesse mesmo trabalho.

domingo, 21 de dezembro de 2008

4711

Tinha ideia de ter visto fotografias de Colónia logo a seguir à segunda guerra mundial, com a catedral solitariamente de pé no meio da destruição total. Uma pesquisa dessas fotos levou-me aqui, e aqui - impressionante, não?

Hoje em dia, a catedral é esmagadora, uma imensa construção gótica que nos agarra logo à saída da estação de comboio, e que é difícil de fotografar desse ângulo. Do outro lado, contudo, há uma praça mais espaçosa, nesta altura do ano preenchida com um dos numerosos mercados de Natal onde se vende artesanato, cerveja e comida rápida.

(Köln, Dezembro 2008)

Não resisti a meio hot-dog... mas mais tarde almocei lindamente num restaurante tranquilo junto do rio, depois de correr as montras das ruas pedonais e comprar para oferecer frasquinhos de... água de Colónia :-)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Endereços temporários

De quando em quando encontram-se coisas giras na web, como este GuerrillaMail que permite a criação de caixas de email temporárias para quando se quer fazer um download e o site respectivo, com óbvios intuitos de nos enviar spam, nos pede o endereço.
Uma vez criada a caixa, tem-se quinze minutos para a utilizar.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Outras artes

Pode fazer-se muita coisa em Bruxelas em poucos dias, e uma que me faltava fazer era visitar o Centre Belge de la Bande Dessinée, espécie de peregrinação para quem leu avidamente todas as histórias em quadradinhos que apanhou desde o Tintin e o Lucky Luke até ao Zorro e ao Major Alvega, comprou semanalmente a revista Tintin portuguesa e tem a colecção completa do Astérix.


No CBBD o Jr pôde entrar e até se sentiu herói de uma prancha do Alix.


(Centre Belge de la Bande Dessinée, Bruxelles, Dezembro 2008)

Bartoli nas Bozar

Sábado à noite fui ao Théatre des Beaux-Arts assistir ao recital de Cecilia Bartoli. Como de costume, tínhamos decidido tarde, os bilhetes estavam praticamente esgotados e ficámos ao fundo da sala.

(Théatre des Beaux-Arts, Bruxelles, Dezembro 2008)

O concerto incluía canções de Rossini, Bellini e Donizetti gravadas em CDs antigos (Live in Italy, An Italian Songbook, Rossini Recital). Todas juntas e em sequência soam, para meu gosto, quase todas muito semelhantes, uma espécie de canções de embalar, sem rasgo nem risco, nada que me entusiasme, mostrando a doçura da voz e os trinados característicos da diva mas não a sua extensão vocal ou o seu lado força da natureza que me fascina.

La Bartoli arrisca na verdade de vários modos, um dos quais é desde há muitos anos pesquisar e cantar peças mais obscuras: se por um lado tenho que lhe agradecer dar-me a conhecer obras e compositores que antes ignorava, por outro acho que pelo menos em alguns casos não se perdia muito se ficassem ignoradas/os. Yo que soy contrabandista e Rataplan, com que terminou o programa anunciado, pessoalmente acho insuportáveis.
Não era neste repertório que gostaria de a ouvir, mas era o que havia, e não quis perder a oportunidade.

Imagem © AlloCiné

O público apreciou e aplaudiu com entusiasmo, sendo generosamente recompensado com quatro encores, terminando com uma repetição de La Danza.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Viciada em semifusas?

Comprei, como não podia deixar de fazer, La Sonnambula na versão Bartoli, e gosto... com reticências. Não é uma ópera que tenha ouvido muito, talvez por isso ser cantada por um mezzo-soprano não me incomode.

Juan Diego Florez é igual a si mesmo, uma voz radiante e que parece pairar sem esforço, a soprano Gemma Bertagnoli em Lisa tem um timbre muito agradável, e é sempre um prazer ouvir (melhor seria ver) o gato Ildebrando D'Arcangelo, de quem não me lembrava que tivesse um registo tão grave.

O que me inquieta é o vibrato quase omnipresente na voz de Cecilia Bartoli, que não é o problema de quem não aguenta as notas altas mas sim, se calhar, o de quem se prendeu demasiado à técnica vocal do barroco. Receio também que tenha andado a apostar muito nos agudos e tenha deixado pelo caminho a riqueza dos graves, o que já se adivinhava no CD anterior, e é evidente se compararmos por exemplo com a gravação Rossini Arias (que, convenhamos, já tem vinte anos: é de esperar que as vozes mudem).

A Moura Aveirense dizia que faltava qualquer coisa entre a Bartoli e Florez: eu fico com a impressão de que são duas escolas diferentes.

Mas espero, se tudo correr bem, ouvi-la em recital muito em breve, e tirar as dúvidas ;-)

A perigosidade da estupidez

A Xantipa levou-me ontem à livraria Pátio de Letras, e naquele espaço pequeníssimo dei logo de caras com vários livros interessantes.

(Como à Moura Aveirense que os descobriu noutro blog, os dois volumes de Toda a música que eu conheço de António Victorino d'Almeida abriram-me o apetite)

No entanto o que achei divertido foi um livro pequenito chamado Allegro ma non troppo, seguido de as Leis fundamentais da estupidez Humana, de Carlo A. Cipolla. Não será novo (Cipolla morreu em 2000), mas eu não conhecia.

Segundo Cipolla, são cinco as tais leis fundamentais:

#1. Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima a quantidade de estúpidos em circulação;
#2. A probabilidade de uma pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa pessoa;
#3. Uma pessoa estúpida é aquela que causa danos a outra pessoa ou a um grupo de pessoas sem que daí obtenha algum beneficio, podendo mesmo sair prejudicada;
#4. As pessoas não-estúpidas subestimam sistematicamente o potencial nocivo das pessoas estúpidas;
#5. O estúpido é a pessoa mais perigosa que existe


Carlo M. Cipolla foi professor de história económica na Universidade da Califórnia em Berkeley e escreveu sobre numerosos assuntos. Imagino-o a assistir ao desvario actual e abanar a cabeça, como quem diz, I told you so.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Grande oportunidade

Notícia de Al Jazeera:

UPDATED ON:
Sunday, December 07, 2008
04:54 Mecca time, 01:54 GMT

News Americas
Obama plans US infrastructure boost

Barack Obama, the US president-elect, has pledged to make the largest investment in the country's infrastructure since the 1950s, as part of an effort to rescue the stagnant US economy.
(...)
Obama also said his administration would work to increase the accessibility of broadband internet connections across the United States.
(...)
"Here, in the country that invented the internet, every child should have the chance to get online, and they'll get that chance when I'm president - because that's how we'll strengthen America's competitiveness in the world."


Agora é que é: a grande oportunidade para o sr. Sousa vender Magalhães para os Estados Unidos da América.

sábado, 6 de dezembro de 2008

De pequenino...

... é que se torce o pepino.

Pergunto-me se quem pôs estas cadeiras na sala de espera da Urgência de Pediatria do Hospital de Faro pretenderia criar bons sportinguistas ou, pelo contrário, afastar do Alvaláxia para sempre as crianças que ali se sentassem.

(Faro, Dezembro 2008)


(Lisboa, Outubro 2007)

Praia

Poucas coisas divertem o Jr mais do que uma corrida na praia.



A nossa curiosidade pelas rochas é diferente: eu gostaria de saber se esta acumulação de conchas é natural ou não; ele informa-se sobre a possível passagem recente de algum cão.


(Praia da Galé, Dezembro 2008)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Homeostase e o preço do petróleo

No estado de saúde o corpo faz a sua própria homeostase, isto é, mantém-se em equilíbrio ao não deixar que os processos fisiológicos vão demasiado longe.

Tem-se hoje a impressão que muitos dos sintomas do estado de doença são devidos a uma desregulação. Exemplo: a constipação vulgar, em que a resposta a uma agressão ambiental é desproporcionada, levando a uma fragilidade dos tecidos que é aproveitada por agentes virais ou bacterianos para se instalarem.
Para resolver o problema é então preciso ajuda: antibióticos ou antivirais contra os agentes infecciosos, e anti-histamínicos ou outros anti-inflamatórios para controlar a reacção do próprio corpo.

É claro que em certos casos a situação é mais séria, quer pela fragilidade do corpo quer pela agressividade do ataque, e no limite não há nada a fazer senão controlar a reacção do corpo para níveis confortáveis.

Pergunto-me se em relação à economia se pode estabelecer um paralelismo. É que há poucos meses viu-se o preço do petróleo subir vertiginosamente, e pensou-se que pudesse chegar ao fim de 2008 pelos 200 dólares o barril. Só que isso (e mais outros factores, claro, estou a simplificar) abanou de tal modo as empresas e as pessoas que o edifício económico-financeiro começou a desmoronar-se, a procura do petróleo baixou catastroficamente e o preço já vai abaixo dos 45 dólares, com previsões de que possa chegar aos 25 dólares durante o próximo ano se a recessão atingir gravemente a China.

Parece-me a mim que se o petróleo desce isso ajudará as empresas a recuperar, aliviará os bolsos e poderá inverter o processo - o que levará a uma subida do preço do petróleo. É de esperar que este movimento pendular o leve a um estado de equilíbrio.

Não quer isto dizer que no decorrer da doença não haja muito sofrimento (desemprego); também não tenho nada a certeza que as ajudas que os governos estão a dar sejam as mais apropriadas. Mas é uma chamazinha de esperança. Veremos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Atlas

Notícia do Telegraph:

Bizarre new atlas comes to the Great Land of the Tattooed
A fascinating new atlas, featuring cities that are renamed to reflect their etymological origins, is now on sale.
By Oliver Smith
Last Updated: 3:00PM GMT 04 Dec 2008

Etymologists and wordsmiths will take particular interest in a new set of maps going on sale in time for Christmas.
The traditional names for the world's cities, countries, rivers and mountains have been altered on an atlas to reflect their origins and literal meaning.
Chicago, for example, is renamed Stink Onion and Cameroon is called the Land of Shrimps.
(...)


Acho uma delícia. Pode comprar-se aqui.

A última tourada em Viana

Notícia do Diário de Notícias (recebida por e-mail):

Lisboa 01.12.08
Fim das touradas provoca polémica
PAULO JULIÃO, Viana do Castelo
Viana de Castelo. Aficcionados das corridas de touros criticam Câmara
Crítico tauromáquico diz ser "crime de lesa-pátria" destruir a praça da cidade
A compra da Praça de Touros pela Câmara Municipal de Viana do Castelo está a gerar opiniões controversas, depois do autarca Defensor Moura anunciar o fim das touradas na cidade.(...)
Durante mais de um século, a tradicional tourada esteve ligada a Viana do Castelo, o que agora deverá acabar com a compra pela Câmara da actual Praça de Touros com o objectivo de o transformar num Museu de Ciência Viva. (...)
"Estamos no século XXI e o sacrifício de animais, se se pode justificar eventualmente em locais em que é uma tradição enraizada, em Viana do Castelo não tem justificação. Não temos toureiros, forcados, touros ou cavalos", comentou Defensor Moura, para quem "ter um equipamento para fazer um sacrifício de oito animais por ano não se justifica".


Parabéns a Defensor Moura pela sua iniciativa. Custa-me tolerar a manutenção de tradições como a tourada, e mais ainda a sua criação artificial em cidades como Albufeira, por exemplo, para turista ver.
A organização Animal está a promover o envio de cartas de agradecimento ao presidente da Câmara de Viana do Castelo por esta sua atitude.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sofisma

Notícia do Público:

Com baixas da taxa de juro, preço dos combustíveis e inflação
José Sócrates: "famílias podem esperar melhor rendimento em 2009"

03.12.2008 - 18h14 Lusa, PÚBLICO
"As famílias portuguesas podem esperar ter um melhor rendimento disponível em 2009". O optimismo foi manifestado hoje pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e tem como base as baixas que se esperam nas taxas de juro dos créditos à habitação, nos preços dos combustíveis e na inflação.

Os comentários dos leitores do Público parecem indicar que perceberam o mesmo que eu: se as famílias portuguesas vierem a ter um melhor rendimento disponível em 2009, isso não será graças ao desgoverno do Sr. Sousa mas a factores fora do seu controle.

Admirado

Notícia do Público:

Nobel alerta para distorções nas respostas à crise financeira e à crise climática
03.12.2008
AFP, PÚBLICO

O presidente do Painel Intergovermental para as Alterações Climáticas (IPCC) e Nobel da Paz em 2007, Rajendra Pachauri, diz-se admirado com as distorções nas respostas a alguns dos maiores problemas internacionais, nomeadamente com o facto de se investirem milhões de dólares para salvar um sistema bancário em crise, quando a luta contra a pobreza ou contra as alterações climáticas não conseguem mobilizar fundos.


Se nem ele entende, que direi eu?

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Illa potuit, ego non potero?*

Notícia do Público:

Mundo: Condoleezza Rice toca piano para a rainha Isabel II
02.12.2008
Fonte: Reuters

A secretária de Estado norte-americana, Condoleeza Rice, despediu-se da sua viagem oficial ao Reino Unido com um recital de piano em honra da rainha Isabel II. Rice tocou no Palácio de Buckingham acompanhada ao violino por Louise Miliband, mulher do ministro britânico dos Negócios Estrangeiros e de três membros da Orquestra Sinfónica de Londres.

Foto retirada do video do Público

Parece que a senhora Rice toca mesmo bem. Confesso que fico sempre contente quando descubro um outro lado neste tipo de pessoas.
Mas aqui o que me interessa é que a Rainha levou um dos seus cães ao concerto.
Alguma razão para eu não levar o meu, se ele se portar bem?


*No original: Sulla potuit, ego non potero? (Sulla pôde, não poderei eu?)
Gnaeus Pompeius, segundo Cicero (Ad Attico, IX,9.2)