terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Carnavais

Quando os meus pais eram solteiros, parece que o Carnaval português tinha graça: o pessoal mascarava-se e assaltava casas de amigos; a maioria desses assaltos era mais ou menos combinada: eram de facto festas em casa, com convidados, mas estes podiam levar outros e as máscaras disfarçavam as identidades.
(O meu pai recusou ir a um assalto cuja lista de convidados não incluía o nome da minha mãe - porque ela, que não sabia que ele seria convidado, pediu para não figurar)

Este hábito perdeu-se, talvez quando a segurança se perdeu e passou a temer-se que entre os assaltantes houvesse alguns a sério.

Dos corsos da minha infância nunca gostei muito: muita gente, gigantones, carros e confetti, os estalinhos que me assustavam quando os pisava, e pistolas de água.

Quando as telenovelas entraram pelas nossas televisões, o nosso Carnaval passou a macaquear o brasileiro, com plumas, samba e gajas semi-despidas, ridículas à chuva e ao frio do nosso Fevereiro.

Detesto este Carnaval, e não tenho a mínima vontade de ver o original. Mas espero um dia não muito longínquo visitar outro Carnaval, de mistério e bruma e festas com música a sério. O programa deste ano está aqui.



Foto © Sergio Dolce

3 comentários:

Moura Aveirense disse...

Itália, sempre... hummmm, este comentário parece-me familiar ;) Veneza é um outro sonho ainda não realizado...

Uma boa noite, Moura Aveirense

Klatuu o embuçado disse...

O Carnaval agora é muito diferente...
http://gothland666.blogspot.com/

Gi disse...

lol @ Moura... Talvez nos encontremos no Carnaval de Veneza.

Klatuu, não tenho experiência nenhuma de coisas gothicas, dependo demasiado da energia solar.