sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Speedy neutrinos

Notícia do Expresso:

Descoberta: partículas mais rápidas que a luz?
É uma descoberta que a confirmar-se abrirá novas perspetivas científicas. Físicos franceses anunciaram ter medido partículas elementares da matéria a uma velocidade superior à da luz.
9:50 Sexta feira, 23 de setembro de 2011
Os neutrinos, partículas elementares da matéria, foram medidos a uma velocidade que ultrapassa ligeiramente a velocidade da luz, considerada até agora como um "limite intransponível", anunciaram hoje físicos de um centro de investigação francês.
(...)
As medições efetuadas (...) concluíram que um feixe de neutrinos percorreu os 730 quilómetros que separam as instalações do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN), em Genebra, do laboratório subterrâneo de Gran Sasso, no centro de Itália, a 300,006 quilómetros por segundo (...)
"Tendo em conta o enorme impacto que tal resultado poderá ter na Física, são necessárias medições independentes para que o efeito observado possa ser refutado ou então formalmente estabelecido", sublinha o CNRS.(...)


É assim que a ciência funciona: submetendo-se a confirmação por outros investigadores. Mas se estes resultados se confirmarem, teremos muitos apreciadores de ficção científica - da boa, a de Isaac Asimov e Arthur C. Clarke - a acenarem com ar satisfeito, Nós bem dizíamos, e a sonhar com viagens espaciais ainda durante a sua vida.


10 comentários:

luisa disse...

Ouvi a notíca na radio. Também diziam que a revelação estava a ser muito contestada, alegando que só podia ser um erro de cálculo. Será?

Mário R. Gonçalves disse...

Seis meses de cuidadosas verificações e análises cruzadas não padmitem um erro "qualquer". A ser erro, é muito, muito manhoso.

Entraram em conta, no movimento quase instantâneo dos neutrinos, com influências desprezáveis como a gravidade da Lua ou a rotação da Terra.

Até mandaram parar o tráfego num túnel da montanha mais próxima para calibrar os instrumentos.


Seis meses. Raramente se terá tido tanto cuidado antes de anunciar uma descoberta.

É que, se fôr verdade, temos uma monumental crise mais a juntar às outras: uma crise da Física tal como a conhecemos. Será preciso rever tudo!

Gi disse...

Luisa, custa-me a crer que seja erro, por tudo o que o Mário apontou.

Mário, engraçado que essa crise, que no fundo abala o nosso conhecimento do mundo, me aflige muito menos e entusiasma muito mais que as outras... A si também, imagino?

mfc disse...

Aguardo com ansiedade a famigerada ideia do tele transporte!

Gi disse...

Mfc, receio que já não seja no nosso tempo...

Mário R. Gonçalves disse...

Gi,

afligir não aflige nada, só poderá dar origem a coisas boas - uma nova e mais "afinada" compreensão do mundo físico.

Entusiasmar, entusiasma pouco, Gi, porque de nada nos serve saber que "se pode" ultrapassar a velocidade da luz, e o novo modelo científico que daí posa vir já não é para os meus dias.

Já agora: esta crise financeira só me aflige relativamente e até me entusiasma um pouco; afinal é apenas mais uma na História, a Europa já conheceu dezenas - lembro-me p. ex. da França de 1700, do Luís XIV, subjugada pelos "tratantes" - os financeiros que "tratavam" dos empréstimos à monarquia falida. Crise de décadas, causada pelo excesso de prata (argent) vinda das Américas espanholas e que só foi resolvida pelo papel-moeda, ideia genial do vigarista escocês John Law, como o mundo se governa direito por linhas tortas!

Entusiasma-me, porque estamos todos tão enjoados, mas tão enjoados, deste capitalismo vadio e caótico, que talvez disto venha a nascer uma coisa diferente, menos finaceira, sei lá...:)

Mário R. Gonçalves disse...

perdoe os erros, Gi, sou disléxico com as teclas...

Gi disse...

Mário, parece-me que esta crise financeira (mas esta não é na sua origem uma crise económica?), por muito que possa ter soluções interessantes, vai implicar - durante décadas? - muita gente passar a viver com muitas dificuldades.
De resto estou de acordo consigo, este capitalismo do papel tornou-se insuportável e é preciso encontrar uma alternativa.

João Afonso Machado disse...

Estamos quase a viajar no tempo. Isso sim, era obra!

Gi disse...

João Afonso, eu adorava, mas também não acredito que seja durante a nossa vida.