Porque é tão difícil encontrar à noite na televisão um programa de ficção que não tenha que ver com assassínios violentos?
Ontem encontrei num dos canais Fox uma cena em que um homem era torturado até à morte à vista de quem acedia a um determinado site, e quanto mais visitas esse site tivesse mais aumentava automaticamente a intensidade da tortura.
Claro que passei adiante, mas ficou a pergunta: que cérebro anormal é capaz de inventar semelhante selvajaria, ainda que para um filme de televisão?
Ontem encontrei num dos canais Fox uma cena em que um homem era torturado até à morte à vista de quem acedia a um determinado site, e quanto mais visitas esse site tivesse mais aumentava automaticamente a intensidade da tortura.
Claro que passei adiante, mas ficou a pergunta: que cérebro anormal é capaz de inventar semelhante selvajaria, ainda que para um filme de televisão?
2 comentários:
Um sociedade em suicídio, parece.
Tento seguir pelo menos uma série; há de tudo, do melhor ao pior. Agora só tenho a Patologista, na TV Series. Até está bem concebida, com a sua dose de humor e diálogos inteligentes a entremear a investigação criminal. Mas não resiste a 1 minuto de análise: esta semana houve um serial killer que desenterrava mortos, a seguir raptava e anestesiava mulheres, e depois enterrava-as vivas no caixão do desenterrado, com um walkie talkie, para lhes ouvir com gozo os gritos desesperados de socorro até ao fim. Foram, acho, cinco mulheres, até que foi identificado e finalmente apanhado em flagrante com a sexta, que era a heroína Patologista.
Soubera-se entretanto que a mãe dele tinha por hábito fechá-lo à chave de castigo, num cubículo sob a janela que parecia um caixão; depois, que a mãe afinal era outra, que o tinha tido de relação extraconjugal, e o dera a cuidar à irmã - esta sim que o maltratava, afinal nem era dela. Portanto o menino matava mulheres parecidas com a "mãe" (tia) e maquilhava-as para se parecerem ainda mais.
Quando é apanhado em casa da mãe (verdadeira) para o ajuste de contas final, leva um tiro e morre.
Pois veja lá que ficam a olhar para ele com comiseração, pobre miúdo infeliz tornado criminoso por culpa de uma mãe e de uma tia, 'tadinho, ele é que era a vítima, já ninguém se lembrava das 5 enterradas vivas.
É esta moral insidiosa e perversa que me deixa mais revoltado e pessimista: pior do que os monstros óbvios e fantasiosos, aqui está-se a criar uma sociedade e valores monstruosos, em que se desculpa a maior atrocidade e brutalidade pelas suas origens sociais ou familiares. Ou, como dizia o Papa, a violência nasce sempre da pobreza. Deus me livre de tanta imbecilidade.
Gi, desculpe o longo desabafo !
Mário, tem razão em relação à relativização dos valores e das responsabilidades a que assistimos actualmente. Ora nem "compreender" pode ser sempre igual a "desculpar", nem sequer essas explicações são mais do que psicologia de pacotilha.
Por outro lado, ouvi hoje na Antena 2 parte daquele programa com chefes religiosos (segue post), em que se discutia a relação do Homem com o mal e o posicionamento do deus criador.
O que me leva de volta ao meu espanto inicial perante a capacidade humana de imaginação malévola.
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