segunda-feira, 7 de junho de 2010

O despertar da China

Notícia do Público (via Delito de Opinião):

O lado negro do país com as maiores taxas de crescimento económico
China: a fábrica do mundo também quer ter carro e casa própria
06.06.2010 - 08:04 Por Ana Rute Silva
Acontecimentos como a greve na Honda e a vaga de suicídios na Foxconn estão a mostrar as dores de crescimento no império asiático.
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A fábrica do mundo está a sucumbir à pressão da competitividade. E saltou para as páginas dos jornais por razões pouco habituais. Depois do caso da Foxconn, empresa de Taiwan que há muito tem sido denunciada pela China Labor Watch, 1900 trabalhadores da japonesa Honda, em Foshan, cansaram-se das 12 horas de trabalho diárias, seis dias por semana a ganhar 1500 yuans (179 euros). Estão em greve desde 17 de Maio e o protesto interrompeu a produção de todas as quatro fábricas da Honda na China, incluindo as que são geridas com parceiros locais.
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A nova classe média já ultrapassa os 100 milhões de habitantes. Crescem hábitos de consumo e centros comerciais, dispara o preço do imobiliário (ver texto) e a inflação. A China já não quer ser só, e apenas, o país do baixo custo, apetecível para as multinacionais ocidentais. Quer comprar uma casa e ter um carro.(...)
Ao sair da pele de uma economia emergente, de produção low-cost e eficiente, e oferecer salários mais justos, a China fará aumentar os preços dos bens em todo o mundo, dos brinquedos da Mattel à moda de Tommy Hilfiger.(...)


É o que eu já tenho dito: a China da mão-de-obra barata e sem direitos não vai durar sempre. Os chineses vão querer um estilo de vida semelhante ao ocidental, e quando isso acontecer os custos de produção também vão assemelhar-se aos ocidentais.

Quanto tempo até que isso aconteça? A economia ocidental aguentar-se-á até então? Essas são perguntas a que não sei responder. Mas que o despertar da China se fará de acordo com a natureza humana, disso não tenho quaisquer dúvidas.

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