Ontem andei todo o dia com uma telha que só vista, depois de ouvir na Antena2 que o governo pretendia uma redução do montante do subsídio de doença nas baixas de curta e média duração (que passaria de 65% do ordenado para 55% nas baixas até 30 dias e para 60% nas baixas até 90 dias), com a justificação de desincentivar as baixas fraudulentas.
Isto mete-me nojo. Que nos digam que não há dinheiro é uma coisa, que inventem razões parvas é outra. Acho muito bem que se combatam as baixas fraudulentas: para isso há uma coisa chamada fiscalização. Mas estarão os nossos governantes tão habituados à trapaça e à vigarice que não lhes passe pela cabeça que as pessoas podem estar mesmo doentes e impedidas de trabalhar?
Claro que não imaginam que um carpinteiro ou um pedreiro a quem falhe um gesto pode ter uma lesão grave na mão, e que esta pode precisar de um mês de imobilização e mais um mês, ou mês e meio, de reabilitação. Claro que não imaginam que uma cozinheira pode queimar-se seriamente na cozinha e que no melhor dos casos pode precisar de duas ou três semanas até cicatrizar. Claro que não imaginam - mas perguntem, santo deus! E já agora perguntem se um desgraçado que vai trabalhar engripado, em vez de meter uma semana de baixa, não andará a espalhar vírus à sua volta, contagiando dezenas de outros. Perguntem se uma empregada de limpeza a quem tiram o útero tem condições para trabalhar antes de quatro a seis semanas. Perguntem, que os médicos explicam.
Hoje li no Diário de Notícias que a Comissão Europeia não descartou (...) a possibilidade dos cortes nos 13.º e 14.º meses para a função pública e pensionistas assumirem caráter permanente. Olhem a grande novidade! Alguém acredita voltar a receber esses subsídios? Mas enfim, diz o Sol que a Comissão Europeia definiu como surpreendente o aumento do desemprego em Portugal, por isso já se começa a perceber: estes economistas, afinal, não têm ideia do que andam a fazer e até já recebem lições de miúdos de onze anos.
Isto mete-me nojo. Que nos digam que não há dinheiro é uma coisa, que inventem razões parvas é outra. Acho muito bem que se combatam as baixas fraudulentas: para isso há uma coisa chamada fiscalização. Mas estarão os nossos governantes tão habituados à trapaça e à vigarice que não lhes passe pela cabeça que as pessoas podem estar mesmo doentes e impedidas de trabalhar?
Claro que não imaginam que um carpinteiro ou um pedreiro a quem falhe um gesto pode ter uma lesão grave na mão, e que esta pode precisar de um mês de imobilização e mais um mês, ou mês e meio, de reabilitação. Claro que não imaginam que uma cozinheira pode queimar-se seriamente na cozinha e que no melhor dos casos pode precisar de duas ou três semanas até cicatrizar. Claro que não imaginam - mas perguntem, santo deus! E já agora perguntem se um desgraçado que vai trabalhar engripado, em vez de meter uma semana de baixa, não andará a espalhar vírus à sua volta, contagiando dezenas de outros. Perguntem se uma empregada de limpeza a quem tiram o útero tem condições para trabalhar antes de quatro a seis semanas. Perguntem, que os médicos explicam.
Hoje li no Diário de Notícias que a Comissão Europeia não descartou (...) a possibilidade dos cortes nos 13.º e 14.º meses para a função pública e pensionistas assumirem caráter permanente. Olhem a grande novidade! Alguém acredita voltar a receber esses subsídios? Mas enfim, diz o Sol que a Comissão Europeia definiu como surpreendente o aumento do desemprego em Portugal, por isso já se começa a perceber: estes economistas, afinal, não têm ideia do que andam a fazer e até já recebem lições de miúdos de onze anos.
10 comentários:
Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar, cantava-se nos tempos da outra senhora. Agora, Gi, não vejo, não ouço e não leio, pois prefiro ignorar,
Já se sabe que não há boas notícias, e as más chegam sempre depressa.
Só me interessam duas notícias:
1 - decobriu-se um regime político em liberdade melhor que a democracia parlamentar.
2 - descobri-se um regime económico em liberdade melhor que a economia de mercado.
Até lá, resignação ou indignação, é só questão de feitio.
A indignação pode não levar a lado nenhum, a menos que desatemos todos à bulha a sério, parece-me. O facto é que tudo está a tomar rumos incontroláveis e não se avista um final mais ou menos feliz. E quanto mais nos resignarmos, mais eles carregarão. Soluções? Não estou a ver. Talvez se mais miúdos de onze anos apresentarem propostas...
Eu também acho, como o Paulo, que a resignação é perigosa porque seremos empurrados até ao limite. Qual é o limite? Lembro-me do cavalo do escocês, a quem a ração era diminuída dia a dia. Quando parecia que ele já se ia habituando a viver sem comida... morreu.
Pois, adiantava-lhe grosso indignar-se, Gi. Fazia o quê ? Mordia a mão que lhe dava a ração ?
Quando me apresentarem um "para quê" fiável, eu alinho. Gritar por gritar, faz-me mal à garganta.
(desculpe, Gi, estou mal humorado, sim, mas não é consigo :), é mais com uns louçãs que andam para aí a dizer ao lumpen grego que é um exemplo para nós)
Alguém disse que a democracia seria o sistema mais justo, já que não permitia que um povo fosse governado melhor que aquilo que mereceria!
Este povo é merecedor do governo que tem.
Mário, veja aqui o que aconteceu ontem na Grécia.
Mfc, será? Merecemos isto, todos nós? Os que votam em partidos apostando num programa eleitoral que depois não é cumprido, e os que não votam mas cuja atitude não conta para os resultados?
(Desculpa, mas estou mesmo desesperada com este regime)
Estes e os anteriores... desde há 30 anos que não me enganam!!
Andamos todos, com uma tela que só visto Gi....
Mas vim mesmo, para lhe desejar uma Santa Páscoa e aos seus leitores.
Não me vou deter nas tristezas deste país (ao menos hoje). Venho só desejar-lhe uma Boa Páscoa :))
George Sand, Luisa, boa Páscoa para ambas, obrigada.
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