Ouvidos diversos ouvem o mesmo diversamente...
Eu gostei da Norma da Gulbenkian, mesmo em versão de concerto, ou seja, sem cenário, com orquestra, coros e solistas amontoados no palco, sem a ajuda, ou a distracção, da componente teatral. Felizmente Silvana Dussmann, que sabia o papel de cor (ao contrário de Heidi Brunner), não cedeu neste aspecto, e arrastou os companheiros à interacção possível.
Não creio que haja uma cantora que diante dos primeiros compassos da Casta Diva não trema e não pense, Perdoar-me-á este público não ser a Callas? Dussmann não é a Callas, de facto, mas tem uma bonita voz, os agudos no lugar, e sentido dramático bastante.
Heidi Brunner andou aflita entre a partitura e os colegas que lhe exigiam contacto visual, e embora tenha uma voz muito agradável falhou na coloratura, o que é estranho para quem tem a sua experiência de Mozart e Rossini. Joana Seara, na Clotilde, aguentou-se lindamente.
Johann Botha tem uma voz bonita e potente, foi sedutor no dueto com Adalgisa no primeiro acto, mas no segundo, diante das ameaças de Norma, parecia pouco afectado... Io fremo, disse, como quem diz, despacha-te que tenho o churrasco à espera (e tinha, claro).
O Oroveso de Arutjun Kotchinian passou à tangente, o Flavio de Marcos Santos não. Quanto à direcção de Lawrence Foster, achei-a precisa, mas um tanto pesada.
Em todo o caso, tomara o S. Carlos...
Eu gostei da Norma da Gulbenkian, mesmo em versão de concerto, ou seja, sem cenário, com orquestra, coros e solistas amontoados no palco, sem a ajuda, ou a distracção, da componente teatral. Felizmente Silvana Dussmann, que sabia o papel de cor (ao contrário de Heidi Brunner), não cedeu neste aspecto, e arrastou os companheiros à interacção possível.
Não creio que haja uma cantora que diante dos primeiros compassos da Casta Diva não trema e não pense, Perdoar-me-á este público não ser a Callas? Dussmann não é a Callas, de facto, mas tem uma bonita voz, os agudos no lugar, e sentido dramático bastante.
Heidi Brunner andou aflita entre a partitura e os colegas que lhe exigiam contacto visual, e embora tenha uma voz muito agradável falhou na coloratura, o que é estranho para quem tem a sua experiência de Mozart e Rossini. Joana Seara, na Clotilde, aguentou-se lindamente.
Johann Botha tem uma voz bonita e potente, foi sedutor no dueto com Adalgisa no primeiro acto, mas no segundo, diante das ameaças de Norma, parecia pouco afectado... Io fremo, disse, como quem diz, despacha-te que tenho o churrasco à espera (e tinha, claro).
O Oroveso de Arutjun Kotchinian passou à tangente, o Flavio de Marcos Santos não. Quanto à direcção de Lawrence Foster, achei-a precisa, mas um tanto pesada.
Em todo o caso, tomara o S. Carlos...
3 comentários:
Então o Oroveso só passou à tangente? Eu achei bom mesmo...gostaria de ver uma representação da ópera no TNSC, com este elenco...mas tal afigura-se pouco provável, nos tempos próximos...
Estava ansioso por ler a sua opinião.
Assistirmos a uma versão de concerto de "Norma" pode ter muitas vantagens, como não termos de ver Pollione chegar num Mercedes conduzido por Flavio, por exemplo. O que conta ali é a música, que se espera bem interpretada. E, neste aspecto, concordo consigo em alguns pontos. Em outros, não.
Acho que qualquer cantora fica em pânico antes da Casta Diva. As razões são óbvias. E pode ter sido esse o principal motivo do que aconteceu.
A Adalgisa de Heidi Brunner não foi brilhante mas pareceu-me bem.
Paulo, não me impostava de ver o Pollione chegar de automóvel. Antes isso que os estúpidos toucados de certas Normas, ou os templos de estilo grego.
Joaquim, eu achei que o Kotchinian tinha desaparecido no segundo acto.
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