segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Bis repetita

Andréas Scholl deu-nos o encore que lhe pedimos, repetindo a ária Ho tanti affani in petto e cantando-a ainda melhor do que na primeira vez. Foi no entanto uma indicação clara para que não lhe pedíssemos mais. Teria ele percebido (já cá esteve antes) que os portugueses, para além do produto pelo qual pagam, gostam sempre de um desconto, uma atenção, um brinde no bolo-rei? Sinais do nosso sangue mouro.
Ele, Scholl, é alemão, e vive na Suiça. Alles klar?

As peças apresentadas no concerto de sábado não me encantaram e, apesar da voz magnífica, não imitaria a
Moura Aveirense que o foi ouvir novamente esta noite à Casa da Música. Dei no entanto por mim a perguntar se um dia ele deixará este registo em que é excelente e começará a cantar como barítono.

Para outros curiosos como eu, deixo este
link.

PS: Um ponto alto do concerto foi o intervalo... Conheci a
Moura Aveirense e o Paulo e estivemos a conversar um bocadinho. Gostei muito; espero encontrá-los mais vezes: é isto que torna real a Internet.

3 comentários:

Paulo disse...

Olá Gi.

Ao contrário de outros concertos em que ele foi verdadeiramente generoso em encores e sorrisos, desta vez pareceu-me que tinha assumido uma postura mais germânica. Além disso, o programa também não me encheu as medidas.

Quanto à possibilidade de ele deixar este repertório, também já pensei. Os contratenores têm quase sempre carreiras curtas...

Também me agradou muito o intervalo. Até um próximo encontro.

Moura Aveirense disse...

Boa noite Gi,

Sinceramente, ele poderia nem ter dado qualquer extra que eu já ficaria satisfeita. Mais do que o repertório que ele cantou, vou aos concertos do Scholl (tal como da Bartoli ou Kozena ou Marco Beasley ou...) pela voz em si e menos pelo repertório que vou ouvir.

Mas... o concerto da Casa da Música foi bem melhor ;) vou colocar uma referência no meu canto!

Foi igualmente engraçado o nosso encontro :)

Uma boa noite, Moura Aveirense

Xantipa disse...

Olá!
Obrigada por teres publicado as tuas impressões. Quando o vi na Gulbenkian, há uns anos, não tive essa sensação que dizes. Aliás, acho que cantou mais que uma no encore (deve ser por isso... já sabe que somos pedinchões) e esteve muito bem, muito liiiindo (ops! Desculpa!).