Mais uma vez ouvi hoje alguém reclamar um direito. E lembrei-me de Epicuro, que classificava os desejos em naturais e necessários (a fome, a sede), naturais mas desnecessários (desejo de boa comida ou bebida, de amizade) e nem naturais nem necessários mas devidos a opiniões erradas (desejo de riqueza, de glória).
Da mesma forma parece-me que há direitos fundamentais - e talvez estes se resumam aos registados na Declaração de Independência americana (vida, liberdade, procura da felicidade) - e outros que podem ser concedidos pela sociedade na medida em que tenha os meios para os assegurar - habitação, segurança, educação básica -, e que, numa sociedade de abundância podem ser extremamente sofisticados.
Mas há falácias que não se deviam permitir, e uma delas é o direito à saúde. Ninguém tem direito à saúde: pode-se ter direito a cuidados médicos mais ou menos diferenciados, mas a saúde não está garantida, e a diferenciação dos cuidados médicos a que se pode ter direito depende da sustentabilidade do sistema de saúde.
É assim a vida fora dos cinemas e das séries de televisão.
Da mesma forma parece-me que há direitos fundamentais - e talvez estes se resumam aos registados na Declaração de Independência americana (vida, liberdade, procura da felicidade) - e outros que podem ser concedidos pela sociedade na medida em que tenha os meios para os assegurar - habitação, segurança, educação básica -, e que, numa sociedade de abundância podem ser extremamente sofisticados.
Mas há falácias que não se deviam permitir, e uma delas é o direito à saúde. Ninguém tem direito à saúde: pode-se ter direito a cuidados médicos mais ou menos diferenciados, mas a saúde não está garantida, e a diferenciação dos cuidados médicos a que se pode ter direito depende da sustentabilidade do sistema de saúde.
É assim a vida fora dos cinemas e das séries de televisão.
6 comentários:
... mas não será este o caminho para a sua sustentabilidade!
Não, de facto, Mfc: mas já há bastante tempo que a estratégia parece ser desmantelar o SNS e dividi-lo entre seguradoras (para os ricos) e misericórdias (para os pobres). Curioso é que essa estratégia parece ter sido a mesma apesar das diferentes cores de diversos desgovernos.
Curioso também é que não parece resultar muito bem - no Algarve de forma bastante visível.
Na maioria dos filmes e séries de TV (que são americanos) também não há direito a cuidados médicos. A saudosa ER era cáustica em certos episódios... Mas concordo em absoluto nessa dos desmantelamento do SNS em seguradoras para uns e misericórdias para outras - com a ressalva que, como algumas misericórdias estão bem equipadas à custa dos bolsos pagantes, os "uns" importantes das seguradoras de vez em quando acabam lá, entrando pelo que se chamava a porta do cavalo.
Goldfish, tens razão em relação aos filmes e séries americanos, embora os seguros paguem muito mais na ficção do que me parece plausível. Só o House daria cabo do orçamento logo nas primeiras horas de internamento...
Os caniches tem um perfil completamente diferente... A mandíbula é menos acentuada.
João Afonso, suponho que este comentário fosse para o post de cima, onde no entanto se trata de penteados de caniches - não dos perfis dos mesmos ;-)
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