sábado, 12 de junho de 2010

Ser pai ou mãe

Notícia do Público:

Genética
Testes de paternidade: Exames proibidos nas farmácias poderão ser vendidos nos supermercados
12.06.2010 - 09:15 Por Lusa
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O único teste de paternidade que esteve à venda nas farmácias chama-se UNODNA Trust e é um dispositivo que compara os perfis de ADN do homem e da criança, através de dois kits para recolha de amostras de saliva que são posteriormente enviados para um laboratório.
Os resultados finais chegam por meio informático, depois de o cliente instalar um programa no computador, que é enviado com o teste.
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Contudo, o Infarmed decidiu na terça-feira impedir a venda deste teste nas farmácias, alegando que “os testes de paternidade não são considerados dispositivos médicos para diagnóstico in vitro por não se destinarem a um fim médico”.
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E os testes de gravidez, destinam-se a um fim médico? A gravidez é doença?

4 comentários:

juliana disse...

Gi. Eu cncordo com a decisão de não se comercializarem estes testes nas farmácias.Conheço um caso em que há dúvidas da parte do pai. Acontece que essas dúvidas só foram postas agora quando a criança tem já doze anos. E se não é mesmo pai dele, como é que a criança fica? Fica de repente sem pai? Acho que estes assuntos são demasiado melindrosos e têm que ser geridos por um tribunal.
Não tem nada a ver com testes de gravidez. São coisas mais complicadas que envolvem relacionamentos de parentesco e evolvem crianças.

Gi disse...

Não sei, Juliana, acho que um homem tem o direito de saber se é pai ou não. Percebo o que diz em relação a ter consequências para as crianças, mas é justo impingir ou negar um filho a um homem?

E afinal acaba por se vender os testes nos supermercados...

Helena Araújo disse...

A título de informação: na Alemanha andou-se a discutir essa questão ética. Se bem entendi, o DNA é propriedade individual, e ninguém - nem mesmo os pais - tem o direito de mexer nisso.
Por outro lado, um tribunal pode autorizar o pai ou a mãe a fazer um teste de paternidade.

Compreendo a sua preocupação, Juliana. Mas quando há dúvidas sobre a paternidade, a vida da criança torna-se um inferno. Mais vale esclarecer as coisas, que viver nessa zona cinzenta.

Gi disse...

Helena, o DNA, mais do que ser propriedade individual, é o indivíduo - não é bem assim, mas pode argumentar-se nesse sentido.

Mas analisá-lo não é (por enquanto) manipulá-lo, por isso não percebo bem o problema. De qualquer forma, é uma questão interessante.

E estou plenamente de acordo consigo: o inferno é a dúvida, não o esclarecimento.