Berlim tem três teatros de ópera; nestes dias de férias a opção foi para La Bohème na Deutsche Oper, que é um teatro moderno, simpático e com preços acessíveis, de tal forma que fiquei excelentemente sentada numa das primeiras filas da plateia, de onde apenas não tinha vista para o fosso da orquestra para além da careca do maestro Donald Runnicles.
Foi uma boa opção, diga-se já: a encenação do já falecido Götz Friedrich, clássica mas muito viva, com uma boa direcção de actores, cenários e figurinos "de época", à excepção dos quadros do pintor Marcello, que eram modernos, feios e fracos, orquestra muito competente apesar de de quando em quando abafar os cantores.
Destes gostei muito: o único nome que conhecia era o da soprano Carmen Giannattasio, que cantou a Mimì com voz potente, cheia, muito correcta em toda a tessitura. É pequenina mas tem uma figura agradável e esteve muito bem em palco. Tanto o tenor coreano Yosep Kang, que fez um excelente Rodolfo, como todos os companheiros de boémia, o jovem barítono Davide Luciano no pintor Marcello, os baixo-barítonos Noel Bouley no compositor Schaunard e Marko Mimica no filósofo Colline, compuseram muito bem os seus personagens, tanto vocal como cenicamente. A Musetta foi a soprano Martina Welschenbach e a única que me deixou com vontade de mais alguma coisa, mas pode ser apenas porque, sendo a personagem uma mulher forte e independente, mereceria maior protagonismo... correndo o risco de se sobrepor à Mimì.
Não sendo esta, na minha opinião, a mais interessante ópera de Puccini, entendo que seja a mais popular: é curta, tem um bom equilíbrio de comédia e tragédia, os personagens são simpáticos, a música é bonita e usa leitmotive de uma forma facilmente reconhecível.
Foi uma boa opção, diga-se já: a encenação do já falecido Götz Friedrich, clássica mas muito viva, com uma boa direcção de actores, cenários e figurinos "de época", à excepção dos quadros do pintor Marcello, que eram modernos, feios e fracos, orquestra muito competente apesar de de quando em quando abafar os cantores.
Destes gostei muito: o único nome que conhecia era o da soprano Carmen Giannattasio, que cantou a Mimì com voz potente, cheia, muito correcta em toda a tessitura. É pequenina mas tem uma figura agradável e esteve muito bem em palco. Tanto o tenor coreano Yosep Kang, que fez um excelente Rodolfo, como todos os companheiros de boémia, o jovem barítono Davide Luciano no pintor Marcello, os baixo-barítonos Noel Bouley no compositor Schaunard e Marko Mimica no filósofo Colline, compuseram muito bem os seus personagens, tanto vocal como cenicamente. A Musetta foi a soprano Martina Welschenbach e a única que me deixou com vontade de mais alguma coisa, mas pode ser apenas porque, sendo a personagem uma mulher forte e independente, mereceria maior protagonismo... correndo o risco de se sobrepor à Mimì.
Não sendo esta, na minha opinião, a mais interessante ópera de Puccini, entendo que seja a mais popular: é curta, tem um bom equilíbrio de comédia e tragédia, os personagens são simpáticos, a música é bonita e usa leitmotive de uma forma facilmente reconhecível.
7 comentários:
Boa estada, Gi. Tenho de ir a Berlim um dia destes.
Gosto da Bohème, também. Houve uma produção excelente (La Fenice) no S. Carlos há uns anos, acho que 1996, que vi com gosto.
Vou depois de amanhã ver outro "chavão" operático, a Norma, com a quase idosa Mariella Devia. Musicalmente Bellini é capaz de ser mais primário que Puccini, mas consegue uma belas árias e dramatismo q.b.
Fico á espera de mais Berlin-reports :)
Goze bem Berlim, Gi. Para além de tudo o resto, não é todos os dias que se está numa cidade com 3 companhias de ópera em simultâneo.
Aguardo novos "posts"
Já fui e já regressei, Mário.
Felicidades para a Norma. Também fico à espera de Valencia-reports ;-)
Fanático _Um, foi muito bom.
Mais posts a caminho :-)
Uma Bohème clássica, nos tempos que correm, e logo na Alemanha, é um luxo.
Paulo, fiquei com a impressão que a Deutsche Oper é mais clássica que a Staatsoper ou a Komische Oper, será?
Também achei um luxo ;-)
Mais clássica que a Komische, penso que sim. Essa está cada vez mais virada para o Bieito e encenadores afins. Quanto à Staatsoper, não sei. Vi lá (no Schiller Theater) umas "Bodas de Figaro" clássicas. Penso que ambas alternam produções modernas com outras mais ou menos clássicas, embora tendam a modernizar tudo em alta velocidade.
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