domingo, 4 de novembro de 2012

Se fue FOM

Tinha de acontecer um dia, não é? Fernando Ortiz-Monasterio foi um dos grandes cirurgiões plásticos com quem tive o privilégio de trabalhar. Estagiei com ele na Cidade do México, atraída pelos trabalhos que dele conhecera em congressos, sobretudo na remodelação dos ossos da face e crânio e na cirurgia da fenda labial, na qual obtinha resultados superiores a quaisquer outros: Eccelente!, dizia, contemplando-os com satisfação merecida.

(Mexico DF, Setembro 1992)

Elegante, desportista (jogava ténis e fazia vela), feio, sorridente, educado, dizia-se descendente de espanhóis e jaguares e apreciador de mulheres bonitas. Jantei em sua casa, eu e toda a equipa, que incluía vários estrangeiros, vindos tanto de Cuba como de Espanha.
Era importante para ele criar escola. Punha-nos generosamente à disposição a gigantesca colecção de diapositivos para que os copiássemos e usássemos, e para meu desgosto assisti a apresentações cujos autores se esqueceram de lhe dar o devido crédito.
Não que isso o diminuísse. Era um senhor. Morreu no passado dia 31 de Outubro, aos 89 anos.

Para quem quiser recordar o seu trabalho, aqui fica um link, com o aviso de que tem imagens possivelmente chocantes para quem não está habituado a ver estas malformações.

Gracias, maestro, y hasta siempre.

4 comentários:

Catarina disse...

A perda de um amigo ou amiga é sempre doloroso. Melhor recordar os bons momentos ou dias ou meses ou anos que foram compartilhados.

Fanático_Um disse...

Ficamos sempre com um grande vazio quando vemos partir aqueles que ajudaram a formar-nos profissionalmente.
A melhor homenagem que lhes podemos prestar é fazer muito bem aquilo que com eles aprendemos. Assim, lembramo-nos sempre e com um sentimento psitivo do privilégio que tivémos.

Gi disse...

Catarina, neste caso não posso falar de "um amigo", mas é alguém de quem guardo recordações muito especiais.

Gi disse...

Fanático_Um, tem razão. E se não podemos usar as técnicas, ao menos que nos fiquem as abordagens.