Vi recentemente dois filmes que lidavam com os direitos civis (ou a falta deles) dos negros americanos, 12 Years a Slave e The Butler.
O primeiro conta a história de um negro livre, nascido e criado em Nova Iorque em meados do século XIX, educado, profissional respeitado, com família, que é raptado e vendido como escravo num dos Estados sulistas. Durante doze anos aquele homem faz o que pode para sobreviver, confrontando-se com patrões, capatazes e outros escravos melhores e piores, mas convencidos de que os homens não são todos iguais e uns têm por lei humana e divina direito de propriedade absoluta sobre outros.
O segundo passa-se no século XX. O protagonista nasceu numa plantação de um Estado do sul, onde os negros já não são escravos mas são tratados como tal. Procura melhor vida viajando para norte e é contratado como criado (chamam-lhe mordomo, mas só de nome) para a Casa Branca. A sua vida e a da sua família correm ao longo dos anos desde a presidência de Eisenhower à de Reagan e por aí fora, já reformado, à de Obama. Ao longo desses anos ele mantém-se afastado das lutas pela integração racial, mas o seu filho mais velho torna-se activista nelas.
De ambos os filmes se pode dizer que acabam bem, o que para mim já vai sendo importante. Como dizia o meu avô, amarguras, só as da vida. Mas ambos põem questões que parecem não desaparecer ao longo da história da humanidade, e que se resumem ao paradoxo de alguns se considerarem superiores a outros (cristãos, não-cristãos, negros, judeus, homossexuais) e por isso com o direito de maltratar estes últimos. Paradoxo porque me parece que, mesmo que isso fosse verdade e houvesse grupos "inferiores" por terem menor capacidade física ou intelectual, deveriam ser acarinhados e protegidos, como devem ser acarinhados e protegidos os mais fracos, sejam velhos, crianças, doentes ou inclusivamente os animais.
Continua válido o provérbio que outro dia me citaram: para veres o vilão, põe-lhe o pau na mão. Agora que estão na ordem do dia as praxes académicas (ver os posts da Helena sobre o tema), a única diferença parece ser a aparente anuência das "bestas" na sua própria bestialização.
O primeiro conta a história de um negro livre, nascido e criado em Nova Iorque em meados do século XIX, educado, profissional respeitado, com família, que é raptado e vendido como escravo num dos Estados sulistas. Durante doze anos aquele homem faz o que pode para sobreviver, confrontando-se com patrões, capatazes e outros escravos melhores e piores, mas convencidos de que os homens não são todos iguais e uns têm por lei humana e divina direito de propriedade absoluta sobre outros.
O segundo passa-se no século XX. O protagonista nasceu numa plantação de um Estado do sul, onde os negros já não são escravos mas são tratados como tal. Procura melhor vida viajando para norte e é contratado como criado (chamam-lhe mordomo, mas só de nome) para a Casa Branca. A sua vida e a da sua família correm ao longo dos anos desde a presidência de Eisenhower à de Reagan e por aí fora, já reformado, à de Obama. Ao longo desses anos ele mantém-se afastado das lutas pela integração racial, mas o seu filho mais velho torna-se activista nelas.
De ambos os filmes se pode dizer que acabam bem, o que para mim já vai sendo importante. Como dizia o meu avô, amarguras, só as da vida. Mas ambos põem questões que parecem não desaparecer ao longo da história da humanidade, e que se resumem ao paradoxo de alguns se considerarem superiores a outros (cristãos, não-cristãos, negros, judeus, homossexuais) e por isso com o direito de maltratar estes últimos. Paradoxo porque me parece que, mesmo que isso fosse verdade e houvesse grupos "inferiores" por terem menor capacidade física ou intelectual, deveriam ser acarinhados e protegidos, como devem ser acarinhados e protegidos os mais fracos, sejam velhos, crianças, doentes ou inclusivamente os animais.
Continua válido o provérbio que outro dia me citaram: para veres o vilão, põe-lhe o pau na mão. Agora que estão na ordem do dia as praxes académicas (ver os posts da Helena sobre o tema), a única diferença parece ser a aparente anuência das "bestas" na sua própria bestialização.
2 comentários:
O comportamento humano é diverso, complexo e em alguns casos inimaginável. Do seu comentário no Cadinho, minha alegria e gratidão que completo com resposta ao que perguntou: O cão Xamã existe sim, pode ver foto dele à esquerda do blog, mais embaixo, depois dos painéis que exponho por lá. Muito bom te receber sempre.
Cadinho RoCo
Obrigada, Cadinho RoCo. Já fui ver o Xamã, "cão inspirado e inspirador". Acho que vou contar as histórias dele ao meu cão :-)
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