quarta-feira, 23 de abril de 2008

The joy of Joyce

Haendel é Haendel, os Talens Lyriques têm uma reputação e uma discografia notáveis, e aquilo que conhecia de Joyce DiDonato augurava um belo espectáculo, mas a noite de sábado no Théatre de la Monnaie foi ainda melhor do que esperava.

Entrou em palco concentrada, elegante num vestido sem ombros com um corpete encarnado bordado e uma saia lisa preta comprida. Desde a primeira ária esteve perfeita (ela diz que não!): um timbre belíssimo, uma excelente projecção (os meus bilhetes, comprados tarde, eram para uma frisa quase no alto do teatro, e se ele é alto!), um legato irrepreensível, uma ornamentação delicada.

(Théatre de la Monnaie, Bruxelles, Abril 2008)

Cantou árias de Teseo, Imeneo, Admeto, Serse, Ariodante e Hercules, sempre aliando técnica e emoção; à medida que o serão avançava e se criava uma relação com o público isso era ainda mais notório. No fim ofereceu três encores (incluindo uma ária de Giulio Cesare) e foi merecidamente aplaudida de pé.

Fui esperá-la à saída e estivemos a conversar um bocadinho. É encantadora. Fiquei a saber que já esteve em Portugal, que conhece Sintra e o Cabo da Roca e já cantou na Casa da Música.

Único senão da noite: estava calor no teatro e os belgas não gostam muito de água e sabão...

2 comentários:

Moura Aveirense disse...

:) Que maravilha!

Paulo disse...

O senão é desagradável, mas a música há-de ter compensado o transtorno. Ainda bem que gostou. Que saudades de um bom Handel.