quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sair à noite

Como acho que não se aprende nada se não se testarem coisas sem garantia, esta semana dei novas oportunidades ao cinema e ao teatro musical.

O filme Eat pray love tinha críticas razoáveis; admiti que fosse uma comédia romântica simpática, com cenários fantásticos já que se passa em Itália, na Índia e em Bali, e uma boa interpretação de Julia Roberts, mas mesmo para chick flic foi uma decepção, com um argumento fraco e sem soluções, a protagonista sempre à beira das lágrimas, e um diálogo que era uma sequência de lugares-comuns. Os cenários não salvam tudo.

Churchill - The Musical era uma aposta diferente. Os autores, dois ingleses que vivem no Algarve, lembraram-se de escrever e produzir um musical sobre aquele que foi votado na BBC como o maior britânico de todos os tempos. Ao fim de dois anos de trabalho apresentaram o espectáculo no Auditório Municipal de Lagoa, tendo importado do Reino Unido o encenador, os cantores principais e os bailarinos.

Imagem daqui

Naturalmente Derek Charles Ash e Trevor Holman desejam um grande sucesso para a sua criação, após esta estreia algarvia. E eu acho possível que tenha uma boa carreira, se eles tiverem a humildade necessária para modificar e melhorar algumas coisas.

Para começar, precisam de uma orquestra a tocar ao vivo, em vez de uma gravação fanhosa. Precisam de bons actores e cantores: se Jonathan Reynolds como Winston Churchill e Sarah Pryde como Clemmie Churchill não iam mal, a jovem Jade Willis como Anne Frank foi fraquíssima; os outros, com uma ou duas excepções, suponho que eram amadores com mais ou menos (ou nulo) talento. E precisam de recordar que teatro e cinema não têm o mesmo ritmo, que não se pode andar sempre a mudar os cenários, que por alguma razão os autores clássicos postulavam as três unidades: de lugar, de tempo e de acção.

Interessante, embora não positiva, a sensação de que no Algarve a comunidade britânica continua isolada: Churchill - The Musical foi criado por ingleses para ingleses, e apesar dos apoios e patrocínios locais, eu era uma dos quatro únicos portugueses presentes no auditório.

5 comentários:

ematejoca disse...

Comer, rezar, amar —— Não penso, nem ler o livro, nem ver o filme.

Já tinha interesse de ver e de ouvir CHURCHILL — The Musical. Gostava que o apresentassem em Londres, pois sempre me ficava mais a caminho do que o Algarve.

Gi disse...

Pode ser, Teresa, os autores andam a tentar levar o espectáculo a outras terras. No Algarve acaba hoje.

Sine die disse...

Não perca o Hachiko-Amigo para sempre!

Maria Helena

Gi disse...

Maria Helena, isso não será uma daquelas fitas para me desfazer em lágrimas?

Sine die disse...

Poizé, Gi, mas são lágrimas que fazem bem ao fígado :-)
O filme é lindo.

Maria Helena