Sobre a maneira como decorreu o concerto do dia 19 de Janeiro no Teatro S. Carlos pode ler-se este post do Valkirio.
Em resumo, a casa estava praticamente cheia, as peças foram bem escolhidas e bem interpretadas, e ficámos muito contentes por ter ali no piano Artur Pizarro e na direcção da orquestra da casa Joana Carneiro, quando duas semanas antes ninguém sabia ao certo o que ia acontecer.
É sempre para mim um prazer ver Pizarro tocar, porque ele tem com o piano uma relação especial: vê-se que gosta do instrumento e acho que este, se tivesse sentimentos, também gostaria dele. Na Fantasia Coral de Beethoven essa atitude transmite a ideia de um Beethoven brincalhão, que começa a compor ao piano numa postura de vamos ver o que sai daqui, continua como hoje até estou bem-disposto, sai uma à moda de Mozart e a certa altura tem um repente, já chega, eu não sou Mozart, sou Beethoven, junta-lhe a orquestra, oh alegria, e segue por ali adiante com aquele ímpeto, com aquela emoção, e no fim acrescenta um coro heróico (muito bem, o Coro do S. Carlos) e acaba com um eh lá, tenho aqui matéria para mais uma sinfonia!
As outras peças foram Before Spring - a tribute to the Rite, de Luís Tinoco, inicialmente composta como uma espécie de abertura para ser tocada antes d'A Sagração da Primavera de Stravinski, naturalmente por ela influenciada na linguagem e na tensão e muito mais agradável ao ouvido do que eu previa, e a 6ª Sinfonia (Pastoral) de Beethoven.
Dei-me conta que conheço muito melhor as sinfonias ímpares de Beethoven do que as pares. Talvez haja uma boa razão para isso, mas se a sexta não me entusiasma (ainda) tanto como a sétima ou a nona, tem também características que para mim são tipicamente beethovenianas, os múltiplos temas cada um pelo menos tão bonito como o anterior, as re-exposições, os momentos surpresa como quando os violinos fazem o acompanhamento e a melodia principal é tocada pelos violoncelos e contrabaixos... Só ele, não?
Joana Carneiro, que eu só tinha visto ao vivo já há uns anos no Auditório Municipal de Lagos, conduz com vivacidade e entrega, com gestos largos, debruçada para a orquestra que lhe responde gostosamente.
Em resumo, a casa estava praticamente cheia, as peças foram bem escolhidas e bem interpretadas, e ficámos muito contentes por ter ali no piano Artur Pizarro e na direcção da orquestra da casa Joana Carneiro, quando duas semanas antes ninguém sabia ao certo o que ia acontecer.
É sempre para mim um prazer ver Pizarro tocar, porque ele tem com o piano uma relação especial: vê-se que gosta do instrumento e acho que este, se tivesse sentimentos, também gostaria dele. Na Fantasia Coral de Beethoven essa atitude transmite a ideia de um Beethoven brincalhão, que começa a compor ao piano numa postura de vamos ver o que sai daqui, continua como hoje até estou bem-disposto, sai uma à moda de Mozart e a certa altura tem um repente, já chega, eu não sou Mozart, sou Beethoven, junta-lhe a orquestra, oh alegria, e segue por ali adiante com aquele ímpeto, com aquela emoção, e no fim acrescenta um coro heróico (muito bem, o Coro do S. Carlos) e acaba com um eh lá, tenho aqui matéria para mais uma sinfonia!
As outras peças foram Before Spring - a tribute to the Rite, de Luís Tinoco, inicialmente composta como uma espécie de abertura para ser tocada antes d'A Sagração da Primavera de Stravinski, naturalmente por ela influenciada na linguagem e na tensão e muito mais agradável ao ouvido do que eu previa, e a 6ª Sinfonia (Pastoral) de Beethoven.
Dei-me conta que conheço muito melhor as sinfonias ímpares de Beethoven do que as pares. Talvez haja uma boa razão para isso, mas se a sexta não me entusiasma (ainda) tanto como a sétima ou a nona, tem também características que para mim são tipicamente beethovenianas, os múltiplos temas cada um pelo menos tão bonito como o anterior, as re-exposições, os momentos surpresa como quando os violinos fazem o acompanhamento e a melodia principal é tocada pelos violoncelos e contrabaixos... Só ele, não?
Joana Carneiro, que eu só tinha visto ao vivo já há uns anos no Auditório Municipal de Lagos, conduz com vivacidade e entrega, com gestos largos, debruçada para a orquestra que lhe responde gostosamente.
7 comentários:
Não era má ideia a OSP de Joana Carneiro fazer um tour que passasse pelo Porto. Com Pizarro, já agora :). Fico contente pelo bom começo.
Não era nada má ideia, Mário. E podem vir todos à mourama também :-)
Não tive oportunidade de assistir por me encontrar fora de Lisboa. Mas dentro de dias lá estarei na "viagem".
Muito bom assistir a um bom concerto.
Cadinho RoCo
Fanático_Um, ainda não sei se poderei assistir à "Viagem..."; se não puder, espero pelos vossos comentários.
Cadinho RoCo, não é mesmo?
Gostei dessa tua descrição da Fantasia Coral. Concordo. Agora era haver mais concertos para a qualidade crescer.
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