domingo, 29 de junho de 2008

Estudando os clássicos

Dos dois livros de T. P. Wiseman que acabei de ler, Cinna the Poet e Catullus and his World, retiro, além de factos que desconhecia, várias noções interessantes, das quais a primeira é que há mais pessoas que, fascinadas por um personagem histórico, se dedicam obsessivamente, ao longo de décadas de vida, a estudá-lo e a partir dele as gentes e os costumes da República Romana tardia, alargando pouco a pouco os horizontes do seu conhecimento, prontas a rever aquilo que pensavam ter descoberto.

(Sirmione, Junho de 2007)

A segunda é a confirmação de algo que já pensava: que nos faz falta, para entendermos os autores e pensadores antigos, conhecer os livros que eles liam e que não chegaram até nós. Os poemas de Catullus, maravilhosos como são, remetem para Sappho, para Callimachus e provavelmente para outros poetas; e saber isso enriquece a leitura.

A terceira é que as respostas às perguntas podem estar onde não nos lembrámos de procurar; e que se as encontrarmos podem fazer desabar toda a construção do que pensávamos saber. E a quarta é que há mais perguntas, e às vezes o melhor de tudo é encontrar, não uma resposta, mas uma outra pergunta.

2 comentários:

Xantipa disse...

:)
Sentiste-te acompanhada nesse teu fascínio por César, não foi?
:)
Quanto a Calímaco e a Safo, há traduções em português, que te posso indicar. Mas deves ter da Loeb, pelo menos, se bem te conheço.
E quanto ao ponto três e quatro, é mesmo assim...
;)
Beijinhos

Gi disse...

Foi assim mesmo :-) embora o herói de Wiseman seja Catulo e não César.

Não tenho nada da Loeb mas outro dia folheei alguns volumes na Buchholz, onde não entrava há anos, e vou passar a ter :-)
Mas tenho uma tradução de Safo por Eugénio de Andrade, muito bonita.