Fui ontem à noite pela primeira vez, e suponho que pela última, ver um jogo de futebol ao estádio do Algarve.
O estádio é um desastre: o pessoal de riba-Tejo, que só vem à mourama no mês de Agosto, julga que aqui nunca chove, e desenha estádios e centros comerciais sem protecção. Bem, o Calatrava também desenhou a estação do Oriente como se em Lisboa nunca chovesse nem fizesse frio; se calhar andam todos a sonhar com a Califórnia. Adiante.
O estádio é um desastre: o pessoal de riba-Tejo, que só vem à mourama no mês de Agosto, julga que aqui nunca chove, e desenha estádios e centros comerciais sem protecção. Bem, o Calatrava também desenhou a estação do Oriente como se em Lisboa nunca chovesse nem fizesse frio; se calhar andam todos a sonhar com a Califórnia. Adiante.
Foto World Stadiums
Parques de estacionamento também é coisa que os portugueses não sonham como se faz. Transportes públicos, praticamente desconhecidos no Algarve, não existem para o estádio; trinta mil espectadores (pelo menos) implicam muitos carros, mal parados até à autoestrada ou no meio do campo (e da lama).
Se havia trinta mil ou mais não sei, mas sei que havia longas filas para entrar por acessos improvisados (há algum mal em as ruas levarem directamente às portas?), que estava muita gente em pé apesar dos lugares marcados, que a Juve Leo tinha ocupado os lugares do meu grupo (não teria sido reservado um sector para as claques?), que as escadas e os acessos estavam bloqueados de tal modo que se tivesse havido algum problema hoje provavelmente não haveria este post. E nem os pastores-alemães nem os rottweilers da polícia serviriam para muito além de aumentar a confusão.
Quanto ao jogo propriamente dito, foi uma tristeza. Parece-me que os putos deixaram de saber jogar à bola. Não vi um passe decente; vi jogadores parados a ver a bola passar. Remates? Devem estar a brincar. A brincar também deve estar o José Medeiros Ferreira, ao dar a entender que o Setúbal mereceu ganhar por jogar bem: o Sporting é que mereceu perder por jogar mal.
Como animação musical, esqueçam as cheerleaders patéticas: alguns adeptos encarregaram-se de cantar ininterruptamente as únicas palavras que provavelmente conhecem na língua materna: Vai para o c*, seu filha-da-p*!
Para quê discutir acordos ortográficos? E no entanto, eles votam...
Se havia trinta mil ou mais não sei, mas sei que havia longas filas para entrar por acessos improvisados (há algum mal em as ruas levarem directamente às portas?), que estava muita gente em pé apesar dos lugares marcados, que a Juve Leo tinha ocupado os lugares do meu grupo (não teria sido reservado um sector para as claques?), que as escadas e os acessos estavam bloqueados de tal modo que se tivesse havido algum problema hoje provavelmente não haveria este post. E nem os pastores-alemães nem os rottweilers da polícia serviriam para muito além de aumentar a confusão.
Quanto ao jogo propriamente dito, foi uma tristeza. Parece-me que os putos deixaram de saber jogar à bola. Não vi um passe decente; vi jogadores parados a ver a bola passar. Remates? Devem estar a brincar. A brincar também deve estar o José Medeiros Ferreira, ao dar a entender que o Setúbal mereceu ganhar por jogar bem: o Sporting é que mereceu perder por jogar mal.
Como animação musical, esqueçam as cheerleaders patéticas: alguns adeptos encarregaram-se de cantar ininterruptamente as únicas palavras que provavelmente conhecem na língua materna: Vai para o c*, seu filha-da-p*!
Para quê discutir acordos ortográficos? E no entanto, eles votam...
7 comentários:
Os acessos constitui um dos grandes problemas nestes grandes eventos (jogos de futebol, olimpíadas, etc...). Enquanto que a chegada das pessoas é +/- gradual, a saída é uma enchente. Estando de certa forma ligado à minha área de investigação, sei que se tenta melhorar a fluidez de tráfego nessas ocasiões (mas muitas vezes sem sucesso, como é o caso do estádio de Aveiro e, pelos vistos, o do Algarve).
Por mais que eu goste da arquitectura da Gare do Oriente, não consigo suportar a falta de conforto da mesma (utilizo-a bastante nas minhas viagens Lisboa <-> Aveiro). No Inverno é insuportável, quando posso prefiro apanhar o comboio a Sta. Apolónia!
Tenho pena de não ter passado a Páscoa em terras algarvias, mas este ano infelizmente não foi possível :(
Páscoa Feliz, Moura Aveirense
Pois concordo inteiramente. O nosso Sporting mereceu perder. Idealmente perderiam os dois mas como isso não é possível ganhou a equipa que ainda assim demonstrou ter um elemento muito acima da média em campo, o Guarda-Redes ... e pronto lá se foi um dos 3 títulos que poderíamos ganhar ... Quanto ao estádio nunca lá fui e pela descrição acho que não vou. Fui o ano passado a Braga porque queria muito ver o estádio ao vivo e aí não fiquei decepcionado embora estacionamentos e acessos sejam também muitíssimo maus.
Eu nestas coisas de futebol não me meto. Mas sei que a minha mãe, depois do jogo, estava inconsolável.
Moura, quando vier ao Algarve não se esqueça de me dizer :-)
Fernando, no Alvaláxia é que se está bem :-)
Paulo, as mães não deixam de me surpreender :-)
Olá Gi,
Uma das vantagens de se ser emigrante é sofrer um pouco menos com o Sporting. Como há 8 horas de diferença entre Lisboa e Vancouver, quase sempre os jogos são demasiado cedo ou a horas inconvenientes.
Deste modo, vêem-se menos jogos do Sporting, e sofre-se menos com as misérias habituais. E, não sabendo completamente o que se passa, os meus filhos continuam Sportinguistas ferrenhos...
Vamos lá ver se a tendência permanece quando comprar uma parabólica dentro em breve...
Álvaro, julgo que o risco é sobretudo que os seus filhos troquem o futebol pelo hockey.
Gi
Pois sem dúvida. O hockey é uma religião por aqui (como o futebol é em Portugal).
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