quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Bartoli nas Bozar

Sábado à noite fui ao Théatre des Beaux-Arts assistir ao recital de Cecilia Bartoli. Como de costume, tínhamos decidido tarde, os bilhetes estavam praticamente esgotados e ficámos ao fundo da sala.

(Théatre des Beaux-Arts, Bruxelles, Dezembro 2008)

O concerto incluía canções de Rossini, Bellini e Donizetti gravadas em CDs antigos (Live in Italy, An Italian Songbook, Rossini Recital). Todas juntas e em sequência soam, para meu gosto, quase todas muito semelhantes, uma espécie de canções de embalar, sem rasgo nem risco, nada que me entusiasme, mostrando a doçura da voz e os trinados característicos da diva mas não a sua extensão vocal ou o seu lado força da natureza que me fascina.

La Bartoli arrisca na verdade de vários modos, um dos quais é desde há muitos anos pesquisar e cantar peças mais obscuras: se por um lado tenho que lhe agradecer dar-me a conhecer obras e compositores que antes ignorava, por outro acho que pelo menos em alguns casos não se perdia muito se ficassem ignoradas/os. Yo que soy contrabandista e Rataplan, com que terminou o programa anunciado, pessoalmente acho insuportáveis.
Não era neste repertório que gostaria de a ouvir, mas era o que havia, e não quis perder a oportunidade.

Imagem © AlloCiné

O público apreciou e aplaudiu com entusiasmo, sendo generosamente recompensado com quatro encores, terminando com uma repetição de La Danza.

8 comentários:

Paulo disse...

É pena que as coisas sejam assim...

Gi disse...

Paulo, pode explicar melhor?

Paulo disse...

Desculpe. O que eu disse não explica mesmo nada...
Queria dizer: ando aborrecido com ela e uma das razões é a escolha de reportório. A outra é o modus cantandi (expressão que acabei de inventar) que ela está a cultivar até à exaustão e que, a meu ver, não leva a lado nenhum.

Moura Aveirense disse...

Obrigada pelos comentários!

Não percebi a figura do cão... o Jr. foi ao concerto? ;) LOL

Beijinho, Moura Aveirense

Gi disse...

Obrigada, Paulo, percebi e concordo.

Moura, o cão é o Rantanplan, conhecido como o cão mais estúpido do Oeste, que aparecia nos álbuns de banda desenhada do Lucky Luke.

O Jr não foi ao concerto, mas em compensação... ver post seguinte :-)

Paulo disse...

Não consigo fazer ligação para o post, por isso faço para o blogue. Está lá uma notícia fresquinha sobre o recital da Bartoli em Londres.

Paulo disse...

Já cá está o link:

http://intermezzo.typepad.com/intermezzo/2008/12/cecilia-bartoli-barbican.html

Gi disse...

Obrigada, Paulo. Ainda bem que esse pessoal gostou, em Bruxelas ela também foi muito aplaudida: como já disse, o problema é com certeza do meu (des)gosto pessoal em relação ao repertório.