A Opéra de Paris tem um sistema muito simpático de revenda de bilhetes, e foi nessa bolsa que consegui dois lugares ao fundo da plateia na Opéra Bastille para ver esta nova produção do cineasta Benoît Jacquot.
A sala, cujo aspecto mais impressiante é os balcões em consola sem apoio aparente, é muito profunda, e talvez em parte por isso o som não é muito envolvente.
A orquestra, dirigida por Francesco Ivan Ciampa, esteve bem; o coro foi talvez para mim o ponto mais fraco, pesado, compacto e escuro, mas foi como o encenador o quis no palco, por isso talvez vocalmente também fosse essa a intenção. Adorei o oboé no diálogo com Violetta no terceiro acto. Delicioso o bailado em casa de Flora, com os bailarinos transvestidos em honra ao Carnaval.
Quanto aos protagonistas: a soprano Diana Damrau foi Violetta, o tenor Francesco Demuro foi Alfredo e o barítono Ludovic Tézier o pai Germont. A melhor voz, para meu gosto, foi a de Tézier, grande, melodiosa, segura; infelizmente acho-o sempre muito parado. Damrau, a Traviata do momento, domina muito bem a coloratura, tem uma grande intensidade dramática e no Addio, bel passato, chegou a comover-me. Demuro, se não me encantou no brinde, foi melhorando em todos os aspectos durante o espectáculo.
Fica aqui o Sempre libera que encontrei no Youtube:
A sala, cujo aspecto mais impressiante é os balcões em consola sem apoio aparente, é muito profunda, e talvez em parte por isso o som não é muito envolvente.
(Paris, Junho 2014)
Ainda assim, gostei muito. Gostei da encenação, que é de época e serve o libretto e a música, e gostei dos cenários, que são simples, eficazes, e muito bonitos. A grande cama de dossel de Violetta tem, no primeiro acto, na cabeceira a Olympia de Manet; no terceiro acto o quadro foi retirado e virado ao contrário. No primeiro quadro do segundo acto uma árvore muito bonita exprime o bucolismo da nova vida dos dois apaixonados.A orquestra, dirigida por Francesco Ivan Ciampa, esteve bem; o coro foi talvez para mim o ponto mais fraco, pesado, compacto e escuro, mas foi como o encenador o quis no palco, por isso talvez vocalmente também fosse essa a intenção. Adorei o oboé no diálogo com Violetta no terceiro acto. Delicioso o bailado em casa de Flora, com os bailarinos transvestidos em honra ao Carnaval.
Quanto aos protagonistas: a soprano Diana Damrau foi Violetta, o tenor Francesco Demuro foi Alfredo e o barítono Ludovic Tézier o pai Germont. A melhor voz, para meu gosto, foi a de Tézier, grande, melodiosa, segura; infelizmente acho-o sempre muito parado. Damrau, a Traviata do momento, domina muito bem a coloratura, tem uma grande intensidade dramática e no Addio, bel passato, chegou a comover-me. Demuro, se não me encantou no brinde, foi melhorando em todos os aspectos durante o espectáculo.
Fica aqui o Sempre libera que encontrei no Youtube:
6 comentários:
Ora ainda bem que a encenação ajudou, Gi. Por isso e pela Damrau já valia a deslocação.
Ainda nunca fui à Bastilha, confesso. Gostava de conseguir uma semana em Paris com uma Tosca na Bastilha, ou mesmo uma Carmen, e Christie nos Champs Elysées, por exemplo :D
Obrigado pela partilha.
Mário, eu ainda não fui ao Palais Garnier, por isso é um dos próximos objectivos.
Esta produção foi um alívio depois do horror (da transmissão) do Scala.
Ainda bem que gostou, Gi. Eu, confesso, não sou um fã da Bastilha. A compra de bilhetes online não é simpática, não se podem escolher os lugares exactos, só a "zona" e são, habitualmente, muito caros. O teatro é muito grande e, qualquer que seja o lugar, parece sempre que estamos muito distantes do palco.
Já o Palácio Garnier é bem diferente, aconselho vivamente a experiência de ver lá uma ópera e aproveitar para admirar todo o edifício e o tecto de Chagal, claro!
A Traviata é uma das óperas que mais gosto, por múltipas razões, e assistir a uma boa récita é sempre algo de reconfortante. Ainda bem que assim foi.
Fanático_Um, também não fiquei fà da Bastille, mas gostei muito desta produção.
A alternativa, no Palais Garnier, era L'Incoronazione di Poppea, e francamente apeteceu-me mais esta Traviata.
Fico contente que tenhas conseguido.
Só fui uma vez à Bastilha e também tive a sensação de estar num armazém gigante.
Paulo, foi uma sorte!
Lembras-te que já várias vezes discutimos a importância da encenação e até a hipótese de uma versão de concerto ser preferível a uma má encenação? Pois não há nada como uma encenação decente :-)
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