Diz o Kaos, e muito bem, que nesta história do cancelamento do rally Lisboa-Dakar o vencedor é o terrorismo.
Pouco depois do ataque às torres gémeas do WTC alguém, já não me lembro quem, disse que a melhor maneira de enfrentar o terrorismo seria continuarmos a viver e a fazer o que nos dá prazer (é possível que esta última parte tenha sido acrescentada por mim).
Lembro-me também de a senhora Thatcher, quando primeira-ministra, recusar negociar com terroristas e raptores.
Julgo que ainda haverá educadores a afirmar que quando se cede a uma criança birrenta se está a programar um futuro com mais birras.
Hoje, porém, a atitude geral parece ser diferente. Talvez tenha sido o politicamente correcto que nos levou a isto? Ou o politicamente correcto já era uma expressão do medo?
Seria respeito pelos pretos ou outra coisa qualquer que levou os americanos a chamarem-lhes afro-americanos, como se os brancos nascidos em África não fossem africanos, ou se os pretos nascidos noutro continente tivessem sempre de ser made in outro lado?
Seria respeito pelos judeus ou outra coisa qualquer que levou ingleses e americanos a implantar o estado de Israel na Palestina, onde havia comunidades muçulmanas que passaram a ser descriminadas quando não expulsas?
Será respeito pelos muçulmanos ou outra coisa qualquer que nos faz censurar cartoons, proibir o uso de cruzes ao pescoço, aceitar burkas nas nossas comunidades?
Será acto de humanidade ou outra coisa qualquer o que leva o Bloco de Esquerda a pedir a concessão de autorização de residência aos 23 imigrantes ilegais apanhados no Algarve, como se tivéssemos capacidade de dar uma boa qualidade de vida a esses e aos próximos candidatos?
Pouco depois do ataque às torres gémeas do WTC alguém, já não me lembro quem, disse que a melhor maneira de enfrentar o terrorismo seria continuarmos a viver e a fazer o que nos dá prazer (é possível que esta última parte tenha sido acrescentada por mim).
Lembro-me também de a senhora Thatcher, quando primeira-ministra, recusar negociar com terroristas e raptores.
Julgo que ainda haverá educadores a afirmar que quando se cede a uma criança birrenta se está a programar um futuro com mais birras.
Hoje, porém, a atitude geral parece ser diferente. Talvez tenha sido o politicamente correcto que nos levou a isto? Ou o politicamente correcto já era uma expressão do medo?
Seria respeito pelos pretos ou outra coisa qualquer que levou os americanos a chamarem-lhes afro-americanos, como se os brancos nascidos em África não fossem africanos, ou se os pretos nascidos noutro continente tivessem sempre de ser made in outro lado?
Seria respeito pelos judeus ou outra coisa qualquer que levou ingleses e americanos a implantar o estado de Israel na Palestina, onde havia comunidades muçulmanas que passaram a ser descriminadas quando não expulsas?
Será respeito pelos muçulmanos ou outra coisa qualquer que nos faz censurar cartoons, proibir o uso de cruzes ao pescoço, aceitar burkas nas nossas comunidades?
Será acto de humanidade ou outra coisa qualquer o que leva o Bloco de Esquerda a pedir a concessão de autorização de residência aos 23 imigrantes ilegais apanhados no Algarve, como se tivéssemos capacidade de dar uma boa qualidade de vida a esses e aos próximos candidatos?
Será preocupação com a segurança do Rally o que levou o presidente francês a pressionar a organização do rally para o cancelar, ou antes com a dos interesses franceses no norte de África e no Médio Oriente?
Teremos perdido os tomates na praia*? Quando? Todos? Definitivamente?
*A Praia dos Tomates chamava-se originalmente Praia dos Tomates da Inglesa, porque ali ficava uma espécie de horta onde a proprietária os cultivava. Foram-se os tomates, ficou o nome. O simbolismo parece-me apropriado.
Teremos perdido os tomates na praia*? Quando? Todos? Definitivamente?
*A Praia dos Tomates chamava-se originalmente Praia dos Tomates da Inglesa, porque ali ficava uma espécie de horta onde a proprietária os cultivava. Foram-se os tomates, ficou o nome. O simbolismo parece-me apropriado.
2 comentários:
É uma vitória do terrorismo. Estupidamente. Porque haveria outro percurso alternativo. Sarkozy boa ****a.
O terrorismo há-de aumentar enquanto aumentarem as desigualdades no mundo. Enquanto houver gente – como esses 19 desgraçados – que arrisque a vida numa casca de noz para fugir à miséria extrema. Enquanto houver quem pense que há países que apenas servem para que por lá passem carrinhos, jeepinhos e camiões uma vez por ano. E enquanto o mundo for indiferente a isto tudo, enquanto gastar mais em armas que em desenvolvimento destes países, enquanto se recambiar gente para morrer longe da vista, enquanto o fosso entre ricos e pobres for aumentando, enquanto houver quem não tenha nada a perder em explodir-se, enquanto quem tiver algo a perder com isto não der nada a ganhar a quem nada tem a perder, o terrorismo não vai parar de crescer.
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