sexta-feira, 3 de setembro de 2010

La mer

(La Rochelle, Agosto 2010)

Portugal já não é país de marinheiros e pescadores. Mas a França sim: aposto que há mais veleiros no porto de recreio de la Rochelle (onde aliás se realiza anualmente a grande feira náutica) que em toda a costa portuguesa e mais variedade de latas de conserva de peixe numa loja de Saint-Malo que em todos os supermercados de Lisboa.

(Saint-Malo, Agosto 2010)

Portugal is no longer a country of sailors and fishermen. But France is: I bet there are more sailing yachts in the marina at la Rochelle (where a great nautical fair takes place yearly) than in the whole Portuguese coast, and more fish tin variety in a shop in Saint-Malo than in all the Lisbon supermarkets.

(Noirmoutier, Agosto 2010)

3 comentários:

Joao Quaresma disse...

Em Portugal estamos reduzidos a dimensões lilliputianas no que diz respeito a marinha de recreio. Uma única das grandes marinas que existem em França tem mais lugares de atracação de todos os que existem em Portugal. E a falta de lugares lá e na maior parte do Norte da Europa é enorme. Isso levou os grandes fabricantes de barcos de recreio franceses a criarem silos de armazenamento em terra, para assim facilitarem a venda a quem não tenha onde guardar o barco.

Em Portugal, desde o 25 de Abril que as actividades ligadas ao Mar são conotadas com o Estado Novo e são combatidas sem trégua. E a marinha de recreio (incluindo a pesca desportiva) então é considerada fascista, e as entidades oficiais (nomeadamente as administrações do portos) tentam impedir qualquer iniciativa para o seu desenvolvimento.

Por exemplo, Oeiras só conseguiu ter uma marina contornando o boicote da Administração do Porto de Lisboa, construíndo-a oficialmente como um porto de pesca com alguns lugares de atracação para embarcações de recreio...

Teresa disse...

A única vez que estive em La Rochelle foi justamente por causa do Salon, vai fazer agora 25 anos (foi mais para o meio de Setembro).
E, de caminho, causei uma inundação no hotel (don't ask). Mas guardo vivas saudades da sopa de peixe.

E há o imponente quadro de Richelieu em La Rochelle. :)))

Gi disse...

JQ, não sabia essa história de Oeiras; o boicote não terá sido de Cascais?
Tenho muita pena de ver como este país morre à míngua de prazer.

Teresa, também tive que lidar com uma inundação mas foi em St-Malo, onde também encontrei uma bela sopa de peixe :-)
Falhei o Richelieu :-(