quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Marés na Bretanha /Brittany tides

Erant eius modi fere situs oppidorum ut posita in extremis lingulis promunturiisque neque pedibus aditum haberent, cum ex alto se aestus incitavisset, quod [bis] accidit semper horarum XII spatio, neque navibus, quod rursus minuente aestu naves in vadis adflictarentur. Ita utraque re oppidorum oppugnatio impediebatur.

Eram habitualmente as fortalezas construídas no extremo de línguas de terra e de promontórios de modo a não terem acesso a pé quando a maré alta as acomete, o que acontece sempre duas vezes no espaço de doze horas, nem por barco, porque quando a maré baixa novamente os barcos encalham nos baixios. Ambas as coisas impediam um assalto às fortalezas.

Fortresses were usually built at the end of headlands so as to have no access by foot as the high tide rushes in, which always happens twice every twelve hours, nor by ship, because as the tide lowers again ships are stranded on the shoals. Both things prevented an attack on the fortresses.


C. I. Caesar, De Bello Gallico, III, 12

(Saint-Malo, Agosto 2010)

(mesmo lugar 2 horas depois / same place 2 hours later)

As marés da Bretanha são, segundo os indígenas, as mais amplas da Europa. É uma experiência única e fascinante atravessar de carro o Gois, entre a ilha de Noirmoutier e o continente, com a estrada ainda alagada pela maré que se esvazia.

Tides in Brittany are, according to the natives, the greatest in Europe. To cross the Gois by car, between the island of Noirmoutier and the continent, over a road still under the receding tide, is a unique, fascinating experience.

(Gois, Noirmoutier, Agosto 2010)

4 comentários:

Mário R. Gonçalves disse...

É uma experiência única, tem razão. A observar em portos, cais... e praias! A diferença da maré vaza para a cheia è um espanto, e há uma multidão à espera da vaza para apanhar marisco.

Parabéns pela série, Gi.

Gi disse...

Obrigada, Mário. Confesso que acho tão interessantes estas marés enormes como a falta quase absoluta de variação no Mediterrâneo, onde se pode ter uma espreguiçadeira com as pernas dentro de água o dia inteiro.

Fernando Vasconcelos disse...

Eu tendo a preferir a variação. O Mediterrâneo é demasiado calmo para meu gosto, embora com tempestades fortes mas que vão e voltam sem que se dê por isso ...

Gi disse...

Fernando, neste caso, apesar de habitualmente moderada, gosto de ambos os extremos :-)