Hoje apetece-me escrever sobre as eleições de ontem. E é assim: não me dá alegria nenhuma a vitória da coligação PSD-PP a não ser pela bofetada (PAF!) a António Costa que fez a campanha mais medíocre de que me lembro, dando o dito por não dito ao sabor da sua impressão do que o povo quer (sim, porque aparentemente de sondagens não percebe nada) e tentando convencer toda a gente que nos cortes em salários e pensões, assim como no desemprego e na emigração, não há qualquer responsabilidade do PS.
A vitória PSD-PP não significa que as pessoas estejam contentes com a governação, ou a abstenção não teria aumentado, e o número de votos que recebeu e de deputados que elegeu não teria diminuído. Não há saco para o despesismo e a megalomania socialista, mas sabemos bem que a reforma do Estado não foi feita e que cortar salários e pensões, subir impostos e não substituir funcionários públicos independentemente da sua função, não é o mesmo que fazer crescer a economia, o que só se conseguiria com leis que estimulassem a iniciativa privada diminuindo a burocracia e os regulamentos.
Da CDU nem vale quase a pena falar: ganhou como sempre com uma extraordinária vitória do povo português contra a política de direita. O discurso é o mesmo, o resultado eleitoral inconsequente: o poder do PCP reside nos sindicatos. Mário Soares ainda tem uma possibilidade de redenção por ter evitado a unicidade sindical.
O Bloco de Esquerda teve um belíssimo resultado, por ter conseguido congregar todos os descontentes das gerações educadas depois de 1974, cujo desejo natural e louvável de um futuro melhor, com solidariedade, amor e hortas biológicas (e subsídios da União Europeia) não está inquinado pela memória do PREC. Todos? Não: há mais uma dúzia de partidos e movimentos à esquerda do Bloco de Esquerda que querem solidariedade, amor e hortas biológicas mas com subsídios canalizados directamente para os seus quintais. Nenhum deles tem expressão à excepção do PAN que elegeu um deputado sem saber bem como.
Mas eu digo-lhe como: defendendo os animais. É a única promessa que o individualiza e a única que o justifica. Assim a cumpra.
A vitória PSD-PP não significa que as pessoas estejam contentes com a governação, ou a abstenção não teria aumentado, e o número de votos que recebeu e de deputados que elegeu não teria diminuído. Não há saco para o despesismo e a megalomania socialista, mas sabemos bem que a reforma do Estado não foi feita e que cortar salários e pensões, subir impostos e não substituir funcionários públicos independentemente da sua função, não é o mesmo que fazer crescer a economia, o que só se conseguiria com leis que estimulassem a iniciativa privada diminuindo a burocracia e os regulamentos.
Da CDU nem vale quase a pena falar: ganhou como sempre com uma extraordinária vitória do povo português contra a política de direita. O discurso é o mesmo, o resultado eleitoral inconsequente: o poder do PCP reside nos sindicatos. Mário Soares ainda tem uma possibilidade de redenção por ter evitado a unicidade sindical.
O Bloco de Esquerda teve um belíssimo resultado, por ter conseguido congregar todos os descontentes das gerações educadas depois de 1974, cujo desejo natural e louvável de um futuro melhor, com solidariedade, amor e hortas biológicas (e subsídios da União Europeia) não está inquinado pela memória do PREC. Todos? Não: há mais uma dúzia de partidos e movimentos à esquerda do Bloco de Esquerda que querem solidariedade, amor e hortas biológicas mas com subsídios canalizados directamente para os seus quintais. Nenhum deles tem expressão à excepção do PAN que elegeu um deputado sem saber bem como.
Mas eu digo-lhe como: defendendo os animais. É a única promessa que o individualiza e a única que o justifica. Assim a cumpra.
5 comentários:
As sondagens acertaram e estamos na situação que se previa.
Quem acreditou na maioria absoluta para o PS, viu os resultados com o coração e não com a razão.
O BLOCO DE ESQUERDA foi o vencedor absoluto com os votos do PS, que não convenceu os eleitores.
Nao tive alegria nenhuma, Gi, e concordo com quase tudo. Acho só que os votos para o Bloco vieram também da área que costuma votar CDU. Estes esperavam um crescimento pelo descontentamento das "massas populares" e um apoio "cada vez mais forte" às políticas anti -liberais, e nicles, ficaram a vê-los passar.
Será o princípio do fim da CDU ?
Teresa, concordo com o Mário em que os votos no BE não vieram só do PS mas também da CDU. O BE não tem, parece-me, um eleitorado estável, e vive muito dos votos de protesto.
Mário, o que me espanta é ver algumas caras jovens na CDU. Não percebo onde ainda conseguem recrutá-los.
De facto. Em parte é a festa do Avante, que engana alguns.
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