segunda-feira, 11 de junho de 2012

Camoniana

Não foi de propósito que estive em Constância no dia de Camões. Nem sabia que decorriam as XVII Pomonas Camonianas, uma espécie de feira com cortejos, conferências, comezainas e venda de flores relacionadas com versos camonianos, presumivelmente cultivadas no Horto de Camões, que foi desenhado por Gonçalo Ribeiro Telles (outra vez ele) mas estava fechado à hora a que lá passei.

(Constância, Junho 2012)

Ainda não foi desta vez que entrei na casa de Camões, na de Vasco de Lima Couto ou na biblioteca que leva o nome de Alexandre O'Neill. A vila que os atraiu a eles a mim diz pouco, embora tenha residentes que dizem o mais que podem.

(Constância, Junho 2012)

Há o Tejo, claro, o fermoso Tejo dele, escorrendo lentamente, engrossando um pouco com o caudal do Zêzere, rodeando o castelo de Almourol que aparenta não ter mudado desde que lá estive em viagem de finalistas do ensino secundário.

(Almourol, Junho 2012)

Mais adiante, em Vila Nova da Barquinha, um autarca megalómano transformou sete hectares num parque ribeirinho para deleite dos seus sete mil habitantes. E alguém (o mesmo autarca?) plantou amoreiras por todo o lado. Mas estas, ah! estas estavam em flor, e quem nunca sentiu o perfume das flores das amoreiras vá lá a correr e diga-me se não quereria ter o talento de Camões para o cantar.



(Vila Nova da Barquinha, Junho 2012)

7 comentários:

Maria Carvalho disse...

São tílias. As flores das amoreiras quase não se vêem, não creio que sejam perfumadas. Estas sim, que bom cheirinho dão, até no chá se nota. Nas poucas do norte que já floriram, a chuva l(e)avou o aroma.

mfc disse...

Obrigado por nos levares no teu passeio tão bem documentado por estas fotos!
Foi com certeza um dia bem passado...
Beijinhos,

Gi disse...

Maria, obrigada. Ignorância minha e de quem me deu a informação.

Mfc, são descobertas que partilho com prazer :-) Bj.

Paulo disse...

As tílias em Lisboa têm estado soberbas. Por estes dias, passear em Lisboa e não ir ao Largo do Carmo, com elas e os jacarandás em orgia constante, é um crime. O perfume desce pela Calçada do Sacramento até à Rua Garrett. Perguntavam-me as senhoras alemãs que perfume era aquele, se viria de uma loja ou de alguém... Quando lhes mostrei a fonte ficaram de boca aberta, com todas as letras.

Paulo disse...

(Pena não teres conseguido ir ao Horto de Camões. Esperava que pudesses dar-me notícias dele.)

Gi disse...

Paulo, achas que quando voltar a Lisboa no fim do mês ainda as apanho floridas?

(Esta foto foi a que consegui através do portão do Horto)

Paulo disse...

No fim do mês talvez já não.

(Obrigado pela foto.)