quinta-feira, 8 de julho de 2010

Nem tudo o que luz é ouro

Notícia do Diário de Notícias:

Privatizações
Galp e EDP vendidas este ano sem 'golden share'
por P.C., com agências Hoje
(...)
"As privatizações irão seguir conforme planeado, o programa está em curso, espero que ainda este ano, para além do processo Banco Português de Negócios (BPN), avancem as previstas no sector da energia, em particular da Galp e EDP", garantiu Teixeira dos Santos, na sua audição de ontem na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.
Além destas duas empresas particularmente referidas pelo ministro das Finanças, o programa prevê igualmente para este ano a venda de outra energética, a REN, bem como a ANA, a gestora dos aeroportos.
Perante os deputados, o governante avançou que o Executivo não vai propor golden shares nas empresas referidas, ou seja, é intenção do Governo vender a totalidade do capital que ainda possui nas mesmas.
(...)


Se este desgoverno pretende mostrar-nos o que realmente pensa dos interesses estratégicos de Portugal e da bondade das golden-shares, muito agradecidos, não é preciso, já desconfiávamos.

Desconfio também, pessoalmente, que para tal desnorte nem bússula nem GPS seriam grande ajuda.

Nota de 09/07/10: No blog 31 da Armada há um post com o mesmo título sobre o mesmo tema, embora com conteúdo totalmente diferente, escrito no mesmo dia mas mais cedo. Palavra de honra que ainda não o tinha lido quando escrevi este.

3 comentários:

Paulo disse...

Além de não gostar do tema Economia e Finanças, principalmente as públicas, não percebo nada do assunto. Mas parece-me claro que se privatiza empresas que dão lucro, porque as que dão prejuízo ninguém as quer. E que há empresas que asseguram serviços fundamentais porque são do Estado, e que, em deixando de o ser, deixarão também de os fornecer. Penso eu...

Gi disse...

É possível, Paulo, que haja serviços fundamentais que o Estado deva fornecer e não deva entregar aos privados. Um exemplo que julgo consensual é a segurança. Mas outros ficam bem entregues aos privados, sobretudo se houver vários em concorrência (neste país pequenino a concorrência não é bem como desejaríamos, veja-se as gasolineiras).

Sobretudo parece-me que o Estado ou assume a empresa e não a privatiza, ou privatiza parcialmente mas fica com a maioria das acções, ou privatiza na maior parte ou na totalidade e tem de aceitar o que a maioria dos accionistas quer fazer, em vez de usar espertezas saloias (as golden-shares) para contrariar os accionistas.

Mais, se o governo acha tão importante ter golden-shares na PT, porque é que já não acha na EDP, ou na REN? Só faz sentido pelo medo de não conseguir vender a EDP nem a REN depois de os potenciais investidores perceberem que as tais golden-shares são para usar contra eles.

Paulo disse...

Penso que tens razão.