Duas idas ao cinema numa semana é obra. No multiplex local encontram-se os filmes que ganharam os principais prémios da Academia, e fui então ver Slumdog Millionaire e Milk.
Gostei de ambos. Andei pela Índia em turismo em 2006 e fiquei fascinada por aquele mundo diferente de tudo o que conheci antes ou depois. Adorei, mas percebi que me limitara a tocar a superfície, e que abaixo da espuma das ondas havia correntes e recifes.
Paradigmático é o trânsito nas cidades: para um ocidental, é o caos absoluto. Fica-se logo desorientado pela condução pela esquerda, e depois pelo volume e variedade de veículos e peões. No entanto, se se estiver atento, percebe-se que há regras: não necessariamente as nossas, mas há-as.
Slumdog Millionaire aborda alguns aspectos sob a superfície turística, nomeadamente a violência que organiza, explora e perpetua a pobreza. Seria interessante saber como foi feito este filme, que é uma criação ocidental mas usa actores, temas e linguagem colhidos nas produções de Bollywood. E que bons são os pequenos actores! A Índia adora o cinema, e aposto que estes miúdos sonham vir a ser os novos Amitabh Bachchan e Aishwarya Rai.
Mas este (como Milk, mas a esse já lá irei num post separado) é um filme político, e as suas consequências serão políticas. Já se diz que algumas das crianças irão deixar as suas barracas nos bairros de lata para morarem em casas. Isto, é claro, significa desenraizá-las. Será bom? Transformar-se-ão em estrelas de cinema, em profissionais competentes, ou voltarão aos subúrbios como marginais e criminosos?
Que estes meus comentários não distraiam do principal: Slumdog Millionaire é um filme que vale a pena ver: é bem feito, com uma boa história, bem representado, e do qual se sai bem disposto.
Gostei de ambos. Andei pela Índia em turismo em 2006 e fiquei fascinada por aquele mundo diferente de tudo o que conheci antes ou depois. Adorei, mas percebi que me limitara a tocar a superfície, e que abaixo da espuma das ondas havia correntes e recifes.
Paradigmático é o trânsito nas cidades: para um ocidental, é o caos absoluto. Fica-se logo desorientado pela condução pela esquerda, e depois pelo volume e variedade de veículos e peões. No entanto, se se estiver atento, percebe-se que há regras: não necessariamente as nossas, mas há-as.
Slumdog Millionaire aborda alguns aspectos sob a superfície turística, nomeadamente a violência que organiza, explora e perpetua a pobreza. Seria interessante saber como foi feito este filme, que é uma criação ocidental mas usa actores, temas e linguagem colhidos nas produções de Bollywood. E que bons são os pequenos actores! A Índia adora o cinema, e aposto que estes miúdos sonham vir a ser os novos Amitabh Bachchan e Aishwarya Rai.
Mas este (como Milk, mas a esse já lá irei num post separado) é um filme político, e as suas consequências serão políticas. Já se diz que algumas das crianças irão deixar as suas barracas nos bairros de lata para morarem em casas. Isto, é claro, significa desenraizá-las. Será bom? Transformar-se-ão em estrelas de cinema, em profissionais competentes, ou voltarão aos subúrbios como marginais e criminosos?
Que estes meus comentários não distraiam do principal: Slumdog Millionaire é um filme que vale a pena ver: é bem feito, com uma boa história, bem representado, e do qual se sai bem disposto.
(Mumbai, Dezembro 2006)
4 comentários:
Também tirei fotografias da lavandaria pública :) A ordem no meio do caos, aquelas peças de roupa tão bem ordenadas por cores LOL Ainda hoje estive a falar da Índia com a minha colega indiana, enquanto bebericávamos um chá e víamos pedaços de filmes de Bollywood :)
Bom resto de domingo, Moura Aveirense
Eu também gostei muito dos dois filmes.
( andei aqui no blog a dar uma espreitada. Aprendi muito. Gostei )
Maria Bolacha, fico muito contente. Eu também já fui ver o seu blog e também gostei.
Moura, um dia junto-me a esse programa :-)
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