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Há poucos dias ouvi, julgo que na rádio, que a Orquestra Mozart, fundada pelo maestro Claudio Abbado, estava com graves dificuldades financeiras e ia suspender a sua actividade. Não me dei conta então de que a doença do fundador era um factor nessa situação.Hoje ouvi a notícia da morte do maestro Abbado e fiquei triste. Li a tristeza nos comentários dos blogues. Perguntei-me como terão ficado os músicos daquela orquestra e de outras que ele criou e/ou dirigiu.
Volto a ver as gravações em video que permitem apreciar a elegância dos gestos. Descubro outras em que partilha o seu entendimento da música. Recordo a sua força e a sua fragilidade.
Já nunca o verei dirigir ao vivo.
8 comentários:
Também eu, Gi, imaginei que um dia assistiria ao vivo a um concerto dirigido por Abbado. Infelizmente, é mais um desejo que não verei cumprido.
Quanto nos diz este final do Requiem de Mozart!
É triste ver partir mais um dos Grandes.
É raro, suponho, num maestro, obter assim uma admiração e simpatia tão universal. Não sei se com Abbado desaparece o último dos Grandes, também. Deixou-me uma melancolia de era que termina.
Talvez uma das coisas mais impressionantes nele - e eram muitas, o estudo, a preparação, o rigor, a contenção... - fosse aquela expressão no rosto quando dirigia, como se transitasse para outro Universo, una expressão de supremo êxtase que mantinha uns segundos depois de terminar. E era com essa expressão corporal que ele, à sua maneira, interpretava também a obra e conseguia transmitir algo mais além do som da orquestra. Comigo, pelo menos, foi assim.
Tanta gente boa a partir, ultimamente.
Fanático_Um, receio que devamos apressar-nos a cumprir alguns dos nossos sonhos - mas não todos, não todos.
Paulo, a mim esse final fala de força e fragilidade. E a ti?
É um Grande que parte, sem dúvida.
De ambas as coisas, sim. Porém, a expressão de Abbado também me fala de agradecimento a Mozart e de agradecimento por ainda estar vivo.
Mário, Abbado é consensual como artista, mas não tanto como personalidade.
Mesmo assim, gostaria de o ter conhecido. Só ao ouvir as suas entrevistas já se aprende!
Paulo, tens provavelmente razão.
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