quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mais uma vez o aborto

Notícia do Público, ontem:

Lei que despenalizou a IVG entrou em vigor há dois anos
Segundo aborto devia ser a pagar, diz director do serviço de ginecologia de Santa Maria
15.07.2009 - 08h52 Natália Faria
As mulheres que fazem mais do que um aborto deviam começar a pagar pela segunda interrupção, preconizou ao PÚBLICO Luís Graça, director do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria (HSM).
(...)
No HSM, duas em cada três mulheres não aparecem à consulta de planeamento familiar que, nos termos da lei, deve ocorrer no prazo de um mês após o aborto. "É a negligência pura e simples. Algumas mulheres não fazem anticoncepção e jogam na sorte, o que é muito triste para quem, como eu, se bateu muito por esta lei", lamenta.
Esta posição não é consensual. Admitindo que "algumas mulheres têm repetido o aborto", o director da Maternidade Alfredo da Costa, Jorge Branco, considera que tal não permite concluir que tenha havido negligência ao nível da contracepção. (...) De resto, para Branco, que coordena o Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, limitar o número de abortos empurraria muitas mulheres de volta ao circuito clandestino.
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Já tinha referido aqui o problema dos abortos de repetição com que algumas mulheres suprem a falta de um planeamento familiar responsável, e agora Luís Graça parece dar-me razão. Note-se que ele não fala em limitar o número de abortos legais: apenas o número de abortos grátis. Porque, tal como os almoços, os abortos nunca são grátis.

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