sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Viciada em semifusas?

Comprei, como não podia deixar de fazer, La Sonnambula na versão Bartoli, e gosto... com reticências. Não é uma ópera que tenha ouvido muito, talvez por isso ser cantada por um mezzo-soprano não me incomode.

Juan Diego Florez é igual a si mesmo, uma voz radiante e que parece pairar sem esforço, a soprano Gemma Bertagnoli em Lisa tem um timbre muito agradável, e é sempre um prazer ouvir (melhor seria ver) o gato Ildebrando D'Arcangelo, de quem não me lembrava que tivesse um registo tão grave.

O que me inquieta é o vibrato quase omnipresente na voz de Cecilia Bartoli, que não é o problema de quem não aguenta as notas altas mas sim, se calhar, o de quem se prendeu demasiado à técnica vocal do barroco. Receio também que tenha andado a apostar muito nos agudos e tenha deixado pelo caminho a riqueza dos graves, o que já se adivinhava no CD anterior, e é evidente se compararmos por exemplo com a gravação Rossini Arias (que, convenhamos, já tem vinte anos: é de esperar que as vozes mudem).

A Moura Aveirense dizia que faltava qualquer coisa entre a Bartoli e Florez: eu fico com a impressão de que são duas escolas diferentes.

Mas espero, se tudo correr bem, ouvi-la em recital muito em breve, e tirar as dúvidas ;-)

3 comentários:

Paulo disse...

Que bom. Espero que goste. Eu ando aborrecido com ela, mas sempre é a Bartoli.

Moura Aveirense disse...

AHHHHHH!!! Que sorte! Cecilia em Rossini é esplêndida, eu pelo menos adorei esse repertório no recital da Gulbenkian.

Que sorte, também quero, buáaaaaaaaaaaaaaaaaa! ;)

Beijinhos e bom concerto, Moura Aveirense

Moura Aveirense disse...

Hummm, páro por aqui e só vejo a Meez em viagens, teclando ao computador e, agora, nas compras... Queremos saber: como foi o recital da Cecilia?!? ;)

Eu ainda não fiz nada de compras... onde está o espírito natalício, que ainda não o encontrei? :(

Beijinho, Moura Aveirense