Há no Hospital de S. João no Porto um jovem médico em greve de fome por ter sido afastado das actividades clínicas após, segundo parece, ter cometido uma desatenção durante uma intervenção depois de uma maratona de trabalho - segundo o próprio, 72 horas em 4 dias.
Os cirurgiões do serviço em que trabalha dizem que não tem razão, e queixam-se das suas atitudes inadequadas e impróprias e do seu continuado comportamento litigante.
Eu não o conheço, mas sei duas coisas:
Os cirurgiões do serviço em que trabalha dizem que não tem razão, e queixam-se das suas atitudes inadequadas e impróprias e do seu continuado comportamento litigante.
Eu não o conheço, mas sei duas coisas:
- que actualmente, com as equipas cada vez mais reduzidas, sobretudo nas urgências, com a procura cada vez maior por parte da população, e com o mercantilismo de empregados e empregadores, é mais e mais frequente os médicos trabalharem em más condições, cansados, e o que é estranho é que não cometam mais erros;
- que Gandhi, especialista em greves de fome, dizia que estas só podiam usar-se para reformar alguém que nos amasse, e não para reivindicar direitos a um oponente (The Essential Gandhi, Louis Fischer ed., NY 2002, pg 182).
Sem comentários:
Enviar um comentário