Finalmente cumpri o desejo de assistir a um concerto na grande sala da Philharmonie em Berlim e testar a famosa acústica. Gostei imenso: é clara e ao mesmo tempo aconchegante, macia. Fiquei na sexta fila, onde o som chega em estereofonia, o que talvez nem seja a intenção dos compositores mas é como eu gosto de ouvir a música.
A orquestra da Philharmonie estava ausente em digressão, mas fiquei a conhecer a Akademisches Orchester Berlin, o seu maestro Peter Aderholt, e a solista, uma jovem violinista de origem coreana e australiana chamada Suyeon Kang, em três belíssimas obras: a Abertura do Don Giovanni de Mozart, o Concerto para Violino de Sibelius (que ouvi há pouco, em Fevereiro, na Fundação Gulbenkian, por Frank Peter Zimmerman) e a Terceira Sinfonia de Beethoven.
Foi uma tarde fantástica. Um ou dois desacertos àparte, a orquestra tocou maravilhosamente, com grande equilíbrio, sem afogar nunca a solista, atenta ao maestro, empenhada e expressiva. Kang, depois de, à chegada ao palco, tropeçar no vestido demasiado comprido, não tropeçou em mais nada, e deu-nos um Concerto muito bonito, coerente e virtuoso.
Aqui o deixo à apreciação, embora com outros intérpretes:
Finalmente um reparo para o público, que me fez sentir em casa, tanto pelos ataques de tosse como pelos aplausos entre andamentos: tornou-se moda, é?
A orquestra da Philharmonie estava ausente em digressão, mas fiquei a conhecer a Akademisches Orchester Berlin, o seu maestro Peter Aderholt, e a solista, uma jovem violinista de origem coreana e australiana chamada Suyeon Kang, em três belíssimas obras: a Abertura do Don Giovanni de Mozart, o Concerto para Violino de Sibelius (que ouvi há pouco, em Fevereiro, na Fundação Gulbenkian, por Frank Peter Zimmerman) e a Terceira Sinfonia de Beethoven.
Foi uma tarde fantástica. Um ou dois desacertos àparte, a orquestra tocou maravilhosamente, com grande equilíbrio, sem afogar nunca a solista, atenta ao maestro, empenhada e expressiva. Kang, depois de, à chegada ao palco, tropeçar no vestido demasiado comprido, não tropeçou em mais nada, e deu-nos um Concerto muito bonito, coerente e virtuoso.
(Berlin, Março 2015)
A Eroica resultou muito bem e muito curiosamente, cada uma das pessoas do meu grupo foi seduzida por um andamento diferente. O meu preferido foi o segundo, que achei riquíssimo e onde encontrei (mais uma das minhas descobertas que provavelmente não são novidade para mais ninguém) tocado repetidamente nos primeiros minutos pelos violinos, e já perto do fim pelos tímpanos, o tema inicial da Quinta Sinfonia.Aqui o deixo à apreciação, embora com outros intérpretes:
Finalmente um reparo para o público, que me fez sentir em casa, tanto pelos ataques de tosse como pelos aplausos entre andamentos: tornou-se moda, é?
8 comentários:
Surpreendente o que relata do público. Vou frequentemente à Alemanha por razões familiares e profissionais e é um dos meus locais favoritos para ver e ouvir ópera ou concertos. Raramente presenciei o que relata mad, no melhor pano cai a nódoa...
Fanático _Um, nunca teria imaginado de um público tão habituado a espectáculos deste género.
"Nivelar por cima" é coisa rara, quero dizer: que sejam os bons exemplos a propagar-se. 'Tosses' é mais um caso de nivelamento por baixo a que nem Berlim escapou.
Ainda estou à espera de um estudo psico-fisiológico do fenómeno.
Pena não teres apanhado os Filarmónicos.
Quanto aos sons extra, nada a fazer. Há salas que são pontos de atracção turística. A Ópera de Viena não tem como lutar contra os flashes dos japoneses. A Filarmonia de Berlim também atrai muito público não melómano.
Mário, eu desculpo um bocado as tosses, porque não acredito que alguém seja capaz de desistir de um bom espectáculo, programado com antecedência, por estar constipad@.
Paulo, deves ter razão (como de costume).
Quanto a apanhar os Filarmónicos, espero ter outra(s) oportunidade(s)...
Um passeio em cheio... rico de experiencias.
Feliz Pascoa, Gi.
É disto que eu gosto, Catarina.
Boa Páscoa para si também.
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