quinta-feira, 21 de março de 2013

Papa a papa, Francisco

Enquanto estive fora praticamente não soube notícias; assim que cheguei fui assaltada por jornais e telejornais, primeiro com o folclore em torno da eleição do Papa e depois com a ameaça de confisco das poupanças dos cipriotas. Perante isso pareceu-me menos interessante partilhar a visita ao museu arqueológico de Bolzano ou os pormenores dos tabliers dos Ferraris e Maseratis expostos em Modena. Por outro lado, já tanto foi dito que pouco acrescenta a minha opinião sobre o que está a mudar (ou não) o nosso mundo.

Por exemplo, o Papa Francisco: ainda mal foi eleito e já se sabe que é jesuíta de formação, que foi o principal adversário de Ratzinger na eleição de 2005, que se apresenta como uma pessoa simples e cordial, de gostos modernos e eclécticos (tango, futebol, ópera), que escolheu o caminho da não ostentação (o anel de prata dourada, o autocarro), tem a palavra fácil mas em relação aos temas do costume, é conservador, ou seja, não vai haver abertura para o casamento dos padres ou dos homossexuais, a ordenação de mulheres, a contracepção, o aborto ou o divórcio.

Aliás, todos sabemos que o poder de um homem para mudar coisas é limitado, que a vontade de um homem para mudar coisas é a dele e não a nossa, e que quem sobe na hierarquia é conforme a essa hierarquia.

Foto do Vaticano

O que não sabemos é, por exemplo, o que vai acontecer à Opus Dei porque, das duas uma: ou Bento XVI renunciou por vontade própria, tendo antes deixado a eleição bem preparada e a obra, sem o parecer, continua a mandar (afinal de contas, não foi um dos últimos actos do Papa cessante nomear o novo presidente do Banco do Vaticano?), ou foi corrido, a obra afastada e uma facção que nas últimas décadas tem tido menos preponderância tomou agora o poder.

Verá quem cá estiver.

1 comentário:

Gi disse...

Obrigada, Nita, bem-vinda.