Vivaldi entrou definitivamente nos circuitos turísticos venezianos e chega a ser difícil escapar-lhe. Há vários grupos a tocá-lo: os Musici Veneziani em fatos ao estilo da época perto de Rialto, os Virtuosi di Venezia a San Marco, os Virtuosi Italiani na Chiesa della Pietà com o ardil "Venha ouvir a música onde ela foi escrita".
Publicidade enganosa: esta igreja foi construída depois da morte de Vivaldi e daquela que ele conheceu já só existem, parece, duas colunas no lobby do Hotel Metropole ali ao lado. No entanto a igreja actual vale pela acústica fantástica e pelos frescos de Tiepolo.
Os Virtuosi Italiani devem estar mais que fartos das Quattro Stagioni, mas se é o que os turistas querem, é o que lhes dão todas as noites (além de outros dois números para desenjoar). Não me queixaria, se o solista Glauco Bertagnin não tivesse escolhido mostrar o seu virtuosismo tocando o mais depressa e o mais forte possível. Dei por mim a perguntar-me se era eu ou de repente a música barroca soava a czardas.
(Venezia, Outubro 2013)
Publicidade enganosa: esta igreja foi construída depois da morte de Vivaldi e daquela que ele conheceu já só existem, parece, duas colunas no lobby do Hotel Metropole ali ao lado. No entanto a igreja actual vale pela acústica fantástica e pelos frescos de Tiepolo.
Os Virtuosi Italiani devem estar mais que fartos das Quattro Stagioni, mas se é o que os turistas querem, é o que lhes dão todas as noites (além de outros dois números para desenjoar). Não me queixaria, se o solista Glauco Bertagnin não tivesse escolhido mostrar o seu virtuosismo tocando o mais depressa e o mais forte possível. Dei por mim a perguntar-me se era eu ou de repente a música barroca soava a czardas.
(Venezia, Outubro 2013)
8 comentários:
Não podia sair de Veneza sem ouvir As Quatro Estações! O ambiente fez com que sentisse a música com mais emoção.
Concordo que é o que todos os turistas esperam.
Isso e ouvir/ver Romeu e Julieta em Verona. : )
Na minha visita do ano passado, foram os Virtuosi di Venezia a San Marco. O pior foram os cantores, vozes esganiçadas rejeitadas por qualquer teatro lírico. O local é mítico, mas o concerto é trappe-touristes.
Fico contente pelo La Fenice - também o estreei ano passado, com a sorte de ouvir Desirée Rancatore. Quem vê de fora não imagina o que é lá dentro, chega ao ostentatório, será que a ópera de que tanto gostamos justifica tamanho dispêndio? Casa sempre cheia, pelo menos, àqueles preços loucos talvez compense.
Obrigado por me recordar Veneza,Gi, por mais que façam há-de resistir a tudo... (wishful thinking).
Catarina, em Verona, depois da casa de Giulietta, talvez um espectáculo na arena, não? :-)
Mário, lembro-me bem da sua reportagem sobre Veneza e o Rigoletto.
Fiquei com a impressão que o La Fenice também estava cheio de turistas, sabe?
Fiquei com a sensação que a cidade está a ser recuperada, mas não sei como se dão as fundações com aquele trânsito.
O trânsito nos canais também me afligiu. Vale ao menos que não haja tráfego nas ruas.
Mas ainda é verdade que se nos afastarmos q.b. de S. Marcos e Rialto, encontramos paz e sossego em muitos zonas - e bem bonitas.
O meu filho que criou asas para voar sozinho, ou melhor, sem o pai ou a mãe – passo o cliché – fez questão de ir assistir ao seu primeiro espetáculo de ópera em Verona na arena, este verão. Quando me perguntou se deveria ver Aida ou Romeu e Julieta, sugeri que se estava em Verona a escolha deveria recair nesta última. Disse que foi uma experiência extraordinária.
Mário, foi o que eu fiz :-)
Catarina, eu também escolheria Romeu e Julieta, até porque Aïda não está entre as minhas óperas preferidas. Mas ainda não vi nenhum espectáculo na arena de Verona.
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