Afinal a promoção Pingo Doce, que ofereceu 50% de desconto a quem fizesse pelo menos cem euros de compras no dia primeiro de Maio foi ou não foi uma iniciativa detestável?
No fundo, trabalharam os empregados dos supermercados Pingo Doce para que outros trabalhadores pudessem comprar o que em princípio lhes fazia falta a preços mais baixos.
Foi uma provocação no dia do trabalhador? Se calhar foi. Foi uma jogada comercial brilhante? Foi com certeza. Foi concorrência desleal, foi dumping? Não me parece, desde que tenha sido um episódio pontual. A Jerónimo Martins pode dar-se ao luxo de um dia na vida (ou dois, ou três) vender os seus produtos a preço de custo, ou inferior, mas com certeza não o faz continuadamente.
Estou a defender a empresa? Não particularmente. Eu não fui lá: felizmente ainda não preciso de passar três horas numa fila para comprar azeite e papel higiénico a metade do preço mas, pelo que se viu, houve muita gente a aproveitar. A verdade é que me irrita que o desgoverno pretenda agora usar a situação para justificar mais um imposto, e se prepare para proibir promoções inesperadas. Este país está a ficar acorrentado.
Além disso, suspeito que muitos dos que protestaram estavam lixados por não terem sabido a tempo de poderem participar :-D
No fundo, trabalharam os empregados dos supermercados Pingo Doce para que outros trabalhadores pudessem comprar o que em princípio lhes fazia falta a preços mais baixos.
Foi uma provocação no dia do trabalhador? Se calhar foi. Foi uma jogada comercial brilhante? Foi com certeza. Foi concorrência desleal, foi dumping? Não me parece, desde que tenha sido um episódio pontual. A Jerónimo Martins pode dar-se ao luxo de um dia na vida (ou dois, ou três) vender os seus produtos a preço de custo, ou inferior, mas com certeza não o faz continuadamente.
Estou a defender a empresa? Não particularmente. Eu não fui lá: felizmente ainda não preciso de passar três horas numa fila para comprar azeite e papel higiénico a metade do preço mas, pelo que se viu, houve muita gente a aproveitar. A verdade é que me irrita que o desgoverno pretenda agora usar a situação para justificar mais um imposto, e se prepare para proibir promoções inesperadas. Este país está a ficar acorrentado.
Além disso, suspeito que muitos dos que protestaram estavam lixados por não terem sabido a tempo de poderem participar :-D
9 comentários:
..E o Governo está a fazer uma figura ridícula a tentar policiar as promoções. O IKEA está também a fazer descontos de 50%. A Ryanair a vender viagens a 10,99€. Para já não falar na Feira do Livro. Também vão verificar esses todos? Como se não houvesse assuntos mais importantes para tratar?
É o novo paradigma, "consumidor" em vez de "trabalhador".
Consumidores somos todos, é um conceito mais alargado, interclassista, universal. É o herói dos mercados. Vai haver uma Internacional do Consumo, um Partido do Consumo, com um Hino ao Consumo, "Vivam os consumidores globais / sejamos felizes, queremos mais".
"Trabalhadores" é um conceito em baixa, desacreditado, porque afinal são uma elite de privilegiados que fazem uma coisa rara e fora de moda - trabalhar. Ninguém sabe para que existe um "dia do trabalhador", vai acabar com certeza. Até o partido deles desaparece a olhos vistos.
JQ, e estes rapazes não eram neoliberais? Que fúria reguladora é esta agora?
Mário, no meu hospital parece que vamos passar a ser colaboradores.
e em breve os seus colegas serão colaboradoros :D
o tempora...
Mais que uma vergonha é a afronta de afirmarem que fazem o que lhes apetece e lhes dá na real gana!
Mfc, ainda não percebi a afronta.
Muitos dos que aproveitaram (sei de alguns) foram provavelmente muitos dos que há uns meses atrás vociferavam contra essa empresa e apelavam ao boicote às compras no Pingo Doce... questões fiscais... Holanda... lembram-se?
Luisa, lembro-me e não duvido que tenha razão.
Enviar um comentário