quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Arte em Veneza

Tenho ideia que antigamente a bienal de arte tinha lugar apenas nos jardins públicos, mas agora espalha-se por toda a cidade, em igejas e palácios transfigurados em pavilhões onde artistas das mais diversas nacionalidades expõem em representação do seu país ou enquanto indivíduos.

Na igreja de Santa Maria della Visitazione, que vale a visita só pelo tecto em caixotões pintados do século XVI, encontrei uma curiosa instalação do chinês Zhong Biao, considerado em 2010 o "artista mais inovador da China" e que se declara parcialmente inspirado em Jorge Luís Borges.

De resto, as igrejas de Veneza reclamam uma nova visita com os seus Tiepolos, Tizianos e Tintorettos. As Bodas de Caná deste último, na sacristia da Chiesa della Salute, só por si pede longos minutos de admiração e espanto: como se pinta um quadro deste tamanho? Como se compõe uma cena para estas dimensões? Como se mantém as proporções correctas? De que enormes ateliers dispunham estes artistas?

Saindo da Salute apercebi-me que nascera uma nova ponte entre a Punta della Dogana e a Riva degli Schiavoni, ou seja, podia voltar para a zona de San Marco a pé - se esperasse pela inauguração, que estava a ter lugar nesse momento.


Assim fiz, estreando ☺ a ponte temporária por onde passariam, no dia seguinte, os corredores da 28ª maratona de Veneza.

(Venezia, Outubro 2013)

8 comentários:

Paulo disse...

Essa luz...
Se o meu sangue não me engueza, hei-de voltar a Veneza.

Fanático_Um disse...

Veneza é um local único! Espero voltar lá pelo menos mais uma vez e poder saborear por alguns dias aquele ambiente único, sobretudo nos recantos menos turísticos.

Catarina disse...

Tb visitei a Salute. Quando entrei na galeria não percebi a razão da existência dos espelhos. Perguntei. Para ver as pinturas no teto. E assim não magoei o pescoço e a distância entre esta visitante e o teto encurtou! : )
Para ir para esta igreja, a minha amiga veneziana sugeriu ir numa gondola, daquelas onde nos mantemos em pé. Nem pensar. E se eu me desiquilibrasse e caísse no canal?! Para a próxima – se houver uma próxima – vou ser destemida. : )

Gi disse...

Paulo, é uma luz coada, própria da Serenissima, não é? E se reparares, mesmo as hordas de visitantes fazem muito menos barulho do que noutra cidade qualquer.

Gi disse...

Fanático_Um, nunca imaginei que no fim de Outubro houvesse tantos turistas em Veneza. Andei a fugir dos lugares mais óbvios, mas na próxima vez terei de regressar a eles.

Gi disse...

Catarina, para a Salute fui de gôndola (traghetto), mas só o gondoleiro vai em pé, nunca vi passageiros se não sentados.

Paulo disse...

A partir de 2014, Veneza colocará sérias limitações aos megacruzeiros, reduzindo ou mesmo banindo a passagem das mais gigantes destas embarcações.

Gi disse...

Paulo, acho bem. No entanto, eu já fiz um cruzeiro a partir de Veneza, por isso pode-se dizer que falo de barriga cheia...