No sábado a transmissão da Lucia di Lammermoor da Metropolitan Opera House recebeu aplausos e críticas praticamente unânimes.
Depois de ler os posts do Paulo, do FanáticoUm, do Joaquim, do Alberto ou da Io, não me resta muito que comentar. Ainda assim, aqui ficam algumas impressões:
Esta nunca foi obra que me interessasse muito, mas a verdade é que uma boa encenação com bons cantores/actores pode dar uma dimensão extra a estes personagens enredados numa história tipo romeu-e-julieta sobre fundo de rivalidade política entre clãs escoceses.
Ora como cantora/actriz Natalie Dessay é estupenda, e foi nesta produção de Mary Zimmerman que chamou tanto a atenção há uns três ou quatro anos. Dizem-me que a voz não é a que era, que falha nos agudos (falhou audivelmente no 1º acto, antes do dueto com Edgardo), mas é expressiva, empenhada e agradável. A ovação após a cena da loucura, tanto no Met como na Gulbenkian, foi longa e merecida.
Joseph Calleja é um gato maltês de trinta e poucos anos que já tinha visto referido como um dos três ou quatro melhores tenores líricos da actualidade, o que me aguçara a curiosidade. Tem realmente uma belíssima voz e uma belíssima presença no palco e encantou toda a gente com quem falei.
O barítono Ludovic Tézier deixou-me ambivalente: gostei da voz mas achei-o fraco do ponto de vista cénico. A ira que deveria inflamar o personagem não se sente, o que é pena, porque a concepção que o próprio Tézier faz de um Enrico doente é interessante. Ainda por cima as câmaras revelam o olhar sempre a fugir, suponho que para o maestro, o que é desconcertante.
Nada a apontar ao restante elenco excepto o tenor Philip Webb (Normanno) que pareceu fraquinho, embora a amplificação possa trair os cantores tanto como afirmá-los.
A orquestra não deixa de me maravilhar quando penso no calendário que tem que cumprir, já que numa qualquer mesma semana o Met põe em cena diversas óperas e ainda ensaia mais uma ou duas.
Depois de ler os posts do Paulo, do FanáticoUm, do Joaquim, do Alberto ou da Io, não me resta muito que comentar. Ainda assim, aqui ficam algumas impressões:
Esta nunca foi obra que me interessasse muito, mas a verdade é que uma boa encenação com bons cantores/actores pode dar uma dimensão extra a estes personagens enredados numa história tipo romeu-e-julieta sobre fundo de rivalidade política entre clãs escoceses.
Ora como cantora/actriz Natalie Dessay é estupenda, e foi nesta produção de Mary Zimmerman que chamou tanto a atenção há uns três ou quatro anos. Dizem-me que a voz não é a que era, que falha nos agudos (falhou audivelmente no 1º acto, antes do dueto com Edgardo), mas é expressiva, empenhada e agradável. A ovação após a cena da loucura, tanto no Met como na Gulbenkian, foi longa e merecida.
Joseph Calleja é um gato maltês de trinta e poucos anos que já tinha visto referido como um dos três ou quatro melhores tenores líricos da actualidade, o que me aguçara a curiosidade. Tem realmente uma belíssima voz e uma belíssima presença no palco e encantou toda a gente com quem falei.
O barítono Ludovic Tézier deixou-me ambivalente: gostei da voz mas achei-o fraco do ponto de vista cénico. A ira que deveria inflamar o personagem não se sente, o que é pena, porque a concepção que o próprio Tézier faz de um Enrico doente é interessante. Ainda por cima as câmaras revelam o olhar sempre a fugir, suponho que para o maestro, o que é desconcertante.
Nada a apontar ao restante elenco excepto o tenor Philip Webb (Normanno) que pareceu fraquinho, embora a amplificação possa trair os cantores tanto como afirmá-los.
A orquestra não deixa de me maravilhar quando penso no calendário que tem que cumprir, já que numa qualquer mesma semana o Met põe em cena diversas óperas e ainda ensaia mais uma ou duas.
6 comentários:
Eu sou fã da Lucia desde que a vi pela primeira vez e a Natalie é sublime como Lucia. De uma entrega total à personagem. E o Calleja caiu-nos nas graças, claro.
Também me faz espécie a qualidade daquela orquestra com a quantidade de música que tem de tocar todos os dias. É impressionante.
A Lucia não vale pelo libretto, Gi, mas pela música e sobretudo pelo canto. Aliás, se for a exigir da ópera que tenha "histórias" interessantes, não vai ter mais de uma dúzia, e estou a ser optimista.
Concordo que a ópera de Donizetti não emparelha com obras primas como a Flauta ou o Fidelio; ainda assim, a produção do Met valorizou ao máximo a música e o canto, e foi um imenso prazer ouvir.
Ainda há pouco houve o excelente Rigoletto; o MET está em alta.
Venho tarde, mas ainda venho: eu adorei esta Lucia. Tenho medo que a hereditariedade me atraiçoe, mas mesmo correndo esse risco sempre me atrevo a dizer que nunca a esquecerei. Pena, pena que não tivesse sido ao vivo, como diria a filhota querida do meu Perseu se tivesse ido ver esta récita. E Calleja forever!
Estive a perguntar-me qual a razão para eu não me ter interessado pela Lucia. Pensei que seria por, ao contrário do Paulo, nunca a ter visto, mas não é verdade - não a vi ao vivo, mas na televisão sim. E se calhar o problema foi mesmo esse, porque era cantada pela Sutherland, que não está nas minhas preferências.
Quanto à história, obviamente o Mário tem razão, embora às vezes um libretto muito fraco me estrague um bocado a música.
Em todo o caso, gostei muito desta produção. Como dizia o meu pai a brincar, eu não faria melhor ;-)
Io querida, felizmente herdam-se genes de dois lados, mas eu já deixei de dizer que as recordações ninguém mas tira.
E também tenho pena de não poder ver ao vivo os originais destas transmissões.
Tens de ir à referência máxima da Lucia e, como diz o Mário, não ligar ao libreto.
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